Cabeleireiro de Sorocaba saiu de 134 kg para 90 kg em 7 meses. Com 'marmita fit', família e amigos dão apoio para jovem não sair da linha.
Jomar BelliniDo G1 Sorocaba e Jundiaí
Caique saiu de 134 kg para 90 kg em sete meses (Foto: Arquivo pessoal / Caique Silvério)
"Sempre alerta". É assim que um cabeleireiro e estudante de farmácia de
Sorocaba (SP) vê a irmã que o ajudou a perder 44 kg em sete meses. Com a
vigilância de cada caloria colocada no prato até mesmo na ceia de
Natal, Caíque Silverio, de 22 anos, saiu dos 134 kg para 90 kg com a
ajuda de Jéssica, que "pega no pé" quando o assunto é alimentação.
Caique e a irmã Jéssica durante o Natal
(Foto: Arquivo pessoal / Caique Silvério)
Segundo o cabeleireiro, emagrecer fica mais fácil quando se tem verdadeiros vigilantes por perto. "Ela
[Jéssica] gosta de me ver magro, então sempre vai comigo nos lugares em
que ela sabe que vai ter coisas que eu gosto. Ela se preocupa para que
eu não coma coisas fora da dieta em exagero", conta.
Na ceia de Natal a história toda não foi diferente. Caíque evitou as
"armadilhas" e tentações natalinas que enchem as mesas das famílias e
encarou um prato com diversos tipos de saladas.
"Tem fazer salada de todos os tipos, cores e sabores diferentes. As
pessoas me apoiam, então esse foi meu truque para passar ileso durante o
Natal", diz ao garantir que vai repetir o prato durante as comemorações
de Ano Novo.
A dieta toda começou no mês de junho, quando Caíque decidiu que queria
emagrecer. "Comecei a pensar em dieta no intuito de me sentir bem e
feliz com meu corpo. Queria gostar da imagem que eu tinha e melhorar os
aspectos que não me agradavam tanto assim. E foi isso que mais me
motivou: melhorar minha saúde e como consequência, gostar mais do meu
corpo e cuidar melhor dele."
Irmã vigilante ajuda jovem a perder 44 kg e fugir de armadilhas (Foto: Arquivo pessoal / Caique Silvério)
Reeducação
A mudança de Caíque foi drástica. Antes acostumado a comer sem
"limites", o então estudante de farmácia teve que obedecer uma série de
regras para reeducar sua alimentação. "Cortei tudo aquilo que não me
traz benefícios. Hoje tenho um controle da minha alimentação desde que
comecei a fazer a dieta e não parei mais", diz.
Caique perdeu 44 kg com mudança
drástica na alimentação
(Foto: Arquivo pessoal / Caique Silvério)
Para atingir seu objetivo, ele contou com a ajuda irmã e amigos que também se tornaram seus "vigilantes do peso" particulares. "Cheguei a sair várias vezes com meus amigos e a Jéssica, e nunca comi o que eles comiam. Eu geralmente tomava sucos".
Ainda segundo Caíque, em outra ocasião ele acabou ganhando uma "marmita
fit" após um aniversário em família que acabou não comparecendo. "Minha
tia mandou uma 'marmitinha' de arroz e carnes para minha irmã. Já para
mim foi um pote enorme repleto de brócolis, tomates e alfaces", lembra,
rindo.
Hoje Caíque comemora os números após perder os 44 kg. Do 60, as calças passaram para o número 46. Já as camisetas que antes passavam do GG hoje estão nas gôndolas de G ou até M.
“Continuo regrado com a alimentação e faço exercícios com mais
frequência para não ficar flácido, porque me sobraram pelinhas [risos]! O
que mais incomoda é não ter roupas para vestir, mas vamos trocando o
guarda-roupa aos poucos.”
Remessas serão
depositadas em quatro parcelas até 10 de janeiro; sessenta e cinco
milhões de reais desse montante já foram remetidos ao caixa do governo
Pezão
Governo federal entrega medicamentos e outros materiais para hospitais em crise no Rio de Janeiro(Ricardo Borges/Folhapress)
Após
anunciar a criação de um gabinete de crise para buscar soluções
emergenciais para os atuais problemas de atendimento na rede de
hospitalar do Rio de Janeiro, o Ministério da Saúde confirmou o repasse
de verba de 155 milhões de reais para o Estado. As remessas serão feitas
em quatro parcelas até 10 de janeiro, sendo a primeira metade até a
última semana deste ano.
Nesta quinta-feira, houve um repasse de 20 milhões de reais
convertidos em insumos. Segundo informações do Ministério, foram 300 mil
itens que já começaram a ser distribuídos na rede estadual de saúde do
Rio de Janeiro, como luvas cirúrgicas, próteses ortopédicas e
medicamentos. Também foram disponibilizados 1.500 leitos em hospitais
federais para pacientes que seriam atendidos na rede estadual. Ontem já
haviam sido repassados, em caráter imediato, 45 milhões de reais.
O trabalho do gabinete de crise terá coordenação federal, sob o
comando do secretário de Atenção à Saúde do Ministério, Alberto
Beltrame, além do apoio do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando
Pezão, e do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes.
Além dos recursos federais, o governo do Rio de Janeiro também
recebeu empréstimo de 100 milhões de reais da prefeitura do Rio e outros
152 milhões de reais em recebimento de ICMS.
O socorro financeiro ao Estado do Rio de Janeiro aconteceu após
reunião de ontem da presidente Dilma Rousseff com ministros e
presidentes de bancos públicos em teleconferência com o governador Luiz
Fernando Pezão. Segundo fontes, o governador teria telefonado para
ministros na noite de terça-feira, pedindo ajuda para regularizar o
pagamento de funcionários e compra de insumos no setor de saúde. Cronograma do repasse financeiro federal:
23/12: R$ 45 milhões
24/12: R$ 20 milhões (revertido em insumos estratégicos para os hospitais)
30/12: R$ 15 milhões
10/01: R$ 75 milhões (Estadão Conteúdo)
A febre zika é uma doença nova e muito pouco
se sabe a respeito, abrindo margem para que muitas informações sem
embasamento científico se espalhem
Agência Brasil
Erupções na pele, dor de cabeça, no corpo e nas articulações,
vermelhidão nos olhos, náuseas, fotofobia, conjuntivite e coceira
intensa. Os sintomas são parecidos com os da dengue e da chikungunya,
mas as consequências da infecção pelo zika vírus são bem mais críticas.
Apesar de ter uma evolução branda, com sintomas que duram em média de
dois a sete dias, o zika está associado à microcefalia em bebês cujas
mães foram contaminadas durante a gestação – e que trazem deficiências
variadas. Além disso, há o risco de desenvolvimento da síndrome de
Guillain-Barré (doença autoimune que acomete o sistema nervoso),
recentemente associada ao vírus e que vitimiza principalmente crianças e
idosos.
A febre zika é uma doença nova. Seu primeiro surto foi registrado em
2007, na ilha de Yap, na Micronésia, e chegou ao Brasil no ano passado.
Por conta disso, muito pouco se sabe a respeito, abrindo margem para que
muitas informações sem embasamento científico se espalhem.
Veja aqui o que é verdade e o que é mito acerca do zika: Você pode ter sido contaminado pelo zika e não saber - VERDADE
Segundo a Sociedade de Pediatria de São Paulo, assim como nas outras
doenças virais transmitidas pelo mesmo mosquito (dengue, febre
chikungunya), acredita-se que cerca de 80% das pessoas contaminadas pelo
zika vírus não apresentam qualquer sintoma, o que não quer dizer que as
consequências da infecção (microcefalia nos bebês dessas gestantes, por
exemplo) não ocorram. Repelentes são a forma mais eficiente de evitar a contaminação pelo zika – MITO
O uso do repelente como único método de prevenção não garante que o
mosquito Aedes aegypti ficará longe. Inclusive, nenhum dos dez
repelentes testados pelo Proteste com as marcas mais comuns vendidas no
Brasil foi aprovado. Uma das principais ações contra o mosquito, segundo
o Ministério da Saúde, é a conscientização da população sobre o seu
papel de eliminar locais nos quais o Aedes aegypti pode se reproduzir,
como vasos de plantas, lixo e garrafas pet abandonadas. Além disso,
recomenda-se o uso de roupas que cubram a superfície do corpo, em
especial as extremidades e áreas de pele mais fina, como tornozelos,
pés, punhos e mãos. Microcefalia no Nordeste foi causada pela vacina contra rubéola, não por causa do zika – MITO
De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde,
até 12 de dezembro deste ano foram registrados 2.401 casos da doença e
29 óbitos. Esses casos estão distribuídos em 549 municípios de 20
Unidades da Federação. A microcefalia é uma condição neurológica rara em
que a cabeça é desproporcionalmente menor que o corpo. O crânio não se
desenvolve corretamente, porque o tecido cerebral não cresce. Isso faz
com que, dependendo da área do cérebro afetada, a criança tenha
dificuldades de locomoção, desenvolvimento cognitivo, deglutição,
audição, dentre outras. Apesar de ter relação com outras doenças, como
rubéola, infecções por citomegalovírus, toxoplasmose e uso de drogas na
gestação, por exemplo, a vacina não é responsável pelo surto atual.
