sábado, 19 de novembro de 2016

CE volta a registrar morte por raiva após 4 anos

Outro alerta da Secretaria é sobre o estoque de vacinas antirrábicas que segue abaixo no ideal
por Thatiany Nascimento - Repórter
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O agricultor de 37 anos, morador da zona rural de Iracema, diagnosticado com a doença no mês de outubro, morreu na madrugada do dia 11 de novembro, no Hospital São José, em Fortaleza ( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
Após quatro anos e oito meses sem óbitos por raiva humana, o Ceará voltou a registrar uma ocorrência do tipo, neste mês. O agricultor de 37 anos, morador da zona rural de Iracema, diagnosticado com a doença no mês passado, morreu na madrugada do dia 11 de novembro, no Hospital São José, em Fortaleza, após uma parada cardíaca. O paciente contraiu raiva após ser agredido por um morcego. A ocorrência chama a atenção para a necessidade de prevenção, já que a raiva pode ser transmitida por mordida, lambida ou arranhão de um animal infectado. Outro alerta é o estoque de vacinas antirrábicas que segue abaixo no ideal no Ceará.
O óbito foi confirmado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Em nota, a Pasta ressaltou que, durante os 23 dias de internação, "o paciente recebeu toda a assistência necessária". Nesse período, explica a nota, a equipe médica chefiada pela infectologista e diretora da unidade, Tânia Coelho, manteve contato permanente com o médico Rodney Willoughby Jr., dos Estados Unidos, que desenvolveu o protocolo de tratamento.
Segundo a Sesa, entre 2005 e 2012, foram confirmados cinco casos de raiva humana. Este é o sexto em quase 11 anos. Saguis (soins), cães, morcegos, gatos e raposas são animais que podem transmitir a doença, caso estejam infectados. A taxa de letalidade entre humanos, segundo a Sesa, é próxima de 100%.
Conforme o Boletim Semanal das Doenças de Notificação Compulsória, divulgado ontem, neste ano, até o dia 12 de novembro, foram registrados 24.545 acidentes por animal potencialmente transmissor de raiva no Estado do Ceará.
Além do alerta para a necessidade de vacinar estes animais de forma preventiva, a coordenadora de imunização da Secretaria da Saúde, Ana Vilma Leite, enfatiza que o baixo estoque de vacinas humana contra a raiva - como profilaxia pré-exposição ao risco ou pós-exposição ao vírus, nos casos de acidentes leves e acidentes graves - ainda preocupa no Estado.
Vacina
Em outubro, embora a Sesa tivesse solicitado 15 mil doses desta vacina humana, o Ministério da Saúde só enviou 850 doses para o Ceará. Neste mês, a situação melhorou, mas permanece aquém do suficiente. A demanda cobrada pela Sesa foi a mesma de outubro, e a União encaminhou 5 mil doses. Em relação ao soro antirrábico também utilizado na profilaxia, Vilma assegura que toda semana estão sendo liberadas 50 ampolas para as cinco macrorregiões da Saúde (Fortaleza, Sobral, Sertão Central, Cariri e Litoral Leste/Jaguaribe). O quantitativo, segundo ela, é suficiente.
Só Fortaleza recebe uma quantidade superior, com a distribuição de 100 ampolas por semana para o Hospital São José. Este número não atende à demanda total. "Nós estamos já discutindo uma oficina com os profissionais para ver a necessidade de aplicar este soro. Estamos tentando equacionar a quantidade necessária para não faltar", explica.
Casos
Transmissão por soins
2005
São Luís do Curu
2008
Camocim
2010
Ipu
2012
Jati
Transmissão por cachorro
2010
Chaval
Transmissão por morcego
2016
Iracema
Mais informações
Dados sobre sintomas e prevenção podem ser consultados no link http://bit.Ly/svsraiva

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