sábado, 23 de junho de 2012

Mais duas mortes por dengue no CE

O boletim semanal da dengue divulgado, ontem, pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) trouxe 3.096 casos a mais da doença do que os registrados no relatório anterior. Houve também aumento no número de óbitos. As mortes por dengue por complicação aumentaram de cinco para seis registros e, pelo tipo hemorrágico, de seis para sete, a maior parte em Fortaleza.


Fortaleza ainda tem o maior número de casos registrados: 20.219, o que corresponde a 76,5% das ocorrências de todo o Estado Foto: Kid Júnior
De acordo com o relatório da 25º semana epidemiológica da dengue, no ano de 2012 houveram, no Ceará, 26.408 confirmações de casos da doença além de 50.328 notificações.

Das confirmações registradas, Fortaleza apresenta 76,5% do número de casos, com o total de 20.219 pessoas atingidas. Em seguida, aparece Crato, que, apesar de não ter registrado nenhum caso nesta semana, assume 3,7% do total de casos confirmados e soma 987 infectados.

A Secretária Executiva Regional VI se mantém na liderança dos números, com 4.540 ocorrências registradas. No entanto, o bairro Prefeito José Walter, pertencente à Regional V, é, até agora, o mais afetado pelo problema, com 664 casos só em 2012.

O recente mapeamento informa, ainda, o registro de 160 casos graves da doença confirmados, sendo 49 da Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), e 111 por Dengue por Complicação (DCC). Permanecem em investigação 36 óbitos, sendo 16 na Capital e 20 no Interior. 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Pesquisa identifica duas mutações genéticas envolvidas com o câncer de mama


Uma das variações está associada a um tipo raro e agressivo da doença que não responde ao tratamento convencional

Célula cancerígena
Célula cancerígena: identificadas novas mutações genéticas associadas ao câncer de mama (Thinkstock)
Um estudo publicado nesta quinta-feira na revista médica Nature identificou duas variações genéticas associadas ao câncer de mama que não haviam sido relacionadas à doença anteriormente. Esses resultados fazem parte de um dos maiores trabalhos sobre o sequenciamento genético desse câncer. A pesquisa foi feita por pesquisadores de diversas instituições dos Estados Unidos e do México, incluindo o Instituto Broad, ligado à Universidade Harvard e ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos.
Após realizarem o sequenciamento genético do DNA obtido pelo tecido de 103 pacientes com câncer de mama, os pesquisadores descobriram que uma mutação envolvendo os genes MAGI3 e Akt3 está associada a um tipo raro e agressivo do câncer de mama. De acordo com os autores, esse tumor não responde ao tratamento convencional aplicado à doença. O outro achado da equipe indicou que mutações nos genes CBFB e RUNX1, que já haviam sido relacionadas a cânceres que atingem o sangue, também estão ligadas aos tumores na mama.
“Antes, esses genes não estariam no topo da lista de genes que acreditamos ter relação com o câncer de mama. É exatamente esse o objetivo de realizar esse tipo de análise. Esses resultados nos dão a oportunidade de identificar variações genéticas que nunca havíamos imaginado estarem envolvidas com o câncer”, diz Alfredo Miranda, chefe do laboratório de genoma do câncer do Instituto Nacional de Medicina Genômica, no México, e um dos autores da pesquisa. “Mostramos que, de fato, há uma grande diversidade de mutações genéticas envolvidas no câncer de mama. Nós não conhecemos todas, mas cada vez mais as novas informações nos ajudarão a identificá-las."
Clique nas perguntas abaixo para saber mais sobre câncer de mama:

Dr. Antonio Wolff

O oncologista Antonio Wolff é especialista em câncer de mama. Está começando um projeto de pesquisa com 8.000 mulheres, que fará testes com dois remédios — trastuzumabe e lapatinibe. Os primeiros resultados deverão começar a aparecer em dois anos.
Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Wolff é pesquisador da Universidade Johns Hopkins há doze anos. Ali, atende pacientes duas vezes por semana e estuda, faz pesquisas, dá palestras. Seu foco é no que pode ser feito para melhorar a vida do paciente.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Johnson & Johnson enfrenta processo bilionário por propaganda ilegal de medicamento

Empresa pode pagar multa de até 1,7 bilhão de dólares por indicar medicamento antipsicótico para fins não aprovados pelas agências reguladoras americanas