Segundo o Ministério da Saúde, todas as vacinas do calendário nacional
são seguras. Em nota, a Sociedade de Pediatria de São Paulo esclarece
que a vacina nunca é aplicada durante a gestação e que ela é produzida
com vírus vivos e atenuados, que não são capazes de provocar as doenças. Quem pega zika uma vez não corre risco de se contaminar novamente – MITO
Os casos de infecções sucessivas e de coinfecção com outras doenças
causadas pelo Aedes Aegypti, como dengue e chikungunya, são possíveis,
desde que causados por vírus diferentes. Ainda não se sabe quais são as
consequências dessa condição para a saúde. "Não temos como medir as
consequências da coinfeccção ou de infecções sucessivas pelos três vírus
em um paciente", afirma Claudia Nunes, chefe do Laboratório de
Virologia Molecular do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná),
para quem é necessário uma investigação profunda, buscando esclarecer os
aspectos clínicos e adequar o tratamento. Amamentação deve ser mantida onde há risco de zika – VERDADE
Na Polinésia Francesa (onde houve surto de zika em 2013), médicos
encontraram partículas do vírus no leite materno. Mas ainda não se sabe
se existe transmissão para o bebê porque nem todo vírus encontrado no
leite é transmitido. Segundo dados do Centro de Vigilância
Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo, a transmissão raramente
ocorre de mãe para filho. Ainda de acordo com esse documento, “até
agora, não há relatos de crianças infectadas pelo zika vírus através da
amamentação. Pelos benefícios do aleitamento, mães devem ser encorajadas
a amamentar mesmo em áreas onde o zika vírus for encontrado”. O vírus pode ser transmitido pelo sêmen – NEM MITO, NEM VERDADE
Segundo o Ministério da Saúde, não há estudos consistentes a esse
respeito. Houve apenas um caso descrito de transmissão sexual. Além da
adoção rotineira do preservativo para a proteção contra doenças
sexualmente transmissíveis, o período de doença e os dias seguintes
devem ser tratados com uma cautela adicional. Nem todos os repelentes são seguros para gestantes - VERDADE
Apenas repelentes à base de DEET, IR3535 e Icaridina são considerados
seguros para uso durante a gestação, de acordo com o Ministério da
Saúde. O mosquito do Zika só pica de dia - MITO
O Aedes aegypti é um mosquito de hábitos predominantemente diurnos, mas
não é impossível que ele pique durante a noite. Essa espécie vem se
adaptando rapidamente ao ambiente urbano e doméstico. Por isso, a
recomendação é destruir os criadouros do mosquito.
Sempre verifique informações recebidas em fontes confiáveis como os
portais do Ministério da Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OMS),
do CDC dos EUA ou do Centro de Controle de Doenças Europeu
Homossexuais estão proibidos de doar sangue nos Estados Unidos desde 1983(stock.xchng/Grosby Group)
A
Food and Drug Administration (FDA), agência americana que regula
alimentos e medicamentos, pôs fim nesta segunda-feira a uma norma que
proibia homens homossexuais e bissexuais de doar sangue. A partir de
agora, a legislação permite a doação dos que não tenham mantido relações
com outros gays nos últimos 12 meses.
A norma revogada hoje estava em vigor há mais de 30 anos e a FDA
afirmou que sua atualização reflete "a mais atual evidência científica" e
a abordagem adotada em outros países como a Austrália e o Grã-Bretanha.
"A responsabilidade da FDA é manter um alto nível de segurança dos
produtos sanguíneos para as pessoas cujas vidas dependem disso", disse o
comissário interino da FDA, Stephen Ostroff, em comunicado. "Tivemos
muito cuidado para assegurar-nos que esta revisão da política está
respaldada por conhecimentos científicos sólidos e continua protegendo
nossa provisão de sangue", acrescentou Ostroff.
Em 1983, a FDA proibiu a doação de sangue para qualquer homem que
tivesse tido relações sexuais com outro homem, uma decisão tomada por
causa da crise da aids, quando os conhecimentos sobre o HIV eram muito
limitados e se buscava a maneira de deter sua propagação. Atualmente, os
teste de HIV sobre os doadores de sangue são realizados com
regularidade, razão pela qual é praticamente impossível que os bancos
dos hospitais recebam sangue com o vírus da aids.
Neste sentido, grupos de direitos dos homossexuais que defenderam
durante muito tempo a mudança desta política, como a National Drive Gay
Blood, manifestaram que, apesar de apoiar que a FDA tenha acabado com a
proibição, a nova política "continua sendo discriminatória". (Com EFE)
Pesquisadores irão estudar casos assintomáticos de zika, vírus transmitido pelo mosquito aedes aegypti(Thinkstock/VEJA)
Pesquisadores
de São José do Rio Preto, interior paulista, vão monitorar, ao longo de
cinco anos, 2.200 pessoas na cidade com o objetivo de identificar a
porcentagem de casos assintomáticos de zika vírus.
O projeto, coordenado por Maurício Lacerda Nogueira, do Laboratório
de Pesquisas em Virologia da Faculdade de Medicina de São José do Rio
Preto (Famerp), faz parte de uma força-tarefa organizada por cientistas
paulistas para entender o zika vírus e deter seu avanço. Atualmente,
pouco se sabe sobre o agente.
O financiamento do projeto, de acordo com Nogueira, já havia sido
aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp), para monitorar a dengue. Agora, os estudos incluirão também os
vírus zika e chikungunya, todos transmitidos pelo mesmo mosquito: o Aedes aegypti.
"Em geral, esses estudos populacionais a longo prazo são feitos de
forma passiva, com os pacientes que chegam ao hospital. O acompanhando
de forma prospectiva, como faremos, ajudará a descobrir qual a real
incidência desses vírus e qual a porcentagem dos casos assintomáticos",
declarou Nogueira ao jornal O Estado de S.Paulo.
De acordo como coordenador do projeto, como a população avaliada
inclui gestantes, será possível também determinar o risco relativo de
microcefalia.
O bairro escolhido para o estudo tem um histórico de infecção por
dengue. Na mesma região, o grupo conduz estudos sobre o mosquito, em
parceria com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen).
(Com Estadão Conteúdo)
De acordo com pesquisa da
Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, os produtos não são
capazes de reparar as fibras elásticas danificadas da pele
As
estrias pó-s-gravidez, que afetam entre 50% e 90% das mulheres, são
causadas por uma lesão na rede de fibras elásticas da derme. Os produtos
disponíveis no mercado para combater ou eliminar este problema não são
baseados em evidências científicas (Getty Images/VEJA)
Não
há produto capaz de prevenir, reduzir ou acabar com as estrias. É o que
diz uma pesquisa publicada recentemente na prestigiosa revista
científica British Journal of Dermatology. De acordo com o
estudo, liderado por Frank Wang, dermatologista e professor da
Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, não há evidência
científica para comprovar a eficácia destes produtos.
As estrias, sobretudo decorrentes da gravidez, afetam entre 50% e 90%
das mulheres. Entre os fatores de risco estão: histórico familiar,
ganho de peso e o tipo de gestação (múltipla ou de um bebê).
No estudo, os pesquisadores compararam amostras de pele com estrias
recém-formadas de 27 mulheres grávidas, com o tecido de outras regiões,
como abdômen e quadril. Os resultados mostraram que, em uma estria, a
rede de fibras elásticas na derme fica danificada. Apesar de essas
fibras elásticas terem a capacidade de "esticar e voltar à forma
anterior", uma vez danificadas, não é possível repará-las.
Os produtos disponíveis no mercado atualmente não são capazes de
reparar as fibras elásticas quebradas. "Pode fazer mais sentido,
portanto, focar em preservar as fibras elásticas em vez de reparar as
danificadas", disse Wang.
A equipe continua estudando formas de prevenir e tratar as estrias. (Da redação)
De acordo com um novo
estudo, fumar, beber, expor-se ao sol e à poluição estão entre as
principais causas da maioria dos tumores malignos
Câncer:
apenas entre 10% e 30% dos tumores seriam causados por mutações
celulares inevitáveis. Os cânceres mais comuns são desencadeados por
fatores externos e, portanto, poderiam ser evitados com mudanças de
comportamento e no ambiente(Thinkstock/VEJA)
Fumar,
beber, exposição ao sol e poluição do ar, são responsáveis por até nove
em cada dez casos de câncer. É o que diz um estudo publicado nesta
quinta-feira, na revista científica Nature.
A descoberta contraria uma pesquisa anterior, segundo a qual 65% dos
tumores seriam causados por erros aleatórios na divisão celular, o que
estaria fora de nosso controle. De acordo com o novo trabalho, realizado
por pesquisadores da Universidade Stony Brook, em Nova York, nos
Estados Unidos, estas mutações seriam responsáveis por, no máximo, 30%
dos tumores. Dessa forma, muitos casos seriam evitáveis se
"eliminássemos" todos os fatores externos de risco.
Os pesquisadores utilizaram diversas abordagens, incluindo modelos de
computação, dados populacionais e genéticos. "Fatores externos
desempenham um papel importante e as pessoas não podem mais utilizar a
'má sorte' como desculpa [para o câncer]", disse Yusuf Hannun, um dos
autores, à rede britânica BBC.
Outras evidências utilizadas pelos cientistas vieram de estudos
anteriores que mostraram que imigrantes provenientes de locais de baixa
incidência de câncer, ao se mudarem para países com alta incidência da
doença, acabavam desenvolvendo as mesmas taxas de ocorrência de tumores
da população local. Isso salienta o fator ambiental, em detrimento do
biológico ou genético.
Os pesquisadores ressaltaram que alguns cânceres são de fato
desencadeados por mutações genéticas, mas isso é raro. Os mais
prevalentes são causadas por fatores ambientais. Por isso, eles
ressaltaram a importância de considerá-los na prevenção e diagnóstico. (Da redação)
Para as mulheres são dois copos pequenos da bebida; para os homens, três
Todos os dias: assim como o vinho, a cerveja deve ser consumida com moderação(Polka Dot Images/Thinkstock/VEJA)
"Sabemos que a cerveja não é a culpada pela obesidade, já que ela tem
cerca de 200 calorias por caneca - o mesmo que um café com leite
integral"
Rosa Lamuela, pesquisadora
A cerveja foi elevada ao status do vinho no que diz respeito aos
benefícios à saúde. Um novo estudo espanhol comprovou que tomar uma
caneca da bebida por dia combate diabetes, evita ganho de peso e previne
contra hipertensão. Além de ter graduação alcoólica baixa, a cerveja
contém ainda ácido fólico, vitaminas, ferro e cálcio - nutrientes que
protegem o sistema cardiovascular.
