sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Governo brasileiro reforça vigilância contra vírus ebola

Passageiros que desembarcarem no país com sintomas da doença, como febre, diarreias ou hemorragias, devem ser encaminhados a agentes sanitários

Agente de saúde verifica um passageiro na saída do aeroporto de Conacri, na República da Guiné. As medidas fazem parte de um programa de ações contra a propagação do vírus Ebola em todo o continente africano
Agente de saúde verifica um passageiro na saída do aeroporto de Conacri, na República da Guiné. As medidas fazem parte de um programa de ações contra a propagação do vírus Ebola em todo o continente africano (Cellou Binani/AFP/VEJA)
O governo brasileiro reforçou recomendações às equipes de saúde encarregadas de atender passageiros que apresentaram problemas como febre, diarreias ou hemorragias durante viagem ao Brasil. A medida, na avaliação do Ministério da Saúde, é suficiente para identificar de forma rápida casos de uma eventual contaminação por ebola nos viajantes. O vírus, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, é responsável por epidemia que até agora atingiu 1.300 pessoas e provocou 729 mortes na África Ocidental.
Medidas mais drásticas, como a suspensão de voos, não estão sendo analisadas. Pela rotina, a tripulação é orientada a encaminhar passageiros que apresentem sintomas de doenças cuja causa não é identificada a agentes sanitários instalados em portos e aeroportos brasileiros. Depois do desembarque, o viajante é encaminhado para uma área remota, quando é avaliado por profissionais de saúde. "A atenção é praxe, e é dada para sintomas de voos procedentes de todos os locais, não apenas de regiões africanas", afirmou o secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

Nesta quinta-feira, a Organização Mundial de Saúde anunciou um plano de 100 milhões de dólares para combater a epidemia do ebola. O governo brasileiro deverá enviar na próxima semana dez kits para Libéria e Serra Leoa, com itens usados em catástrofes. No início do mês, um conjunto com os mesmos produtos foi encaminhado para Guiné. Cada kit é suficiente para atender necessidades de 500 pessoas por três meses.

Risco de contágio — O secretário de Vigilância do Ministério da Saúde disse não concordar com as afirmações feitas por um integrante do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), Stephan Monroe, de que a doença possa se espalhar como "rastro de pólvora." Para Jarbas Barbosa, o maior risco de contágio ocorre para parentes de pessoas contaminadas e profissionais de saúde que tenham contato com paciente sem medidas de proteção necessárias.

"O vírus é transmitido pelo contato com sangue e secreções do doente. E, ao contrário de outras doenças, o contágio ocorre quando os sintomas da infecção – que são fortes desde o início – já estão presentes", disse. Tais características, avaliou, reduzem o risco de transmissão. "Mas para isso é preciso que pessoas adotem medidas necessárias de cuidado", afirmou. "Você não vai ver um paciente com ebola andando na rua, ou pegando avião sem ter sintomas notados."

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