Risperdal Risperdal: propaganda do medicamento para usos não aprovados pelas agências reguladores pode render multa bilionária (Reprodução)
A Johnson & Johnson está perto de fechar um acordo bilionário com o Departamento de Justiça americano, referente à promoção ilegal do uso do antipsicótico Risperdal, fabricado pela Janssen, uma subsidiária do grupo, para fins não aprovados. A informação foi publicada nesta quarta-feira pelo Wall Street Journal.
O uso off-label, ou seja, para fins que não estão previstos na bula, é permitido aos médicos nos EUA. A legislação dos país, porém,  só permite que as companhias façam propaganda dos remédios para os usos aprovados pelo FDA (Food and Drug Administration, agência do governo americano que controla remédios e alimentos). O Risperdal, cujo princípio ativo é a risperidona, é indicado para o tratamento da esquizofrenia, transtorno bipolar e irritabilidade associada ao autismo.
Diversos estados americanos acusam a empresa de ter indicado, em campanhas de marketing, o uso do Risperdal para fins não aprovados pelas agências reguladoras americanas — incluindo a propaganda feita diretamente para idosos em asilos.
As fontes citadas pela reportagem afirmaram que os valores a serem pagos podem variar entre 1,5 bilhão e 1,7 bilhão de dólares. A empresa farmacêutica e o Departamento de Justiça americano não se pronunciaram sobre o caso. Caso pague a quantia, será uma das maiores já desembolsadas em processos do gênero. Em 2009, a Pfizer concordou em pagar uma multa de 2,3 bilhões de dólares pela propaganda ilegal do analgésico Bextra e de outros medicamentos.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Imagens mostram o cérebro de quem perde a paciência

Pesquisa revela que estoque de autocontrole é limitado – e custa a ser reposto

Ressonância magnética: Ressonância magnética: autocontrole é como uma piscina que se esgota conforme o uso. (Thinkstock)
Um estudo conduzido na Universidade de Iowa mostrou o que acontece no cérebro de uma pessoa quando sua paciência se esgota. A pesquisa revela que existe um estoque limitado de autocontrole, que vai diminuindo conforme o uso. Quanto mais o estoque é exigido, maior a probabilidade de uma pessoa perder o controle.

Saiba mais

CÓRTEX CINGULADO ANTERIOR
Parte frontal do córtex cingulado, região que é responsável por regular tanto funções autônomas, como a pressão sanguínea, quanto cognitivas, como a emoção e o aprendizado. É ativo na regulação da motivação e detecção de conflitos.
CÓRTEX PRÉ-FRONTAL DORSOLATERAL
Região cerebral envolvida em decisões morais e de risco. Faz parte do córtex pré-frontal, que é responsável pela tomada de decisões, moderação do comportamento social e pela coordenação entre as emoções internas e as ações.
O estudo, liderado pelo neurocientista William Hedgcock, é o primeiro a usar imagens de ressonância magnética para mostrar a atividade cerebral de um voluntário enquanto ele realiza tarefas que necessitam de autocontrole. As imagens obtidas mostram que a atividade na região conhecida como córtex cingulado anterior permanece estável durante toda a tarefa. Essa área é responsável por reconhecer as situações onde o autocontrole é necessário.
No entanto, a atividade do córtex pré-frontal dorsolateral, responsável pelo manejo do autocontrole e pela escolha das melhores respostas para as situações estressantes, não permanece igual. Ele é ativado com menor intensidade depois de cada esforço, sinalizando que a paciência vai se esgotando.
O cientista interpretou esses resultados como uma prova de que as pessoas não têm problemas em reconhecer situações estressantes que exigem autocontrole. No entanto, fica cada vez mais difícil manter a cabeça fria e tomar as melhores decisões quando o estresse é contínuo ou recorrente.
O estudo também questiona a ideia de o autocontrole funciona como um músculo, que pode ser exercitado. Ao contrário, de acordo com a metáfora usada pelos pesquisadores, ele funcionaria como uma piscina que se esvazia conforme o uso – e leva tempo para enchê-la novamente.
Segundo o pesquisador, o estudo é importante por ajudar a elaborar uma melhor definição do que é autocontrole e explicar por que as pessoas tomam decisões que não são boas para elas mesmas. Uma possível implicação da pesquisa é no desenvolvimento de novas terapias para tratar o vício em drogas, comida e compras. Além disso, pode ajudar também a identificar pessoas que tenham problemas de autocontrole decorrentes de problemas no nascimento.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Sites lançam serviço de marcação de consultas médicas

A marcação de consultas pela internet virou negócio no Brasil.
Desde o início do ano, quatro sites que permitem agendar on-line uma visita ao médico foram lançados em São Paulo -e têm planos de expandir a área de cobertura.
As páginas são inspiradas na americana ZocDoc, lançada em 2007 e que atrai cerca de 1,2 milhão de usuários por mês, segundo o serviço.
"As pessoas já fazem buscas de médicos na internet. Agora já podem marcar consultas a qualquer hora do dia", diz Paulo Piccini, 29, fundador do site YepDoc, lançado em abril.
Segundo ele, a maioria das consultas são agendadas fora do horário comercial.
No site, o paciente escolhe o convênio (ou consulta particular), a especialidade e a região. A página gera uma lista de médicos com os dias e os horários disponíveis. O agendamento é confirmado por e-mail.