"Nesse estudo, nós conseguimos banir alguns mitos. Sabemos que a
cerveja não é a culpada pela obesidade, já que ela tem cerca de 200
calorias por caneca - o mesmo que um café com leite integral", destaca a
médica Rosa Lamuela, uma das responsáveis pela pesquisa feita em
parceria entre a Universidade de Barcelona, o Hospital Clínico de
Barcelona e o Instituto Carlos III de Madri.
Os especialistas afirmam também que a cerveja não é a responsável
pelo aumento da gordura abdominal. A culpa, na verdade, seria dos
aperitivos gordurosos, como salgadinhos e frituras, que grande parte das
pessoas consome junto à bebida.
O estudo, realizado com 1.249 homens e mulheres acima de 57 anos,
indica que mulheres podem tomar dois copos pequenos de cerveja por dia,
enquanto para os homens estão liberados até três copos. Contudo, o
hábito deve estar associado a uma dieta saudável e a exercícios físicos
regulares.
Deu
zica. Este ano o Brasil enfrenta um surto de recém-nascidos com
microcefalia que é alarmante. Ao que tudo indica, essa epidemia está
relacionada a um vírus emergente, o zika vírus, que está se espalhando
rapidamente pelo país e pode ser o responsável por uma das piores
catástrofes na área de saúde de todos os tempos. São mais de mil casos
suspeitos de microcefalia em diversos estados, principalmente no
Nordeste. A microcefalia é uma malformação incurável que causa redução
do volume cerebral, com consequências graves e permanentes para o
desenvolvimento do individuo. É grave porque afeta fetos em formação e o
comprometimento é para vida toda.
O
zika vírus é um patógeno conhecido e identificado inicialmente em 1947
na floresta de Zika (Uganda), mas que desde 2007 estava restrito a
África e Ásia. Esse vírus pertence ao gênero dos flavivírus, que inclui o vírus da dengue, febre amarela e do Nilo, e pode
ser transmitido por um artrópode. No Brasil, são mais de 84 mil pessoas
infectadas. No individuo adulto, o Zika pode passar despercebido, em
alguns casos causando somente sintomas leves, como febre e dores pelo
corpo. Não existe vacina para esse vírus.
Após
alguns meses de silêncio, o governo federal finalmente se manifestou
sobre o problema. Com ajuda da Organização Mundial da Saúde e do CDC
(Centro de Controle de Doenças) dos EUA, que se preocupa com uma
eventual contaminação no continente americano, resolveram montar uma
operação de emergência. De acordo com nosso atual ministro da Saúde,
Marcelo Castro, o caos pode ser consequência direta de um descaso com o
programa de combate ao mosquito Aedes aegypti – o mosquito da dengue, e potencial agente transmissor do zika vírus.
Resolvi
escrever sobre o assunto, refletindo sobre quais seriam as atitudes
cientificas mais óbvias a serem tomadas. Isso não só seria uma
oportunidade única para os cientistas brasileiros (pois o mecanismo de
ação do vírus é ainda desconhecido), como permitiria que o governo
investisse em soluções definitivas (ao invés de investir em evitar
mosquitos). Os experimentos científicos descritos abaixo têm um baixo
custo em comparação ao orçamento destinado ao extermínio de mosquitos e
custos com futuros tratamentos para os afetados ao longo da vida.
A
primeira coisa a fazer seria buscar uma relação causal do vírus com o
fenótipo dos pacientes, algo inédito na literatura mundial. Até agora,
temos apenas uma correlação entre o vírus e material biológico dos
pacientes. E essa evidência não é robusta: apenas dois fetos infectados
com o vírus e com o diagnóstico de microcefalia por ultrassom existem
até o momento. O vírus também foi encontrado em tecidos de um outro bebê
com microcefalia que morreu ao nascer. Existem outras evidências
circunstanciais vindas de outros países e que, juntas, tornam essa
alternativa plausível. É possível que a versão do zika vírus brasileiro
seja uma variante ou linhagem genética mais patogênica, selecionada
através de algumas características da população nordestina, como
exposição ao vírus da dengue ou ao mosquito transmissor.
Mas
a pergunta mais importante seria como o zika vírus causa microcefalia?
Uma hipótese atraente seria que o zika vírus atravessasse a placenta,
atingindo o feto em momentos críticos do desenvolvimento neural na
gestação. O vírus poderia, por exemplo, infectar células do sistema
nervoso central, causando a morte ou alterando o ciclo de células
progenitoras neurais. Experimentos com modelos animais poderiam ajudar a
confirmar essa correlação, mas o tempo de gestação humano é diferente
da maioria dos animais em laboratório e ainda não sabemos se o vírus
infectaria células nervosas de outras espécies.
Um outro
experimento possível é colocar o vírus diretamente em contato com
“minicérebros” humanos. Felizmente o Brasil é um dos poucos países do
mundo que já possui esse tipo de tecnologia, inclusive com participação privada, que poderia agilizar esses experimentos.
Esse experimento apenas forneceria resultado interpretável caso o vírus
causasse morte ou alteração na replicação e especialização de células
progenitoras neurais. Um resultado negativo indicaria que o vírus deva
atuar de forma indireta.
Sinceramente,
acho até mais provável que esse seja o caso, pois existem outros vírus
já conhecidos que agem de forma indireta e causam problemas cerebrais.
Nesse caso, o vírus não atingiria células progenitoras neurais
diretamente, mas células da glia que, quando estimuladas, secretam
moléculas imunológicas que afetam o desenvolvimento neural. Essa via
pode também ser ativada pelo sistema imune da mãe quando infectada, e as
moléculas imunológicas (não o vírus) seriam as responsáveis pela
microcefalia. O mecanismo indireto é interessante do ponto de vista do
vírus, pois sugere uma tentativa de coevolução. Uma análise genética,
sequenciando o genoma da variante do zika brasileiro e comparando-a com
as linhagens asiáticas e africanas, revelaria quais seriam os genes
causadores da resposta imune e, consequentemente, da virulência
inesperada no surto brasileiro.
Se
realmente descobrirmos que o zika vírus é modulado por sinalização do
sistema imune, poderemos contra-atacar sua atuação durante a gravidez
com certos anti-inflamatórios, por exemplo. Seria, com toda certeza, um
plano de ação muito mais eficaz do que tentar combater o zika evitando
mosquitos, estratégia que o Brasil fracassou no passado.
O calor do verão favorece a proliferação
do inseto e eleva o risco de transmissão de doenças como dengue, zika e
chikungunya; entenda como se proteger.
Marina WentzelDe Basileia (Suíça) para a BBC Brasil
Mosquito Aedes aegypti precisa de água parada para se reproduzir (Foto: AFP Photo/Patrice Coppee)
Com a chegada do verão, aumenta a temperatura e também o risco de
transmissão de doenças como a dengue, zika e chikungunya, vírus que têm o
mosquito Aedes aegypti como vetor.
O calor faz o ciclo de vida do mosquito se acelerar e também
potencializa a multiplicação da virose dentro do mosquito, o que aumenta
as chances de contágio por enfermidades.
A BBC Brasil entrevistou Sebastião Amaral Campos, agente da secretaria
de Saúde de Piracicaba, no interior de São Paulo, que atua e coordena a
linha de frente de combate ao mosquito.
Com ele, procuramos entender onde estão os focos de reprodução
frequentemente ignorados e que se tornam um risco ainda maior durante o
período das férias.
Campos destacou que o inseto é adaptável e persistente e gosta de água
limpa e parada. Ele coloca os ovos nas paredes desses criadouros, bem
próximo à superfície da água, porém não diretamente sobre ela. Daí a
importância de lavar, com escova ou palha de aço, os objetos onde pode
haver focos.
Um ovo pode sobreviver em média por um ano no seco. Mesmo que o local
onde ele foi depositado fique sem água, não significa que a ameaça
acabou. Assim que encontrar humidade novamente o ovo volta a ficar ativo
e pode se transformar em pupa, larva e, então, chegar à fase adulta em
até sete dias.
A seguir, cinco locais que merecem atenção especial no combate ao mosquito. Piscina de criança
Casas de praia, que são apenas utilizadas durante os fins de semana,
apresentam um grande risco de serem criadouros do mosquito, pois a água
ficaria parada por exatamente uma semana.
Ao fechar o imóvel, os proprietários têm de tomar o cuidado de esvaziar
todos os recipientes contendo água limpa e parada e não deixar ao
relento objetos com superfícies que podem acumular chuva.
Sebastião chama atenção especial para as piscinas infláveis de criança.
É necessário esvaziar e guardar, para não juntar água entre as dobras
do plástico.
"Se quiser deixar cheia, é muito importante colocar cloro. Só assim a larva do mosquito não sobrevive", ressalta Campos.
Brinquedos abandonados no jardim são outro fator de risco. "O baldinho
de areia e o potinho do cachorro têm de ser esvaziados, escovados e
guardados na garagem". Vaso sanitário
Derramar água sanitária nos ralos de varanda e cobrir a tampa do vaso são ações importantíssimas.
Lugares da casa que não são muito frequenteados e podem acabar
esquecidos, como um banheiro de serviço ou uma varanda de fundos,
merecem atenção redobrada.
Nessas áreas, Campos recomenda usar muito cloro. "Às vezes, as pessoas
não pensam que o mosquito poderá utilizar o banheiro dentro da casa,
mas, sim, ele vem, pois é um bicho doméstico. Tem de tampar o vaso
sanitário para não deixar entrar". Bromélias
As plantas de folhas largas e cálice profundo podem acumular água nas
suas reentrâncias, gerando um criadouro ideal. Em muitos jardins, a flor
fica presa às paredes em placas de fibra de coco.
A sensação visual vertical passa a falsa idéia de que não há água
acumulada ali, pois, em teoria, ela escorreria. "Esse é um problema
principalmente nos bairros mais abastados", diz Campos.
