Novo estudo demonstrou que, após 5 anos, 88% dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica conseguiram controlar o diabetes sem o uso de insulina

Diabetes: um novo estudo mostrou que 88% dos
pacientes submetidos à cirurgia bariátrica conseguiram controlar o
diabetes sem o uso de insulina pelo menos cinco anos após a operação
(Thinkstock/VEJA)
O diabetes tipo 2 ocorre quando o organismo de uma pessoa torna-se resistente à insulina, o hormônio que controla os níveis de glicose no sangue. O excesso de peso é um fator de risco importante para a doença.
“Nossos resultados mostram a durabilidade contínua do controle glicêmico após a cirurgia metabólica, perda de peso persistente, além da redução do uso de medicamentos para doenças cardiovasculares após cinco anos.”, disse Philip Schauer, principal autor do estudo.O trabalho, feito pela Clínica Cleveland, nos Estados Unidos, é considerado o maior e mais completo sobre o assunto. Foram analisadas três terapias diferentes e os pacientes foram acompanhados por cinco anos. Participaram do estudo 150 pessoas com sobrepeso e diabetes descontrolada, que foram divididas em três grupos: o primeiro recebeu um tratamento à base de medicamentos; o segundo foi submetido à cirurgia com o bypass gástrico; e o último à gastrectomia vertical.
Ao final dos cinco anos de acompanhamento, 88% dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica conseguiram controlar o diabetes sem o uso de insulina. Também houve redução da necessidade de medicações para hipertensão e colesterol. Aqueles submetidos à operação também perderam mais peso, em comparação com os que apenas fizeram a terapia medicamentosa.
Em relação às duas técnicas cirúrgicas analisadas, os pacientes com bypass gástrico mantiveram maior perda de peso e uma taxa mais alta de remissão do diabetes tipo 2, em comparação àqueles submetidos à gastrectomia vertical.
Apesar dos resultados, os autores ressaltam que é preciso analisar os riscos e benefícios da cirurgia de acordo com o perfil de cada paciente. O estudo contou com o apoio da Ethicon Endo-Surgery, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês) e da Associação Americana de Diabetes.
Cirurgia como tratamento
A cirurgia gástrica deveria ser uma opção de tratamento padrão para pacientes com diabetes, é o que sugere uma diretriz publicada recentemente na revista Diabetes Care. O documento, assinado por 45 entidades mundiais, entre elas a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), aponta a operação como mais uma opção a ser considerada no tratamento do diabetes tipo 2 para pacientes com IMC entre 30 e 35. Atualmente o procedimento é indicado apenas para pacientes com IMC igual ou maior 35, com doenças associadas.“O tratamento do diabetes com a cirurgia metabólica é uma tendência mundial. No Brasil, representa uma alternativa eficaz para 5% a 15% dos 13,5 milhões de diabéticos existentes no país. Combatendo o diabetes podemos diminuir a possibilidade de surgimento das doenças associadas como os problemas renais, de visão, circulatórios, entre outros”, explica Ricardo Cohen, único brasileiro a participar da elaboração do documento.
Números alarmantes
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de adultos com diabetes quadruplicou nas últimas quatro décadas, passando de 108 milhões de pessoas em 1980 para 422 milhões atualmente.No Brasil, a porcentagem de pessoas com a doença passou de 5% para 8,1% no mesmo período. Em 2014, foram 71.700 mortes causadas no país pela doença.
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