Editoria de Arte/Folhapress
Bartolomeu Cavalcanti, 25, cofundador e diretor do site Dr. Busca, aberto em janeiro, afirma que, para o paciente, a maior vantagem é não ter de ligar para vários consultórios até achar a data mais apropriada. O serviço ainda envia um SMS para lembrar o paciente da consulta quando o dia se aproxima.
Grávida de seis meses, Edilene da Silva Carvalho, 30, marcou sua consulta com o obstetra pela internet. "Mudei de médico porque minha gravidez foi considerada de alto risco. Procurei o médico indicado no Google e ele estava no Dr. Busca. Foi prático resolver tudo on-line."
Adriano Vizoni/Folhapress
Edilene da Silva Carvalho, 30, que marcou consulta com obstetra por meio de site
Edilene da Silva Carvalho, 30, que marcou consulta com obstetra por meio de site
Para os médicos, a vantagem é preencher seus horários livres de forma mais simples e acessar a agenda de qualquer lugar, segundo Daniela Bouissou, médica e fundadora do go2Doc.
O paciente não paga pelo serviço oferecido pelos sites, mas os profissionais, como médicos, dentistas e nutricionistas, pagam uma mensalidade de R$ 100 a R$ 250.
No AvalDoc, além de marcar a consulta, o usuário pode avaliar os consultórios, com critérios como localização e tempo de espera. O site tem cerca de 200 médicos e 60 dentistas cadastrados.
RESSALVAS
Renato Azevedo, presidente do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), teme que o serviço crie concorrência desleal.
"O médico deve aumentar o número de pacientes atendidos pelo 'boca a boca' ou pela indicação de outros profissionais. Qualquer coisa além disso esbarra na questão ética. Há um serviço que visa ao lucro intermediando a relação médico-paciente."
Segundo Azevedo, só os planos de saúde podem fazer esse tipo de intermediação, porque há um órgão que regulamenta e supervisiona essa relação contratual -a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pia, controle remoto e interruptor de luz são algumas das partes mais contaminadas nos quartos de hotel

Estudo ainda mostrou que carrinhos de limpeza têm altos níveis de bactérias e fazem com que contaminação circule pelos ambientes

Quarto do hotel Quarto de hotel: pesquisadores americanos se surpreendem ao descobrir que controle remoto da televisão é uma das superfícies mais contaminadas por bactérias do ambiente (Stefan Kraus)
Pesquisadores americanos, ao observarem quais são as superfícies mais contaminadas por bactérias nos quartos de hotel, descobriram que, além dos lugares que já eram esperados, como a pia do banheiro, o controle remoto da televisão e os interruptores de luz estavam entre as partes mais sujas do ambiente. Eles também chamaram a atenção para o fato de os carrinhos de limpeza, com seus acessórios como esponjas e esfregões, serem um dos principais responsáveis pela circulação das bactérias entre os cômodos. O estudo foi apresentado neste domingo no encontro da Sociedade Americana de Microbiologia, em San Franciso, nos Estados Unidos.
“Atualmente, o método de validação da limpeza dos quartos é apenas visual, e tem se mostrado ineficaz para medir os níveis de saneamento do ambiente”, diz Katie Kirsch, pesquisadora da Universidade de Houston, nos EUA, e coordenadora do trabalho. Para a autora, a limpeza adequada dos hotéis deve sempre ser levada em consideração pelos hóspedes, já que o contato com superfícies contaminadas é uma possível maneira de transmitir doenças ao longo da estada. “Isso representa um risco aos hóspedes, especialmente aos que têm um sistema imunológico deficiente, que são os mais suscetíveis a infecções”, afirma. Os autores não avaliaram, no entanto, se as bactérias detectadas podem ou não provocar doenças.
Após medirem os níveis de contaminação bacteriana em uma amostra de quartos de hotel em três estados americanos, Kirsch e sua equipe observaram também que cabeceira de cama e maçaneta das portas do banheiro são algumas das superfícies menos contaminadas. Segundo Kirsch, como — ao menos nos Estados Unidos — os funcionários de hotéis gastam, em média 30 minutos para limpar cada quarto, é importante que os itens mais contaminados dos ambientes sejam identificados e recebam prioridade na limpeza.

domingo, 17 de junho de 2012

Acaba a lua de mel com as estatinas

Novos estudos mostram que a droga está ligada à acumulação de cálcio nas artérias coronárias, além de aumentar a fadiga em pacientes