"O pessoal rico pensa que dengue é coisa de pobre. Quando vamos visitar
a residência, já de cara não nos deixam entrar. Pensam que é assalto.
Aí depois entramos e está lá a bromélia cheia de água parada." Tampinha de garrafa
Tampa de garrafa, canudos de plástico, lata de alumínio. Esses são
alguns lugares inusitados onde as equipes de Campos já encontraram ovas
de Aedes aegypti. O agente de saúde também ressalta que o lixo reciclado
guardado em casa pode ser um risco em potencial.
"O mosquito gosta de água limpa e o chamado 'lixo seco', que pode
acumular ao relento até o dia da coleta seletiva e também virar foco de
reprodução do inseto. Tem de guardar dentro de casa. Não pode deixar
nada descoberto, na rua". Casquinha de caramujo
A casquinha vazia de um caramujo pode parecer pequena, mas guarda nela o
potencial para uma colônia de ovos do Aedes aegypti. Limpar com
persistência os cantos mais isolados do jardim é uma medida de sucesso
do controle do mosquito.
"Já encontramos mosquitos em casquinha de caramujo, de ovo, cada
coisinha pequeninha… Dá em tudo. Se bobear, o mosquito abusa", comenta
Campos.
"Pare e pense: esse é o bicho que mais mata no mundo hoje. Não tem como não levar a sério. É preciso acabar com ele", conclui.
Governo declarou situação de emergência por microcefalia há um mês. Instituições públicas e privadas buscam desenvolver teste mais simples.
Mariana Lenharo Do G1, em São Paulo
Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz fez
detecção pioneira de zika no líquido amniótico de mulher grávida de bebê
com microcefalia em novembro (Foto: Gutemberg
Brito/IOC/Fiocruz/Divulgação)
O teste atualmente disponível para diagnosticar o zika vírus no Brasil
ainda é complexo e só pode ser realizado em laboratórios altamente
especializados. Um mês depois de o Ministério da Saúde ter decretado
estado de emergência em saúde por causa do aumento de casos de
microcefalia, malformação associada ao zika vírus, existe uma corrida de
instituições públicas e privadas para desenvolver um teste mais simples
e que possa ser aplicado em larga escala.
Teste molecular
Por enquanto, o que está disponível tanto na rede pública quanto na
rede privada é o teste molecular. O método consiste em multiplicar a
quantidade de RNA do vírus na amostra coletada, ou seja, amplificar o
material genético do vírus para que seja possível identificá-lo
quimicamente. “É um teste de alta complexidade e não existe kit
comercial disponível. Todos os laboratórios que oferecem o exame têm que
desenvolver e validar o teste”, diz o infectologista Alberto Chebabo,
do Delboni Medicina Diagnóstica.
Segundo o infectologista Celso Granato, do Fleury Medicina e Saúde,
devido à alta complexidade, o ideal é que o exame não fosse feito em
larga escala. “O risco de contaminação das amostras aumenta
proporcionalmente à quantidade de testes realizados por um laboratório”,
diz. Ele explica que até a equipe responsável pelo procedimento deve
ser especializada.
O teste molecular, apesar de ser preciso, é capaz de detectar a
presença do vírus em um período muito curto de tempo: só até cinco dias
depois do aparecimento dos sintomas. Ou seja, é possível que o paciente
ainda esteja manifestando sintomas da doença e o vírus não seja mais
detectado em seu sangue. Teste sorológico
O que as instituições buscam desenvolver é um teste sorológico, capaz
de detectar os anticorpos contra o vírus. Esse teste seria capaz de
detectar a infecção por zika em uma janela maior de tempo.
O laboratório alemão Euroimmun já desenvolveu duas metodologias de
teste por sorologia para detectar o zika vírus: o teste de
imunofluorescência e o teste ELISA.
O teste de imunofluorescência já está disponível para comercialização,
porém apenas para aplicação em projetos de pesquisa. No Brasil, a
empresa deve apresentar a documentação para a Anvisa ainda este ano para
obtenção de registro.
Já o teste ELISA é um protótipo que deve ser liberado comercialmente fora do Brasil em fevereiro.
Segundo Gustavo Janaudis, diretor da Euroimmun, o teste de
imunofluorescência é capaz de detectar os flavivírus e arbovírus mais
comuns: os quatro sorotipos da dengue, chikungunya e zika. Já o ELISA
seria um teste complementar altamente específico, para confirmar o
diagnóstico. Quem faz o teste?
Na rede pública, os laboratórios de referência que fazem parte da rede
sentinela para zika vírus são Fiocruz-RJ, Fiocruz-PR, Fiocruz-PE,
Instituto Evandro Chagas-PA e Instituto Adolfo Lutz-SP. Todas essas
instituições trabalham no desenvolvimento de novos testes.
Além disso, existem 12 laboratórios centrais capacitados na técnica
molecular para a realização do diagnóstico de zika vírus, segundo o
“Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika”, lançado pelo governo esta semana.
Na rede privada, o Delboni, de São Paulo, já tem o teste disponível em
suas unidades a um preço de R$2.200. O laboratório Hermes Pardini, de
Minas Gerais, também está oferecendo o teste com o valor de R$ 499.
O laboratório Fleury pretende começar a oferecer o teste a partir de
terça-feira que vem, mas, a princípio, apenas para detecção do zika no
líquido amniótico de mulheres grávidas. O preço ainda não está definido,
mas deve ser aproximadamente R$ 500. Segundo Celso Granato, o Fleury
trabalha no desenvolvimento de um teste sorológico próprio e avalia a
possibilidade de realizar o teste molecular também no sangue e na urina.
Um jovem de 23 anos recebeu o 23º coração transplantado no estado. Em todo o ano passado, foram 21 procedimentos realizados.
Do G1 CE
Ceará completou 1.341 transplantes em 2015
(Foto: BBC)
O Ceará
chegou a 23 transplantes de coração, número que superou o total de 21
procedimentos realizados em todo o ano passado. A marca foi alcançada
depois que o estado realizou duas cirurgias na primeira semana de
dezembro.
Com 23 anos, o fortalezense Cairo Mesquita Costa foi quem recebeu o
último coração transplantado na tarde da última segunda-feira (7), no
Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, referência no
Norte e Nordeste em transplante de coração e pulmão. O paciente,
portador de uma grave miocardia dilatada e dependente de medicação,
esperou um mês pelo transplante e se recupera bem, de acordo com o
hospital.
Neste ano, o Ceará
completou um total de 1.341 transplantes - faltam 59 para superar o
atual recorde no estado, alcançado em 2014, com 1.399 procedimentos
executados. Além de coração, foram realizados, até então, mais
transplantes de rim/pâncreas, medula óssea e valva cardíaca que em todo o
ano passado. Até o mês de novembro, houve mais transplantes de fígado e
córnea que no mesmo período de 2014.
Balanço
Até novembro deste ano, foram 247 transplantes de rim, 6 de
rim/pâncreas, 21 de coração, 178 de fígado, 4 de pulmão, 72 de medula
óssea (63 autólogos e 9 alogênicos), 766 de córnea, 13 de esclera e 12
de valva cardíaca, totalizando 1.319 transplantes.
Em dezembro já foram realizados mais 2 de rim, 2 de coração, 2 de
fígado, um de medula óssea alogênico e 15 de córnea, aumentando o total
no ano para 1.341.
No ano passado, até novembro, foram 258 transplantes de rim, 5 de
rim/pâncreas, 18 de coração, 177 de fígado, 10 de pulmão, 57 de medula
óssea (55 autólogos e 2 alogênicos) 707 de córnea, 26 de esclera e 10 de
valva cardíaca, totalizando 1.268.
De acordo com a OMS, o vírus chegou ao continente há apenas 22 meses e diversos países já registram casos
Em
menos de dois anos, nove países da América Latina já registraram casos
autóctones do zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti,
também transmissor da dengue e do chicungunya(André Lucas Almeida/Futura Press/VEJA)
O
zika vírus chegou à América há apenas 22 meses e já atingiu nove países
do continente. É o que fiz um relatório da Organização Mundial da Saúde
(OMS) divulgado terça-feira.
Segundo a organização, até fevereiro de 2014 não havia nenhum caso
confirmado de infecção pelo vírus na região. Mas o primeiro registro no
continente aconteceu no mesmo mês, na Ilha de Páscoa, província do Chile
no Pacífico. No início deste ano, o primeiro caso foi notificado no
Brasil. Em outubro, na Colômbia e no mês seguinte, foram confirmados
casos em outros seis países: Paraguai, Venezuela, Suriname, El Salvador,
Guatemala e México.
Segundo um relatório publicado em outubro pelo Centro de Controle e
Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), além
da América Latina, também foram registrados casos de transmissão do zika
em países da África, da Ásia, da Oceania e de ilhas no Oceano Pacífico. Alerta mundial - A OMS emitiu também um alerta
mundial para que seus países-membros reforcem a vigilância para o
eventual crescimento de infecções provocadas pelo zika vírus. (Da redação)
Para pesquisadora americana, diminuir
carboidrato é ligeiramente mais eficaz, embora nenhuma dieta restritiva
funcione a longo prazo.
Da BBC
Estudo concluiu que dietas de baixa ingestão de gordura não geram maior perda de peso (Foto: BBC)
Dietas com baixa ingestão de gordura não levam a uma perda de peso
maior que as outras, como aquelas com baixo consumo de carboidratos.
Essa é a conclusão de uma grande metanálise (estudo que integra os
resultados de várias pesquisas sobre uma mesma questão) envolvendo mais
de 68 mil adultos. O trabalho, feito nos Estados Unidos, foi publicado
na revista científica "The Lancet Diabetes & Endocrinology".
