O estudo aponta que a maioria das vítimas está em idade ativa, uma vez que 90,4% delas têm entre 18 e 64 anos


Os dados foram informados pelo Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), em levantamento que toma como base os indicadores do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (Dpvat). O relatório aponta ainda o Ceará como o terceiro estado com maior número de acidentados no trânsito, o que inclui também as mortes e aquelas pessoas que conseguiram se recuperar sem sequelas. Por ordem, Minas Gerais e São Paulo aparecem no topo da lista.
No total, 2.242 pessoas morreram nas estradas cearenses em 2015, enquanto outras 3.142 envolvidas nos sinistros mantiveram-se sem consequências à própria integridade física.
Em termos nacionais, 43 mil pessoas foram a óbito, enquanto houve outros 525 mil casos de invalidez permanente em função da violência no trânsito. Isso gerou como impacto econômico a perda do equivalente a R$197 bilhões, calculando-se a interrupção da atividade produtiva resultante da incapacidade para o trabalho.
O levantamento realizado pelo CPES indica que o País perdeu, no ano passado, o correspondente a 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Anualmente, cerca de 664 mil pessoas se envolvem em acidentes com veículos automotores. "A Guerra do Vietnã durou 16 anos e não matou tantas pessoas. O tsunami do Japão matou 11 mil. É assustador o número de brasileiros mortos e feridos por ano. Segundo a Organização Mundial de Saúde, somos destaque nesta triste estatística. Em 2010, estávamos atrás apenas da China, Índia e Nigéria", expõe o diretor do CPES, Cláudio Contador, responsável pelo estudo Estatísticas da Dor e da Perda do Futuro, que originou o relatório.
Já no Ceará, o impacto gerado pelo problema chegou ao equivalente a R$12,38 bilhões, o que se compara a quase 10% do PIB do Estado. "Quando uma pessoa morre num acidente, ela deixa de produzir riquezas para seu País. Se fica inválida, deixa de produzir e também impacta a economia de sua família, porque torna-se dependente de cuidados e tem despesas adicionais. É disso que a pesquisa trata", esclarece Cláudio Contador.

O estudo aponta também que a maioria das vítimas está em idade ativa, uma vez que 90,4% delas têm entre 18 e 64 anos, ou seja, incluem-se em um grupo em plena produção de riqueza para a sociedade, conforme a co-autora do estudo e coordenadora do CPES, Natália Oliveira.
A perda de mão de obra é registrada por um índice chamado Valor Estatístico da Vida (VEV), que calcula os déficits econômicos originados pelo problema. O VEV no Brasil contabiliza que uma pessoa deixa de produzir anualmente por morte ou invalidez uma média de R$2.200. No total, 75% dos óbitos no trânsito são de homens, enquanto 25% são mulheres. Dos homens mortos, 92% têm entre 18 e 64 anos de idade.
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