substância Substância reduz o colesterol no sangue dos pacientes (Thinkstock)
Na última semana, duas pesquisas apontaram efeitos colaterais desconhecidos das estatinas, medicamento que controla os níveis de colesterol no sangue. Elas mostraram que o remédio pode favorecer a calcificação nas artérias coronárias dos pacientes, além de aumentar sua fadiga. Essas novas pesquisas colocam em xeque os alardeados benefícios da droga, cujo principal efeito é diminuir o nível de colesterol ruim no sangue do paciente, reduzindo suas chances de infartos em até 30%.
O primeiro dos estudos foi conduzido com 197 veteranos de guerra norte-americanos, que tinham diabetes e doenças coronárias. Os pesquisadores viram que, entre esses voluntários, aqueles que eram usuários frequentes das estatinas tiveram um aumento muito maior na calcificação de placas em suas artérias coronárias. Isso poderia levar a riscos maiores de infartos nesses pacientes. Já o outro estudo, conduzido pela Universidade da Califórnia, analisou mil voluntários, que tomaram estatinas ou placebos. Os que consumiram o remédio relataram ter menos energia e sentir mais fadiga em seu dia-a-dia.
Essas pesquisas vêm se somar a uma terceira, publicada no ano passado, que mostrou que os pacientes que ingerem altas doses do remédio têm maiores chances de desenvolver diabetes do que aqueles que tomaram doses padrão. Os pesquisadores da Universidade de Londres analisaram os resultados de 32.752 pacientes, dos quais 2.749 desenvolveram diabetes.
Aspirina do século XXI — Quando as estatinas surgiram, mostraram possuir uma série de vantagens. Além de diminuir o colesterol, pesquisas mostravam que ela ajudava a desobstruir artérias, diminuía o crescimento da próstata e combatia o Alzheimer. Era uma lista de benefícios que não parava de crescer, assim como as vendas do medicamento – o Lipitor, uma das formas comerciais da droga, é o remédio mais vendido em toda a história. Agora, as novas pesquisas mostram que nem todos os seus efeitos são bons. Depois desses resultados, ainda vale a pena consumir as estatinas?
Segundo a endocrinologista Denise Iezzi, coordenadora do Centro de Diabetes do Hospital Sírio Libanês, seu uso ainda é muito recomendado. "Ela pode salvar a vida de uma pessoa", diz. Inúmeros trabalhos mostram que as estatinas fazem a diferença no tratamento de pacientes que já sofreram doenças coronarianas e em diabéticos. "O que essas pesquisas colocam em xeque é o uso indiscriminado do remédio."
As pesquisas mais recentes acendem um sinal amarelo para os médicos, apontando que a droga não traz apenas benefícios e tem, sim, sérios efeitos colaterais. "Esses efeitos mostram que as estatinas devem ser usadas com indicações e critérios claros", diz Denise. Cabe ao médico somar os prós e os contras e descobrir quais pacientes devem tomar o remédio, que ainda é uma ferramenta importante para diminuir o numero de derrames e infartos no mundo.
 

Menina sul-africana recebe clone da própria pele em transplante

A menina sul-africana Isabella Krueger tinha 10% de chances de sobreviver às queimaduras que atingiram cerca de 80% de seu corpo.
Associated Press
Isabella, de 3 anos de idade, teve cerca de 80% do corpo queimado e tinha 10% de chances de sobreviver.
Isabella, de 3 anos de idade, teve cerca de 80% do corpo queimado e tinha 10% de chances de sobreviver.
Ela foi vítima de um acidente com querosene, pouco antes do Ano Novo.
Seis meses depois, Isabella, que tem apenas três anos de idade, recebeu um transplante de pele inédito, o primeiro do tipo realizado na África.
A pele dela foi clonada em um laboratório em Boston, nos Estados Unidos, e levado para a África do Sul.

sábado, 16 de junho de 2012

Campanha nacional de vacinação contra pólio começa neste sábado

Imunizações, que vão até 6 de julho, são orais e destinadas a menores de cinco anos de idade. Governo pretende vacinar 13,5 milhões de crianças

Criança recebe vacina contra poliomielite Criança recebe vacina contra poliomielite: Ministério quer vacinar 95% das crianças menores do que cinco anos (Arshad Arbab/EFE)
Começa neste sábado a campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, que vai durar até o dia 6 de julho. Segundo o Ministério da Saúde, a meta das imunizações é atingir 13,5 milhões de crianças menores do que cinco anos de idade, inclusive aquelas que já receberam a vacina antes.
A campanha deste primeiro semestre vai oferecer 23 milhões de doses da vacina oral, as chamadas gotinhas. O objetivo do Ministério é imunizar 95% do público-alvo, que é composto por 14,1 milhões de crianças com idades até quatro anos, onze meses e 29 dias. Todas devem tomar as duas gotinhas, mesmo as que estiverem com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia.
No caso de crianças com alguma doença grave, com quadro de febres acima de 38º Celsius ou de alguma infecção, recomenda-se que um médico seja consultado antes. Ao todo, 115 mil postos de saúde, além de unidades móveis espalhadas por shoppings, rodoviárias e escolas em todo o país, vão oferecer a vacina.
Mudança no segundo semestre — De acordo com o Ministério, a partir de agosto deste ano, crianças que nunca foram imunizadas contra a paralisia infantil devem receber a primeira dose da vacina em forma injetável aos dois meses de idade e a segunda aos quatro meses. As terceira e quarta doses deverão ser recebidas aos seis e aos 15 meses, respectivamente, e em forma de vacina oral.
Paralisia infantil — Causada por um vírus, a poliomielite atinge com mais frequência crianças de até cinco anos, podendo causar paralisia e levar à morte. Transmitido por via fecal-oral, o vírus tem uma incidência maior em países com baixos índices de condições sanitárias e higiene. Não existe tratamento para a doença, mas a prevenção por meio da vacina garante imunidade contra o problema.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil não registra um caso de poliomielite desde 1989. Mesmo assim, é importante que a vacinação seja mantida, já que o vírus ainda circula ao redor do mundo. Entre 2007 e 2012, 35 países registraram casos da doença, sendo que em três — no Paquistão, na Nigéria e no Afeganistão — são casos endêmicos.
Confira o calendário oficial de vacinação de 2012