Segundo os especialistas envolvidos no estudo, nenhuma dieta baseada no
consumo de proporções específicas de calorias provenientes dos três
grupos de alimentos – carboidratos, proteínas e gorduras – funciona a
longo prazo. Sem evidências
O estudo foi liderado por Deirdre Tobias, da Escola de Medicina de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos.
"Não há evidências positivas a favor de dietas com baixo consumo de gordura", disse a pesquisadora.
Um grama de gordura contém mais do que o dobro das calorias contidas em
um grama de carboidratos ou proteínas, explicou a médica.
"Então, a lógica é: reduzir a ingestão de gordura levaria naturalmente à
perda de peso. Mas nossas evidências claramente indicam que isso não
acontece."
Tobias e seus colegas fizeram uma revisão sistemática de 53 estudos que
compararam a eficácia de dietas com baixa ingestão de gordura a outras
dietas – incluindo aquela em que não há restrições.
O objetivo era avaliar a capacidade da dieta com pouca gordura de levar
à perda de peso a longo prazo (pelo menos um ano) em participantes
adultos.
Os especialistas levaram em conta a intensidade das dietas, que
envolviam desde simples instruções em uma folha de papel até programas
intensivos para emagrecimento incluindo sessões de terapia, anotações
diárias em um caderno e aulas de culinária.
Concluída a análise, os pesquisadores verificaram que não houve
diferença na média de perda de peso entre dietas com pouca gordura e
dietas com mais gordura.
Cortar a gordura, o estudo concluiu, só é mais eficaz do que simplesmente não fazer dieta alguma.
Além disso, produziu menos perda de peso do que cortar carboidratos –
embora a diferença seja muito pequena (pouco mais de um kg), informaram
os autores.
"A ciência não endossa dietas com pouca gordura como melhor estratégia
para perda de peso a longo prazo", disse Tobias. "Para controlarmos a
epidemia de obesidade, vamos precisar de mais pesquisas para identificar
melhores abordagens."
O desafio, disse a pesquisadora, é não apenas perder peso, mas mantê-lo baixo a longo prazo.
"Temos de ir além das proporções de calorias vindas de gordura,
carboidratos e proteína para discutir padrões saudáveis de alimentação,
alimentos integrais e tamanhos das porções", disse Tobias.
"Encontrar formas de melhorar a adesão a dietas a longo prazo, e de
evitar o ganho de peso, em primeiro lugar, são estratégias importantes
para que tenhamos um peso saudável", concluiu. Doença Crônica
Márcio Mancini, endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia (SBEM), disse à BBC Brasil não haver
surpresas nas revelações do estudo norte-americano.
"Dietas, isoladamente, são inefetivas para a média. Não vou dizer que
não se deve tentar, mas a maioria dos pacientes vai necessitar de algo
mais."
Na opinião do brasileiro, esse "algo mais" é o medicamento. Segundo
ele, a obesidade é um problema crônico, e demanda o uso de estratégias
semelhantes às usadas no tratamento de outras doenças crônicas, como o
diabetes e a hipertensão.
"Hoje, as diretrizes da sociedade médica americana (para o tratamento
da obesidade) são receitar o remédio já na primeira consulta", disse.
"Que é o que se faz em tratamentos para hipertensão, por exemplo.
Ninguém mais diz, 'reduz o sal e vamos ver como está a pressão daqui a
três meses'".
"É remédio na primeira consulta, trata-se de um problema crônico", reforçou.
Médicos do serviço nacional de saúde do Reino Unido – o NHS –, por
outro lado, sugerem que outras estratégias devem ser adotadas antes do
remédio.
O serviço recomenda, além de dieta e exercícios, que o paciente procure
grupos de apoio na comunidade. No Brasil, há os Comedores Compulsivos
Anônimos, entre outros serviços de ajuda.
Pela primeira vez a
organização associou o vírus ao aumento de casos de microcefalia. No
Brasil, com 78 casos, Sergipe decretou emergência para a doença
Em
comunicado, a OMS pediu que seus países-membros reforcem a vigilância
para o eventual crescimento de infecções provocadas pelo zika vírus e
apelou para a redução dos criadouros de Aedes aegypti em locais com a
presença do mosquito(Thinkstock/VEJA)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu terça-feira um alerta
mundial para que seus países-membros reforcem a vigilância para o
eventual crescimento de infecções provocadas pelo zika vírus. A entidade
também sugeriu o isolamento dos pacientes infectados e que países
fiquem alerta para a necessidade de ampliar o atendimento de serviços
neurológicos e de cuidados específicos a recém-nascidos.
No texto, a OMS sugeriu que os pacientes infectados pelo vírus
permaneçam em casa, com proteção de telas e repelentes. A medida é uma
estratégia para tentar combater a dispersão do vírus. Isso porque o
Aedes aegypti pode também se contaminar pelo vírus ao picar uma pessoa
com a doença. O órgão também recomendou que as gestantes se protejam do
mosquito.
Pela primeira vez a organização reconheceu a ligação entre o vírus e o
crescimento de doenças como microcefalia e a síndrome Guillain-Barré. O
documento citou diretamente o aumento destes casos no Brasil e
recomendou que países que não têm casos autóctones de zika reforcem a
vigilância para identificação rápida de eventuais infecções.
Nos países com registros de casos autóctones (transmitidos na própria
cidade ou país) de zika, as recomendações da OMS são: autoridades
sanitárias devem acompanhar tendências de uma eventual dispersão do
vírus para outras regiões, ficar atentas a complicações neurológicas e
aumento de doenças autoimunes em pacientes de todas as idades, reforçar a
vigilância no aparecimento de má-formação em bebês.
A OMS também fez um apelo para que países com a presença do Aedes aegypti reduzam os criadouros. Brasil - Na terça-feira, outro estado nordestino,
Sergipe, declarou situação de emergência após serem diagnosticados 78
bebês com microcefalia, em 32 cidades na região. No início da semana,
Pernambuco, que lidera as estatísticas da doença no país (646 casos),
também havia decretado emergência.
O Ministério da Saúde já está planejando um protocolo específico para o
acompanhamento de gestantes. Além de um manual sobre as condutas que
devem ser adotadas por equipes de saúde, o governo prepara o mapeamento
dos serviços disponíveis para o atendimento dos bebês e de familiares.
Por enquanto, o governo recomenda que mulheres se protejam contra
picadas do mosquito usando repelentes, protegendo suas casas com telas e
usando roupas de mangas longas.
Até agora, a microcefalia era considerada rara, por isso, é baixo o
número de profissionais com capacitação para o acompanhamento e
diagnóstico da síndrome. (Com Estadão Conteúdo)
Entre 2013 e 2014, a
população brasileira teve um ganho de 3 meses e 18 dias; em 1940, quando
a pesquisa foi iniciada, a expectativa de vida era de 45,5 anos
Expectativa
de vida de brasileiros subiu em 2014 para 75,2 anos, um aumento de 3
meses e 18 dias em comparação com o ano anterior(Thinkstock/Thinkstock)
A
expectativa de vida do brasileiro ao nascer subiu para 75,2 anos,
segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) nesta terça-feira. O acréscimo é de 3 meses e 18 dias
em comparação com 2013 - (74,9 anos). Separando os sexos, as mulheres
tiveram um ganho de 3 meses e 11 dias, passando de 78,6 para 78,8 anos.
Enquanto os homens ganharam 3 meses e 25 dias, indo de 71,3 para 71,6
anos. O levantamento feito pelo IBGE é usado pelo Ministério da
Previdência Social como um dos parâmetros para determinar o fator
previdenciário no cálculo das aposentadorias. Quando o instituto deu
início às estatísticas, em 1940, a expectativa de vida era de apenas
45,5 anos.
Na comparação regional, o Estado que apresentou a maior expectativa
foi Santa Catarina (75,1 para homens e 81,8 para mulheres), enquanto
que, no outro extremo, está o Maranhão (70 anos para ambos os sexos).
Outra boa notícia é a redução da mortalidade infantil no país, que
caiu 90,2% entre 1940 e 2014, segundo o IBGE. Naquele ano, ocorriam
146,6 óbitos a cada mil nascidos vivos, enquanto que, no ano passado,
esse número reduziu para 14,4 óbitos. A maior incidência de morte de
menores de um ano foi encontrada nos Estados do Amapá (29,7 óbitos por
1.000 habitantes), Maranhão (25,5) e Alagoas (22,4). Na outra ponta,
aparecem o Espírito Santo (9,6), Santa Catarina (9,8) e o Paraná (10,1),
com as menores taxas de mortalidade infantil. (Da redação)
Com poucos ajustes ainda
por fazer, o sistema antidoping brasileiro tem enfim um laboratório de
padrão internacional preparado para o desafio de 2016
Por: Cecília Ritto
TUDO NOVO - No prédio recém-construído, o laboratório conta com equipamentos muito mais modernos e eficientes(Andre Valentim/VEJA)
O
Rio de Janeiro segue firme na corrida para a Olimpíada de 2016, mas o
percurso tem obstáculos razoavelmente altos. O mais recente veio da
Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), que pôs o Brasil
numa lista de seis países em "estado de alerta" por atrasos no
cumprimento de algumas normas. O puxão de orelha faz parte do esforço
renovado da agência para organizar o sistema antidopagem, abalado por um
devastador relatório da própria Wada que incriminou dirigentes,
técnicos e órgãos do governo da Rússia na prática de contrafação
sistemática dos astros do atletismo. Apesar dos tropeços apontados, o
Brasil apresenta nesse quesito uma significativa e indispensável melhora
de desempenho: tem um laboratório novo em folha preparado para detectar
de modo confiável a presença, no sangue e na urina dos esportistas, de
substâncias que turbinam artificialmente seus resultados. Ligado ao
departamento de química da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), o prédio no câmpus da Ilha do Fundão já está credenciado para
análises rotineiras e em processo de habilitação para atuar na
Olimpíada.
