sábado, 17 de setembro de 2016

Anemia é sempre sinal de alerta



O leite materno é fonte de ferro, o que não ocorre com o de vaca. Além de ele não ser rico em ferro, prejudica a absorção, exceto o fortificado industrialmente
Ingerir carnes em geral, suco de frutas cítricas (laranja, limão, acerola), não misturar leite ou chá na mesma refeição, evitar chocolate como sobremesa, utilizar panela de ferro no preparo dos alimentos são recomendações que ajudam a mudar a rotina e os sintomas de quem tem deficiência de ferro (DFe).
Já entre os fatores que dificultam a absorção estão os fitatos, fosfatos e carbonatos (presentes no abacaxi, hortaliças e leite), o tanino (chá e café) e a fosfoproteína (gema de ovo). Importante: o ferro dos alimentos de origem animal, 20% a 30% são absorvidos no intestino, enquanto que no ferro dos itens de origem vegetal (ferro não-heme), a taxa de absorção é de apenas 1% a 7%.
"Quando falta ferro no sangue, falta oxigênio e isso traz consequências negativas para a saúde. Pode sentir cansaço fácil e constante, sem motivo aparente, dor de cabeça, tontura, irritabilidade, falta de atenção", afirma o hematologista Rodolfo Cançado, do Comitê de Glóbulos Vermelhos da Associação Brasileira e Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH).
Prevalência elevada
Há décadas, a DFe continua sendo a alteração hematológica mais comum, acometendo de 20% a 30% da população mundial, especialmente crianças, mulheres em idade fértil e gestantes. A pessoa com deficiência de ferro pode ter apetite por coisas ou substâncias não alimentares: terra, gelo, macarrão cru, limão e giz, dentre outras.
A DFe, sobretudo a anemia ferropriva, piora a qualidade de vida e a sobrevida das pessoas acometidas. É causada pela dieta pobre em ferro, falta da absorção de ferro, que se dá no duodeno, e perda de sangue, como, por exemplo, acontece em mulheres que têm menstruação excessiva. Também devido à ocorrência de tumores do tubo digestivo (e apresentar sangramento).
Como tratar
O hematologista Rodolfo Cançado reforça que a investigação da anemia é tão importante quanto o tratamento da mesma. "Muitas vezes, o primeiro sinal de um tumor de estômago ou de intestino é a anemia. Se não investigarmos a pessoa com anemia, podemos estar perdendo a chance de diagnosticar um tumor numa fase ainda curável", diz.
O diagnóstico é feito com o hemograma (mede as hemácias, hemoglobina; e as características morfológicas dos glóbulos vermelhos), e a dosagem da ferritina. O tratamento (sais ferrosos ou férricos) dura de 90 dias até seis meses. Quem melhora dos sintomas, costuma parar a medicação após 20 ou 30 dias, e a anemia volta. Mas, para corrigi-la, são necessárias até seis semanas; para equilibrar os estoques, mais dois ou três meses.

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