Sob o comando das mãos

Nova tecnologia permite que médicos manipulem exames de imagem de pacientes durante cirurgias usando apenas as mãos ou a voz

Mônica Tarantino
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MUDANÇA
Acima, cirurgião reposiciona exames de paciente em tela somente com gestos.
Abaixo, médico checa imagens para se orientar durante a operação em tela de luz convencional
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A tecnologia dos videogames foi parar na sala de cirurgia. Com poucos meses de diferença, hospitais em Londrina, no Paraná, e em Londres, na Inglaterra, implantaram sistemas que usam leitores de movimento sem fio para facilitar a visualização dos exames de imagem do paciente na sala de operação. O recurso permite que os próprios cirurgiões selecionem, ampliem e girem as imagens tridimensionais de qualquer parte do corpo sem precisar pedir ajuda a assistentes ou despir-se das luvas esterilizadas para usar teclados ou mouses. O efeito é conseguido apenas com comandos de voz ou movimentos das mãos. É possível também aplicar marcadores para mostrar à equipe o local exato da intervenção.

Na Inglaterra, o método está sendo usado no Hospital St. Thomas. Lá, a tecnologia adotada é resultado de uma parceria entre a empresa Microsoft Research e a Universidade de Lancaster e possibilita que o médico manipule as imagens usando a própria voz ou gestos. No Paraná, o Hospital Evangélico de Londrina utiliza sistema similar. A diferença é que responde somente a comandos gestuais. “Começamos a buscar soluções para facilitar a visualização dos exames na sala de cirurgia. Inicialmente, testamos tablets, mas ainda assim havia o toque”, conta Cezar Martinelli, gerente de tecnologia da informação do hospital paranaense. “A solução foi adaptar um monitor, um computador e o sensor de movimento Kinetc, da Microsof, usado nos videogames. Desenvolvemos o aplicativo em parceria com a empresa americana Active 3D”, diz Martinelli.

Uma das principais vantagens da tecnologia é a diminuição dos riscos de infecção hospitalar, já que o médico não precisa tocar nos aparelhos para ver melhor as imagens. “Outro ganho é a visualização mais precisa dos exames, aumentando a segurança dos procedimentos”, diz o neurocirurgião Luiz Koury, diretor do hospital paranaense. Especialistas independentes acreditam que o novo recurso será uma tecnologia amplamente usada em pouco tempo.
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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Vacina nacional contra esquistossomose tem sucesso em seu 1º teste

A Fiocruz, instituição vinculada ao Ministério da Saúde, anunciou ontem a conclusão bem-sucedida da fase inicial de testes em humanos da primeira vacina contra esquistossomose do mundo.
A pesquisa constatou a segurança do produto. Se tudo der certo, ele deve chegar ao mercado em três ou quatro anos, após a comprovação de sua eficácia por meio de novos estudos clínicos. Os pesquisadores estão otimistas porque testes in vitro e em animais apresentaram resultados promissores.

Editoria de arte/folhapress
Também conhecida como barriga d'água, a esquistossomose é provocada por um verme e atinge mais de 200 milhões de pessoas por ano, principalmente em países pobres. Por isso, atrai poucos investimentos da indústria.
A esquistossomose dificilmente leva à morte, mas pode provocar anemia e comprometer o desenvolvimento cognitivo de crianças.
A vacina usa uma molécula encontrada no próprio verme causador da doença para estimular a formação de anticorpos (veja arte).
"Essa molécula está presente na maioria dos helmintos [vermes parasitas], o que nos dá a chance de usá-la para outras doenças", diz Miriam Tendler, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz que coordena o trabalho.
Atualmente, outra formulação da vacina está sendo testada para a prevenção da fasciolose, que atinge bovinos e ovinos.
Segundo a pesquisadora, isso ajudou a obter recursos para o desenvolvimento do projeto. Os aportes externos somam R$ 23 milhões, incluindo verba de uma empresa de produtos veterinários.
SAUDÁVEIS
A primeira fase do teste clínico, que teve como objetivo verificar a segurança da vacina, foi realizada no Rio com 20 voluntários adultos e saudáveis. Cada um recebeu três doses e não houve efeitos colaterais graves -o mais comum foi dor no local da aplicação, que é intramuscular.
Até o fim do ano será iniciado um novo teste, com 226 crianças de áreas endêmicas. Nas fases três e quatro, esse universo será ampliado para uma avaliação mais completa da efetividade do produto.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Ácido fólico diminui risco de grávidas terem filhos com autismo