Os entraves, de cunho burocrático, precisam ser solucionados até
março de 2016, segundo a Wada. Um deles é o prazo de tramitação de
processos na Justiça Esportiva, que a agência quer ampliar por
considerar o atual limite de sessenta dias insuficiente para atender aos
padrões internacionais. A Wada pede mais tempo para recorrer de
decisões locais. A solução passa por uma mudança na legislação, que o
governo se prepara para encaminhar ao Congresso. O outro entrave é a
efetivação da recém-criada Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem
(ABCD) como entidade capacitada a lidar com o assunto. Isso levará a uma
unificação de todo o processo, atualmente pulverizado pelas diversas
confederações. O clima geral, porém, é de justificado alívio. O Brasil
estava sem laboratório antidoping desde 2013, quando o único existente,
espremido em uma saleta na mesma UFRJ, não tinha sequer condições de
coletar sangue e teve o desfecho esperado: depois de falhar em uma
bateria de testes, foi descredenciado.
De acordo com documento
da Associação Mundial de Psiquiatria, a falta da espiritualidade ou uma
visão distorcida dela pode piorar quadros depressivos e aumentar o risco
de transtornos mentais e abuso de substâncias ilícitas
Estudos
mostram que a religiosidade e a espiritualidade trazem melhorias na
qualidade de vida e no ganho social do indivíduo, o que pode ajudar no
combate ao stress causado por perdas, à depressão, na prevenção do
suicídio e na recuperação de suicidas(Thinkstock/VEJA)
Religião
e espiritualidade têm implicações significativas na prevalência,
diagnóstico, tratamento e até na prevenção de doenças mentais. É o que
diz a Associação Mundial de Psiquiatria (WPA, na sigla em inglês).
De acordo com um documento assinado pela WPA, nas últimas décadas
houve uma crescente conscientização sobre a relevância da
espiritualidade e da religião nas questões de saúde mental. Os mais de
3.000 estudos analisados sobre o assunto indicam que a religião e a
espiritualidade impactam na qualidade de vida e na sociabilidade, o que
ajuda no combate ao stress causado por perdas, à depressão, na prevenção
do suicídio e na recuperação de pessoas que tentaram o suicídio.
Por outro lado, a falta da espiritualidade ou uma visão distorcida
dela pode piorar quadros depressivos e aumentar o risco de transtornos
mentais e abuso de substâncias ilícitas.
Os recursos espirituais e religiosos avaliados nos estudos variaram -
crer ou não em Deus ou em um poder superior e participar de programas
de meditação e de perdão espiritual. (Da redação)
Na cidade de Nova Lima,
uma mineradora que pertence à multinacional brasileira está envolvida em
denúncias de despejo de rejeito e emissão de gases tóxicos desde 2007
Placa da Vale S.A na entrada da mina Fábrica Nova, em Mariana, Minas Gerais(Ricardo Moraes/Reuters)
Uma
associação de moradores de Nova Lima, região metropolitana de Belo
Horizonte (MG) e a 50 quilômetros de Mariana, está em guerra há pelo
menos oito anos com a companhia Vale S/A, que responde pela ITM Vargem
Grande, que faz parte de um complexo de mineradoras. As obras para a
construção do empreendimento e também do seu funcionamento estão
acompanhadas de denúncias envolvendo crimes ambientais, principalmente a
emissão de gases tóxicos e o despejo de rejeitos no corpo hídrico da
região. A Vale nega as acusações e afirma que cumpre medidas de
preservação ao meio ambiente.
O presidente da Associação dos Proprietários do Solar da Lagoa
(Assproa), Luiz Begazo, diz que vem denunciando a companhia desde que
começaram as obras da ITM. Ele e a família tiveram de abandonar a casa
por causa do barulho. "Depois disso, passei a estudar profundamente
assuntos envolvendo mineração e descobri uma série de irregularidades
que passei a denunciar nos órgãos ligados à Secretaria Estadual do Meio
Ambiente e também no Ministério Público", contou.
A denúncia mais recente foi registrada em abril. Begazo estava
andando próximo da Lagoa das Codornas quando viu uma mancha na água. Ele
registrou queixa na Polícia Militar Ambiental que, posteriormente,
constatou que eram rejeitos de mineração que atingiram uma área de 2.000
metros quadrados, sem contar uma parte que ficou submersa. No boletim
de ocorrência, o representante da Vale, Genilton Crispim dos Santos,
afirmou que houve "falha no sistema de concentração e parte do minério
transbordou".
Segundo Begazo, a Vale não tinha nem autorização para operar. A
licença só foi concedida pelo governo de Minas Gerais 23 dias depois, na
82ª Reunião Ordinária da Unidade Regional Colegiada Rio das Velhas do
Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). Ele encaminhou um
e-mail para a secretaria em 4 de novembro, na véspera da tragédia de
Mariana, reforçando as denúncias contra a companhia que não teria
apresentado, sete meses depois do acidente, um plano para a remoção dos
rejeitos.
Na queixa, ele lembra que a Usina de Pelotização Vargem Grande, que
faz parte do complexo, já teve as atividades suspensas duas vezes. A
primeira, em julho do ano passado, por emissão de gases tóxicos; a
segunda suspensão aconteceu em outubro, por causa de irregularidades no
sistema de tratamento de efluentes (águas residuais).
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente disse que a denúncia não foi
apurada porque foi encaminhada para o setor errado. E diz que tem "todo
um procedimento para denúncias disponível no site do Meio Ambiente de
Minas Gerais". E ficou de encaminhar corretamente o caso. Já a Vale S/A
informou que o acidente de abril foi um vazamento de polpa de minério,
mas que foram adotadas medidas de contenção e não houve prejuízo ao meio
ambiente. "É importante salientar que se trata de um material inerte." CPI das barragens - O Senado e a Justiça vêm
apliando o cerco à mineradora Samarco. Nesta quarta-feira, o Senado deve
criar a CPI das Barragens, com o objetivo de investigar possíveis
irregularidades na fiscalização e na manutenção das barragens da Samarco
e apurar a responsabilidade pelo desastre ambiental. Outras barragens
do país também podem ser alvo dos senadores.
O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), leu na noite desta
terça-feira o pedido de criação da comissão parlamentar, apresentado
pela senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), que contava com o apoio de 47
senadores. Os senadores tinham até a meia-noite para retirar as
assinaturas. A CPI precisa de ao menos 27 assinaturas, um terço da Casa
para ser criada.
De acordo com o requerimento de criação, a CPI terá prazo de 120 dias
para fazer as investigações, tendo onze titulares e sete suplentes.
Essa comissão também deve analisar a situação de outros locais em que
haja exploração de mineração, a fim de saber se há riscos ambientais
semelhantes.
Para Rose de Freitas, é preciso investigar a fragilidade do processo
de fiscalização. "O fiscal de uma empresa não pode fiscalizar a própria
empresa. A estrutura do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral)
é zero", afirmou a senadora referindo-se ao fato de que, com pouca
estrutura, o órgão usa a "autofiscalização" como método. Segundo a
senadora, os parlamentares querem discutir as falhas do processo, para
verificar se há riscos em outros barragens de mineradoras espalhadas
pelo Brasil.
Quanto ao Judiciário, nesta terça-feira a Justiça do Espírito Santo
deu 72 horas para que a Samarco apresente apólices de seguro para a
cobertura dos prejuízos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. A
decisão, em caráter liminar, é do juiz Menandro Taufner Gomes, da 1.ª
Vara da Fazenda Pública Estadual, Registros Públicos e Meio Ambiente de
Colatina, norte do Estado, em ação do Ministério Público do Espírito
Santo. Para o magistrado, "o risco à não recuperação da biosfera local é
concreto e objetivo", disse.
Caso não apresente as apólices, a empresa terá de pagar multa diária
de 1 milhão de reais. Por força de multas e acordos, a Samarco já
contabiliza mais de 1 bilhão de reais em prejuízos. Procurada, a empresa
reiterou que está cumprindo as determinações e acordos feitos com a
Justiça e Ministério Público.
Ainda nesta terça, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e a
Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH) declararam emergência na
Bacia do Rio Doce. Na segunda-feira, o presidente da Frente Nacional de
Prefeitos (FNP), Marcio Lacerda (PSB), prefeito de Belo Horizonte, se
reuniu com representantes de quinze municípios atingidos pela lama. Além
de compensações financeiras para as prefeituras, foi discutida a
reconstrução de Bento Rodrigues. (Com Estadão Conteúdo)
Cientistas americanos
criaram em laboratório insetos com genes que bloqueiam a ação da doença,
usando a CRISPR/Cas9, uma técnica revolucionária de edição de DNA.
Contudo, ainda são necessários testes com os insetos antes de soltá-los
na natureza
A
malária é uma doença infecciosa propagada pela picada da fêmea do
mosquito “Anopheles”, infectada por protozoários do gênero “Plasmodium”,
transmitidos ao homem pelo sangue.(Jim Gathany/CDC/Reprodução)
Cientistas
americanos criaram em laboratório centenas de mosquitos geneticamente
modificados incapazes de transmitir malária. Usando uma técnica
revolucionária, chamada CRISPR/Cas9, os pesquisadores da Universidade da
Califórnia, nos Estados Unidos, inseriram nas células reprodutivas dos
insetos Anopheles stephensi (que transmitem a doença na Ásia e
são responsáveis por mais de 10% dos casos na Índia), genes que
bloqueiam a ação da doença. Assim, cruzando com outros membros da
espécie, esses mosquitos geram descendentes que não transmitem a malária
e que poderiam combater a doença que atingiu 214 milhões de pessoas em
2015, causando 438 000 mortes.
O estudo foi publicado na edição desta terça-feira (24) do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).
De acordo com os cientistas, os insetos modificados passaram a produzir
anticorpos bloqueadores que foram repassados para 99,5% da prole, um
imenso sucesso. Para conseguir identificar quais mosquitos carregam o
gene bloqueador, os pesquisadores ligaram a esse gene um outro, que dá
aos mosquitos olhos vermelhos fluorescentes.
