sexta-feira, 17 de junho de 2016

CE é o 2º em casos de invalidez devido a acidentes de trânsito

O estudo aponta que a maioria das vítimas está em idade ativa, uma vez que 90,4% delas têm entre 18 e 64 anos
No total, 2.242 pessoas morreram nas estradas cearenses em 2015, enquanto outras 3.142 se envolveram em sinistros ( Foto: José Leomar )
A violência no trânsito permanece como um dos principais impactos na vida de muitas famílias, além de ser grande responsável por repercussões negativas na economia, tanto em nível estadual, como nacional. No Ceará, só no ano passado, 63.241 pessoas estiveram cadastradas como incapacitadas em decorrência de colisões no trânsito e atropelamentos. O Estado tornou-se, assim, a segunda unidade federativa no Brasil em número de pessoas sem condições de retornar ao trabalho após um acidente, estando à frente só de Minas Gerais, que contabilizou 65.253 pessoas nessas condições.
Os dados foram informados pelo Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), em levantamento que toma como base os indicadores do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (Dpvat). O relatório aponta ainda o Ceará como o terceiro estado com maior número de acidentados no trânsito, o que inclui também as mortes e aquelas pessoas que conseguiram se recuperar sem sequelas. Por ordem, Minas Gerais e São Paulo aparecem no topo da lista.
No total, 2.242 pessoas morreram nas estradas cearenses em 2015, enquanto outras 3.142 envolvidas nos sinistros mantiveram-se sem consequências à própria integridade física.
Em termos nacionais, 43 mil pessoas foram a óbito, enquanto houve outros 525 mil casos de invalidez permanente em função da violência no trânsito. Isso gerou como impacto econômico a perda do equivalente a R$197 bilhões, calculando-se a interrupção da atividade produtiva resultante da incapacidade para o trabalho.
O levantamento realizado pelo CPES indica que o País perdeu, no ano passado, o correspondente a 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Anualmente, cerca de 664 mil pessoas se envolvem em acidentes com veículos automotores. "A Guerra do Vietnã durou 16 anos e não matou tantas pessoas. O tsunami do Japão matou 11 mil. É assustador o número de brasileiros mortos e feridos por ano. Segundo a Organização Mundial de Saúde, somos destaque nesta triste estatística. Em 2010, estávamos atrás apenas da China, Índia e Nigéria", expõe o diretor do CPES, Cláudio Contador, responsável pelo estudo Estatísticas da Dor e da Perda do Futuro, que originou o relatório.
Já no Ceará, o impacto gerado pelo problema chegou ao equivalente a R$12,38 bilhões, o que se compara a quase 10% do PIB do Estado. "Quando uma pessoa morre num acidente, ela deixa de produzir riquezas para seu País. Se fica inválida, deixa de produzir e também impacta a economia de sua família, porque torna-se dependente de cuidados e tem despesas adicionais. É disso que a pesquisa trata", esclarece Cláudio Contador.
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O estudo aponta também que a maioria das vítimas está em idade ativa, uma vez que 90,4% delas têm entre 18 e 64 anos, ou seja, incluem-se em um grupo em plena produção de riqueza para a sociedade, conforme a co-autora do estudo e coordenadora do CPES, Natália Oliveira.
A perda de mão de obra é registrada por um índice chamado Valor Estatístico da Vida (VEV), que calcula os déficits econômicos originados pelo problema. O VEV no Brasil contabiliza que uma pessoa deixa de produzir anualmente por morte ou invalidez uma média de R$2.200. No total, 75% dos óbitos no trânsito são de homens, enquanto 25% são mulheres. Dos homens mortos, 92% têm entre 18 e 64 anos de idade.

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