Suplementos do nutriente já são recomendados a gestantes para evitar má formação do feto

Brócolis
Brócolis: alimento é uma das fontes ricas em ácido fólico (Thinkstock)
Mulheres que consomem quantidades adequadas de ácido fólico durante a gravidez reduzem as chances de seus filhos terem autismo, de acordo com pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Esse nutriente, também chamado de vitamina B9, pode ser encontrado em alimentos como brócolis e feijão e é indicado a gestantes para evitar má formação congênita. O estudo será publicado na edição do mês de julho do periódico The American Journal of Clinical Nutrition.

Saiba mais

ÁCIDO FÓLICO
Também chamado de vitamina B9, pode ser encontrado em alimentos como brócolis, tomate, feijão, lentilha e cogumelo, em bebidas como a cerveja e em suplementos vitamínicos. Recomenda-se o consumo da vitamina a mulheres que estão pensando em engravidar — de preferência 90 dias antes da fecundação e durante toda a gestação. O ácido é associado a um menor risco de má formação congênita.
Segundo os autores do estudo, o ácido fólico protege o feto contra problemas no desenvolvimento do cérebro que podem acarretar reações no DNA capazes de alterar a maneira pela qual o material genético é lido. Suplementos da vitamina são recomendados — ao menos nos EUA e no Brasil — para que as mulheres grávidas garantam uma formação saudável de seus fetos.
Participaram do estudo 837 mulheres grávidas e, durante seis anos, os pesquisadores acompanharam o desenvolvimento de seus filhos. A equipe concluiu que tomar 600 microgramas de ácido fólico ao dia — tanto por meio de suplementos quanto de alimentos ricos no nutriente — durante o primeiro mês de gravidez é capaz de reduzir as chances de uma mulher ter um filho com autismo.
Os pesquisadores também concluíram que as mães das crianças que apresentaram desenvolvimento típico — ou seja, não demonstraram sintomas nem de autismo e nem de atraso no desenvolvimento — foram aquelas que mais ingeriram ácido fólico durante o primeiro mês de gravidez. Eles também indicaram que quanto mais ácido fólico uma grávida consumia, menor o risco de seu filho desenvolver a desordem.
Recomendações — “Essa pesquisa teve resultados semelhantes ao de outras que sugeriram o efeito protetor do ácido fólico em relação ao desenvolvimento neurológico do feto”, diz a coordenadora do estudo, Rebecca Schmidt. “Além disso, as conclusões apoiam as recomendações para mulheres em idade fértil em relação ao consumo de ácido fólico, que são de ao menos 600 microgramas de ácido fólico ao dia”.
Embora sejam essas as recomendações para gestantes nos Estados Unidos — estipuladas pelo órgão americano Food and Drug Administration (FDA), no Brasil elas são diferentes. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, recomenda-se que adultos ingiram 240 microgramas de ácido fólico ao dia e gestantes, 355 microgramas. Uma concha de feijão preto, por exemplo, tem 119 microgramas da vitamina. No país, desde 2004, a Anvisa tornou obrigatória a inclusão de ácido fólico nas farinhas de trigo e de milho e em seus subprodutos. A justificativa para a medida foi justamente a redução no risco de má formação do feto comprovada por diversos estudos.
Epidemia — Em março deste ano, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde americano, divulgou dados mostrando que, em 2008, uma em cada 88 crianças nos Estados Unidos tinha autismo, uma incidência 23% maior do que em 2006. “O que é reconfortante é saber que medidas específicas em relação à ingestão de ácido fólico por meio de alimentos ou suplementos podem ajudar as mulheres a diminuírem as chances de seus filhos desenvolverem o problema”, afirma Irva Hertz-Picciotto, outra autora da pesquisa.


*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Quando comer se torna um problema