O objetivo da pesquisa é que esses mosquitos possam, no futuro, ser
soltos na natureza para acasalarem com os mosquitos selvagens. Assim, os
genes de bloqueio poderão entrar na cadeia e, eventualmente, cobrir
toda a população do inseto, anulando a capacidade das espécies de
infectar as pessoas com o parasita Plasmodium falciparum, que causa a malária
"Linhagens baseadas nessa tecnologia podem sustentar o controle e a
eliminação como parte das ações de erradicação da malária", escrevem os
autores no estudo. Edição genética - Apesar de o resultado ter sido
bastante positivo, os autores do estudo afirmam que é preciso cautela,
pois o procedimento ainda precisa ser aperfeiçoado para funcionar fora
dos laboratórios. Antes de liberarem os mosquitos transgênicos na
natureza, são necessários testes com os insetos para que não aconteça
nenhum imprevisto que cause desequilíbrios ecológicos.
Grande parte da preocupação está ligada à técnica que a equipe
norte-americana usou para editar os mosquitos. A CRISPR/Cas9 ganhou fama
em 2013 e foi usada com sucesso no ano seguinte para criar macacos transgênicos.
Esse método possibilita que partes do genoma sejam recortadas,
deletadas e substituídas como se fossem arquivos digitais de
computadores. O sistema usa moléculas de RNA como guias que levam os
cientistas até as sequências específicas do DNA que precisam ser
modificadas. Por usar esse princípio, ele é o mais simples, preciso e
eficiente editor de genomas já desenvolvido.
Entretanto, as pesquisas em modelos animais sugerem que usar o método
nesses tipos de células levaria a mutações inesperadas em várias outros
trechos do genoma - o que foi comprovado por um estudo chinês com genes de embriões humanos.
A CRISPR/Cas9 ainda não é tão segura ou eficiente a ponto de ser
testada de forma ampla. Além disso, há a preocupação ética de que
intervir em estágios iniciais do desenvolvimento de espécies possa
trazer consequências desconhecidas para as gerações futuras.
Em agosto, um grupo de pesquisadores publicou na Science um artigo
pedindo cautela com a criação e liberação de organismos geneticamente
modificados - um dos autores desse artigo, Anthony A. James, é um dos
principais autores do novo estudo sobre o vetor da malária. A doença - A malária é uma doença infecciosa propagada pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por protozoários do gênero Plasmodium,
transmitidos ao homem pelo sangue. É raro, mas a transmissão também
pode ocorrer quando o sangue de uma pessoa infectada entra em contato
com o de outra sadia, em situações como o compartilhamento de seringas,
transfusão de sangue ou até mesmo de mãe para feto, na gravidez. A
doença, que tem como principal sintoma a febre alta, tem tratamento. (Da redação)
Negócio está avaliado em US$ 155 bilhões; após fusão, operação da Pfizer deve sair dos EUA para pagar menos impostos
Estadão Conteúdo
A Pfizer, fabricante do Viagra, e a Allergan, que produz o Botox,
afirmaram nesta segunda-feira que realizarão uma fusão, em um chamado
acordo de investimento de cerca de US$ 155 bilhões. O negócio criará a
maior farmacêutica do mundo em vendas.
A fusão também mudará um dos principais nomes das corporações dos
Estados Unidos para um país estrangeiro. Acordos como esse permitem que
uma companhia norte-americana se mude para o exterior e com isso pague
impostos menores em outro país. As iniciativas do tipo permanecem
populares, mesmo diante de esforços dos EUA para contê-las.
Para ajudar a garantir impostos mais baixos, o acordo será estruturado
tecnicamente como uma fusão reversa, com a Allergan, sediada em Dublin,
que é menor, comprando a Pfizer, sediada em Nova York. As empresas
disseram que a nova companhia terá o nome de Pfizer PLC e será negociada
na bolsa sob o símbolo PFE, símbolo usado atualmente pela Pfizer na New
York Stock Exchange (Nyse).
Pelos termos do acordo, as companhias trocarão 11,3 ações da Pfizer por
cada ação da Allergan. O negócio envolve ainda entre US$ 6 bilhões e US$
12 bilhões em dinheiro.
O executivo-chefe da Pfizer, Ian Read, liderará a companhia resultante,
com o executivo-chefe da Allergan, Brent Saunders, assumindo a função de
diretor de operações. Read é um crítico dos impostos cobrados às
companhias norte-americanas, que segundo ele colocam essas empresas em
desvantagem ante rivais de outros países.
A taxa de impostos da Pfizer está em 25%, a maior entre as principais do
setor, segundo a Evercore ISI. Com o negócio com a Allergan, a Pfizer
reduzirá essa taxa para abaixo de 20%, estimam analistas. A Allergan
paga cerca de 15% atualmente.
O Departamento do Tesouro divulgou na semana passada novas regras para
evitar esses acordos de investimento com o objetivo de reduzir o
pagamento de impostos.
Analistas disseram que as regras não parecem ser capazes de conter a
fusão da Pfizer e da Allergan, ainda que exista um risco de uma ação do
governo dos EUA para impedir o negócio. Para o acordo ir adiante, as
empresas necessitarão de aprovação de reguladores antitruste pelo mundo.
Dispositivo criado pela Unicamp tem o tamanho de uma moeda. No Brasil surge um novo caso da doença a cada nove minutos.
Do G1 Campinas e Região
Uma pesquisa inédita da Unicamp desenvolveu um equipamento que pode
detectar a formação do câncer de mama seis meses antes de algum nódulo
aparecer. O dispositivo, que tem o tamanho de uma moeda, possui 64
sensores. Segundo os pesquisadores, quando ele recebe sangue, transforma
reação química em corrente elétrica e a partir de gráficos, ele mostra a
concentração de uma proteína que se multiplica quando a doença aparece:
a HER2.
A gente tentou criar um dispositivo que fosse capaz de detectar essa proteína em concentrações bem baixas"
Cecília de Carvalho e Silva, pesquisadora
"Meses antes de desenvolver o câncer de mama, essa proteína começa a
ser liberada no sangue. Baseada nessa proposta, a gente tentou criar um
dispositivo que fosse capaz de detectar essa proteína em concentrações
bem baixas", afirma a pesquisadora Cecília de Carvalho e Silva. Grafite de lápis
Normalmente, um microchip é feito de silício, mas para desenvolver a
tecnologia, os pesquisadores da Unicamp utilizaram um outro material, o
grafeno, que é basicamente grafite de lápis.
O método permite detectar a formação do câncer de mama seis meses antes
da formação do nódulo e também poderia ajudar no tratamento,
monitorando o nível da proteína durante a realização da quimioterapia.
"Para saber qual estágio do câncer essa mulher se encontra", afirma a pesquisadora. Nanotecnologia
Foram quatro anos de pesquisa do departamento de química da Unicamp em
parceria com a equipe de engenharia elétrica para que o microchip
pudesse ter contato com um líquido sem provocar o curto-circuito dos
componentes. A nanotecnologia empregada é de fácil adaptação a outros
equipamentos, como um smartphone, por exemplo.
Segundo o pesquisador Lauro Tatsuo Kubota, a tecnologia pode ser
utilizada fora dos laboratórios. "Pode ser no próprio consultório médico
ou em casa", explica.
O equipamento pode se tornar uma prevenção ao tipo de câncer que mais
mata mulheres no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
São mais de 8 milhões de mortes todo ano.
No Brasil surge um caso a cada 9 minutos e metade dos diagnósticos
acontece em estágio avançado, onde o tratamento é mais difícil.
"O ideal é que nos façamos o diagnóstico da doença antes dela ser
palpável, antes dela ser percebida pela paciente", afirma Cássio Cardoso
Filho, vice-diretor clínico do Caism, Hospital da Mulher da Unicamp.
No entanto, antes de ser feito teste em sangue humano, o dispositivo
tem que ser aprovado pelo Conselho de Ética da Unicamp e não existe
previsão de data para isso acontecer.
Pesquisadores desenvolvem dispositivo para detectar câncer de mama (Foto: Reprodução/ EPTV)
Número de casos da
anomalia que prejudica o desenvolvimento cerebral dos bebês disparou
para 399 apenas neste ano, segundo o Ministério da Saúde
O
diretor de vigilância de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde,
Cláudio Maierovitch, divulga o boletim epidemiológico sobre os casos de
microcefalia no país - 17/11/2015(Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
O
Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira ter identificado a
presença do vírus zika em exames coletados em dois fetos com
microcefalia. Os resultados indicam uma possível relação entre o súbito aumento nos casos da anomalia e a entrada do zika no Brasil, a partir do início deste ano.
"Não podemos ser categóricos. Mas a presença do vírus não é apenas
uma coincidência", disse o diretor do Departamento de Doenças do
Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, em entrevista coletiva nesta
terça. "Estamos sendo extremamente cautelosos nessa relação, porque a
situação é nova no mundo. Até agora, não havia nenhum relato entre o
vírus zika com malformação congênita. Por isso falamos de uma relação
provável."
Cláudio Maierovitch informou ainda que os testes realizados com a
retirada de líquido amniótico não são feitos rotineiramente por
apresentarem riscos. Outras possíveis causas, de acordo com o diretor,
seguirão sendo pesquisadas. O zika vírus é transmitido pelo mosquito da
dengue, o Aedes aegypti. Número de casos dispara - A microcefalia é uma
anomalia que prejudica o desenvolvimento do cérebro dos recém-nascidos e
se caracteriza pela circunferência cefálica inferior a 33 centímetros. O
número de casos no país, que costumava fica em dez ao ano, disparou em
2015 para 399. Os casos foram registrados em Pernambuco (268), Sergipe
(44), Rio Grande do Norte (39), Paraíba (21), Piauí (10), Ceará (9) e
Bahia (8). A maior parte deles foi identificada nos últimos três meses.
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Diante do avanço, o ministério tornou compulsória a notificação de
casos da anomalia em todo território nacional. Dessa forma, o protocolo
para identificação de bebês com o problema, desenvolvido em Pernambuco,
deverá ser usado em todo o país.
A Organização Mundial da Saúde foi comunicada sobre os resultados dos
exames divulgados nesta terça. Ao fazer o anúncio, o diretor convidou
cientistas de todo o Brasil e do mundo a ajudar na comprovação de uma
eventual relação entre a infecção por zika e o aumento de casos de
microcefalia.
Maierovitch afirmou que a situação é extremamente preocupante.
"Embora ainda não haja confirmação, os resultados demonstram a
necessidade de se reforçar ainda mais as medidas de combate ao mosquito
transmissor da doença", disse. O diretor admitiu que a tarefa não é
fácil. A própria história da dengue no Brasil demonstra os entraves. O
vírus da dengue chegou no país na década de 80 e, desde então, foram
sucessivas as epidemias provocadas pela doença. (Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)
Secretaria da Saúde projeta captação superior às 22 doações efetivas alcançadas
no mês de outubro
O Ceará já realizou, do início do ano até outubro, 1.183
transplantes, 20 procedimentos a mais do que no mesmo período de 2014
O Ceará pode registrar número recorde de doações neste mês de novembro.
A afirmação se deve ao fato de o Estado ter atingido, na última semana,
a média de três doações efetivas de órgãos e tecidos para transplantes a
cada quatro dias do mês, no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), no
Instituto Dr. José Frota (IJF) e na Santa Casa de Misericórdia, no
município de Sobral.
De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), o número
projeta captação superior às 22 doações efetivas alcançadas em outubro,
o melhor índice do ano até o momento. Neste mês de novembro, já são
nove doações efetivas e, neste ano, 163. Em 2014, foram efetivadas 220
doações de janeiro a dezembro.
O processo de doação e transplante no Ceará tem apresentado
comportamento distinto a partir do mês de julho, em relação ao primeiro
semestre de 2015. De janeiro a junho deste ano, o Ceará registrou 64
recusas familiares (43%) em 150 entrevistas para captação de doadores de
órgãos e tecidos realizadas no semestre. No período, foram notificados
260 potenciais doadores. Desses, 84 (32%) tornaram-se doadores efetivos.
Entre julho e outubro, foram 45 recusas familiares (36%) em 124
entrevistas. No segundo semestre, até outubro, foram notificados 179
potenciais doadores sendo 79 (44%) efetivados.
O resultado dessa mudança se reflete nos números de transplantes. O
Ceará realizou mais procedimentos de janeiro a outubro deste ano que no
mesmo período do ano passado. Em dez meses de 2015, foram 1.183,
enquanto contabiliza 1.163 em 2014, ano em que ficou estabelecido o
recorde de 1.399.
Em termos de doações efetivas, no ano passado, a média mensal foi de 18
doadores efetivos, com total de 220 no ano. Este ano, a média mensal no
primeiro semestre ficou em 14 doadores efetivos e, entre julho e
outubro, em 19,75. Morte encefálica
A maioria dos transplantes é feita a partir de doadores com morte
encefálica. Ainda assim, a decisão quanto à doação é da família desses
pacientes. Por isso, a importância de quem pretende ser doador de órgãos
de comunicar essa intenção à família.
Apesar da morte encefálica, o coração do doador deve permanecer batendo
até o momento da cirurgia de retirada dos órgãos que serão
transplantados. Se o coração parar de bater, só poderão ser doados
alguns tecidos, como as córneas. Vidas salvas
Pelos tipos de transplantes realizados no Ceará, um único doador tem a
chance de salvar ou melhorar a qualidade de vida de pelo menos 11
pacientes que estão na fila de espera. Na doação, órgãos e tecidos que
podem ser aproveitados para transplante são os dois rins, dois pulmões,
coração, fígado e pâncreas, duas córneas e três valvas cardíacas.
Quando um doador é efetivado, com o sinal positivo da família para a
doação, a retirada de órgãos e tecidos e o transplante devem obedecer em
prazos estabelecidos, já que existe tempo máximo de preservação desses
órgãos e tecidos fora do corpo.
Até outubro deste ano, foram realizados no Ceará 22 transplantes de
rim, 5 de rim/pâncreas, 18 de coração, 158 de fígado, 3 de pulmão, 64 de
medula óssea, 690 de córnea, 13 de esclera e 10 de valva cardíaca. Em
novembro, até o dia 12, contabizam-se 8 transplantes de rim, 4 de
fígado, 1 de medula óssea e 10 de córnea, totalizando 23 transplantes. Doe de coração
A 13ª edição da campanha "Doe de Coração" foi iniciada em setembro. A
ação é uma iniciativa da Fundação Edson Queiroz e é reconhecida pela
Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. O gesto de solidariedade
vem, há mais de uma década, contribuindo para o aumento do número de
doadores no Ceará.
Segundo especialista, pilates, natação e pedalar são boas alternativas, mas antes é preciso buscar autorização médica.
Da BBC
Dor nas costas não é motivo para ficar parado – muito pelo contrário (Foto: Thinkstock/BBC)
O hábito de ficar sentado o dia todo, muitas vezes em uma cadeira
inadequada e inclinado em direção à tela do computador está entre as
causas de um dos males do mundo moderno: a dor nas costas.
Dor no ciático, hérnia e rigidez no pescoço são alguns dos problemas
que podem se tornar crônicos e trazem limitações na hora de fazer
exercícios.
“Ficar sentado durante tanto tempo nos obriga a adotar uma postura que
não é adequada para o corpo humano”, afirmou à BBC Mundo, serviço em
espanhol da BBC, Sebástian Pineda, diretor da Escola de Capacitação de
Personal Trainers, que atua em países como México e Colômbia.
Há práticas que podem ser adotadas tanto para melhorar como para
aliviar o quadro de dor nas costas, segundo o especialista. Atividades
como pilates, natação e caminhada, além de exercitar o corpo, ajudam a
criar o hábito de se manter em boa postura.
“Muitos de nós não mantêm uma rotina adequada de atividades físicas.
Como os músculos sustentam o corpo e são acionados todo o tempo, eles
vão começar a doer de alguma maneira se não forem exercitados”, explica.
Confira a seguir alguns dos exercícios indicados para quem sofre do problema. Pilates
Pilates pode ser uma boa alternativa para quem sofre de dor nas costas (Foto: Thinkstock/BBC)
Antes de tudo, é preciso que pessoas que sofrem de dor nas costas obtenham autorização médica antes de começar a se exercitar.
Isso porque há o risco de determinadas atividades piorarem sua
condição. “A primeira coisa a se fazer é obter uma indicação médica ou a
permissão de quem está tratando o problema”, diz Pineda.
O pilates, série de exercícios geralmente feitos em espaços fechados e
realizados de maneira controlada, é uma das melhores formas de colocar o
corpo em atividade sem pôr em risco os músculos das costas.
“O cinturão abdominal é a parte mais exercitada no pilates, e a maioria
das pessoas que trabalha essa área do corpo não sofre de nenhuma doença
nas costas”, explica Pineda.
Além disso, segundo o especialista, o pilates ajuda a pessoa a respirar melhor e obriga o corpo a adotar a postura adequada.
“O pilates é uma excelente maneira de melhorar e fortalecer as costas
com alguns poucos exercícios selecionados. Uma pequena sessão, pouco a
pouco, pode fazer uma grande diferença”, afirmou à revista Healthy
Magazine a personal trainer norte-americana Lorraine Furmedge. Natação
Natação é um dos exercícios mais recomendados para quem tem dores nas costas (Foto: Thinkstock/BBC)
É um dos exercícios mais recomendados pelos médicos a pessoas com problemas crônicos nas costas.
Uma das premissas para essa indicação é que as costas não sofrem com a
posição exigida pelo exercício nem com o impacto dele, diferentemente de
quando se corre, por exemplo.
“A natação é um esporte integral, que trabalha especialmente a parte
superior do corpo. É um grande tonificador das costas”, diz Pineda.
Uma boa rotina de natação também pode ajudar a melhorar a respiração, o que é fundamental para se adotar uma boa postura.
“A maioria das dores sentidas nas costas tem a ver com a falta de
disciplina do corpo. E a natação, com o movimento constante de braços e
pernas, ajuda nisso.” Pedalar
Bicicleta ergométrica também é uma boa alternativa (Foto: Thinkstock/BBC)
Primeira advertência: pedalar na rua não é um bom exercício para as costas por causa da postura que obriga a pessoa a adotar.
O que se recomenda para pessoas com esse problema é ir à academia e
ajustar a bicicleta ergométrica de forma que as costas fiquem em sua
posição natural, não curvada, enquanto se pedala.
“A bicicleta é uma excelente alternativa por causa do movimento das
pernas e do fortalecimento de alguns músculos do quadril. E ter um apoio
obriga a pessoa a ficar nessa posição (benéfica) durante um grande
período de tempo”, explica o treinador.
Há ainda outros exercícios de academia que podem ajudar a melhorar os problemas nas costas.
“Mas é preciso ter uma orientação adequada, pois muitas das dores no
corpo são provocadas por práticas erradas na hora de se exercitar”, diz. Em casa
Segundo Pineda, há várias maneiras de tonificar as costas sem ter de ir a uma academia ou a uma piscina.
"Para mim, os exercícios de alongamento são chave. Por isso, mais que o
pilates ou a natação, recomendo a ioga, que ajuda a mover o corpo de
acordo com a respiração”, afirma.
Também são indicadas atividades que podem ser feitas usando barras ou estruturas semelhantes.
“É possível realizá-los com uma barra em casa, ou mesmo com uma mesa. A
ideia é fazer que o corpo se exercite de maneira suave e sem forçá-lo
demais, para evitar que as costas se machuquem”, completa o
especialista.