Quem sofre com diarreia, náuseas, vômitos, distensão abdominal e, muitas vezes, osteoporose, precisa tomar cuidado para não se autodiagnosticar e acabar tomando remédios inadequados, pois, apesar de terem sintomas parecidos, intolerância e alergia a alimentos têm causas e reações distintas.
Os sintomas gastrointestinais são clássicos nas duas enfermidades. A diferença é que as reações alérgicas também trazem problemas em outras áreas, sem relação com o sistema digestivo. Urticárias, coceira, tosse e falta de ar são alguns indícios da alergia, que pode chegar a causar choque anafilático e morte.
Testes
A investigação clínica é o primeiro passo do diagnóstico. Consiste de um questionário feito pelo médico para verificar os sintomas e se há outros efeitos colaterais, como anemia. A partir das respostas, há uma definição de quais são os possíveis diagnósticos de alergia ou intolerância, que serão confirmados por testes. Veja alguns deles:
>> Prick test na pele: para diagnosticar alergias. É geralmente feito no antebraço para alimentos específicos, e a reação acontece na pele.
>> Dosagem de IgE: a imunoglobulina E (IgE) é um anticorpo que marca as reações alérgicas. A partir da quantidade total e da específica para cada alérgeno encontrada no exame de sangue é possível descobrir o causador da alergia.
>> Teste de provocação oral: para o diagnóstico de alergias sem ligação com o IgE. O paciente fica de seis a oito semanas sem o alimento que aparenta causar a alergia e, depois, é reintroduzido na dieta, com supervisão médica. É feita a provocação na pele para reconhecer os sintomas.
>> Teste de antitransglutaminase e antiendomísio: são dois testes sorológicos feitos para detectar a presença de anticorpos relacionados com a intolerância a glúten, a doença celíaca.
>> Endoscopia com biópsia do duodeno: é essencial para diagnosticar a doença celíaca. A biópsia é feita para verificar a condição do intestino delgado. Se tanto os exames sorológicos quanto a biópsia derem negativos, não há chance de intolerância a glúten.
>> Teste de tolerância com sobrecarga oral de lactose: também chamado de curva glicêmica da lactose, é feito com o paciente em jejum. Primeiramente, faz-se uma dosagem da glicemia seguida pela ingestão de uma solução de lactose. Novas medições são feitas em intervalos de 30 minutos. Se a glicemia continuar normal, o paciente não tem capacidade de digerir a lactose e transformá-la em galactose e glicose, sendo assim intolerante ao açúcar.
>> Teste de hidrogênio expirado: esse exame não é tão acessível, mas ajuda no diagnóstico de intolerâncias ligadas a carboidratos e açúcares. O processo é parecido com a da curva glicêmica, mas é feito com a coleta de ar expirado. A primeira é feita em jejum, e as seguintes, após a ingestão de uma solução diluída com o carboidrato ou açúcar em questão. Caso a quantidade de hidrogênio expirado aumente, o paciente pode ser intolerante.
>> Teste Food Detective: realizado por meio de uma coleta de uma gota de sangue, detecta anticorpos IgG (imunoglobulina G) para 59 alimentos. Feito na Inglaterra, é um exame que pode ser testado em casa. Porém, deve-se lembrar que testes acompanhados e indicados por médico especializado são mais confiáveis.
SII-A Síndrome do Intestino Irritável (SII) possui sintomas parecidos com os da intolerância alimentar, mas não existe exame para diagnosticá-la. Segundo a gastroenterologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe Jocemara Gurmini, o diagnóstico é feito pela exclusão de outras possíveis doenças. A hipótese mais aceita para a ocorrência da SII é uma alteração na capacidade do intestino de mover a comida, chamada de motilidade intestinal. Ela também está ligada a diversos acontecimentos psicológicos e não possui cura. Seu tratamento deve ser multiprofissional, com a ajuda de gastroenterologistas, nutricionistas e psicólogos.
A alergia geralmente é causada por um único tipo de alimento. Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, os que mais comumente causam problemas alérgicos são leite de vaca, ovo, peixe, leguminosas, soja, crustáceos, trigo e amendoim. O termo alergia alimentar é utilizado para definir reações adversas a alimentos ligadas ao sistema imunológico.
Já a intolerância ocorre quando o corpo não consegue mais digerir determinado açúcar ou proteína, o que causa reações adversas. As duas mais conhecidas são a intolerância à lactose (compartilhada por cerca de 20 milhões de brasileiros) e ao glúten – chamada de doença celíaca – embora cada indivíduo possa desenvolver problemas em relação a qualquer tipo de alimento.
Preocupação
A doença celíaca é a mais preocupante, pois possui uma série de sintomas secundários, como anemia, abortos recorrentes, osteoporose e até mesmo intolerância à lactose. “Isso acontece porque as vilosidades do intestino ficam cobertas e os nutrientes não podem ser absorvidos. A primeira enzima que não consegue trabalhar é a lactase [responsável pela digestão da lactose – o açúcar do leite]”, explica a gastroenterologista pediátrica e nutróloga do Hospital Pequeno Príncipe (HPP) Jocemara Gurmini.
Além disso, as chances de uma pessoa ter a doença aumentam se um familiar tiver o mesmo problema, como explica a gastroenterologista Lorete Maria da Silva Kotze, pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). “Pessoas que têm os sintomas, mas especialmente com familiares com a doença, ou diabete tipo 1, doenças autoimunes, entre outras, devem ficar atentas à possibilidade da doença celíaca”, afirma, acrescentando a importância dos testes sorológicos e da endoscopia para confirmar o diagnóstico.
O tratamento possível tanto para a alergia quanto para a intolerância é a exclusão do alimento do cardápio diário. Porém, no caso da lactose, há uma esperança antes de tomar a medida radical de mudança na dieta: remédios como o Lact-aid, ainda não disponível no Brasil, possuem as enzimas da lactase e ajudam na digestão. Esse corte da ingestão de leite, por exemplo, causa preocupação de que haja falta de nutrientes, como o cálcio. “Por isso, a pessoa deve ter acompanhamento multiprofissional, com nutricionistas e médicos, para ajudar nessa dieta complicada”, diz o gastroenterologista Mauro Batista Morais, professor da Escola Paulista de Medicina da Uni­versidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Alergia ao glúten?
Alguns termos utilizados pelos pacientes são de enlouquecer gastroenterologistas. Entre eles estão as pessoas que dizem ter alergia ao glúten ou à lactose. As alergias causadas por leite e cereais são as alergias à proteína do leite de vaca e ao trigo, mediadas pela imunoglobulina E. “A intolerância acontece por conta da impossibilidade de o organismo digerir carboidratos e açúcares, que são substâncias diferentes das que causam alergia, as proteínas”, explica Jocemara Gurmini, gastroenterologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe. Entretanto a doença celíaca é desencadeada pelo glúten, que é a junção de duas proteínas encontradas em quatro tipos de cereais.
No caso da alergia ao leite, ela geralmente acontece em bebês, e a medida a se tomar é retirar o leite de vaca da alimentação da mãe, explica a chefe da divisão de Nutrição do Hospital Universitário de Brasília, Ana Paula Caio Zidório. “A alergia é identificada no primeiro ano de vida em crianças que já têm histórico de pais com alergias. A grande maioria já está curada aos dois anos e poucas passam dos cinco anos com o problema.”
Para prevenir a alergia ao trigo, alguns cuidados podem ser tomados pela mãe. Os cereais devem ser evitados na dieta da mãe e do bebê antes dos quatro meses e após os sete. Nesse período é possível incluir na dieta produtos derivados de cereais, pois é nessa fase que a criança desenvolve a tolerância aos alimentos.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Após protestos, governo anuncia que não reduzirá salário de médicos

Médicos Médicos do serviço federal protestaram contra Medida Provisória 568, que reduziu a tabela salarial dos profissionais (Thinkstock)


Depois que médicos de hospitais públicos federais de dez estados do país paralisaram suas atividades nesta terça-feira, o governo federal anunciou que vai voltar atrás nos planos de reduzir os salários da categoria. O protesto foi contra a Medida Provisória (MP) 568, que previa uma alteração na jornada de trabalho e na remuneração dos profissionais da saúde — a perda salarial dos médicos poderia chegar a 50%.
Após uma reunião entre a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), relator da MP, o governo anunciou que apresentará uma emenda à medida, atendendo à reivindicação dos médicos. A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) afirmou que ainda não foi comunicada sobre a alteração e que só iria se pronunciar depois que o senador Eduardo Braga apresentasse seu relatório, o que deve ocorrer nesta quarta-feira.
Segundo a Fenam, com a MP 568 afetaria mais de 42.000 médicos do Ministério da Saúde e 7.000 do Ministério da Educação. Os profissionais reivindicam a retirada dos artigos 42 e 47 da MP 568, que preveem as alterações salariais.
Paralisação geral — Médicos de hospitais públicos federais dos estados da Bahia, Pernambuco, Distrito Federal, Maranhão, Paraná, Sergipe, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Pará paralisaram suas atividades nesta terça-feira. Em São Paulo, os médicos realizaram um protesto onde foram soltos 5.000 balões negros contra a redução salarial.
Além desses protestos, a Fenam diz que existe a possibilidade de uma greve nos hospitais públicos federais se suas reivindicações não forem atendidas. "Pode haver greve geral, mas acredito que o bom-senso das autoridades vai prevalecer", disse o presidente da Federação.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Disney acaba com 'junk food' em propaganda infantil

O junk food está vetado nas propagandas da Disney dirigidas a crianças. Esta é a primeira vez que uma companhia de grande porte da mídia toma essa decisão.
A meta é seguir os padrões federais de consumo de frutas e verduras para crianças e reduzir o consumo de sódio, açúcar e de gordura saturadas.
Nos parques de diversão, um selo, o "Mickey Check" (algo como "checado por Mickey"), indicará quais produtos e serviços --refeições servidas em resorts, por exemplo-- atendem aos novos padrões.

Gary Cameron/Reuters
O consumo de frutas, como os pêssegos e ameixas (foto), serão incentivados nas propagandas infantis da Disney
O consumo de frutas, como os pêssegos e ameixas (foto), serão incentivados nas propagandas infantis da Disney
Como o grupo Disney detém canais de TV, emissoras de rádio e websites, todas essas empresas deixam de fazer anúncios infantis com junk food.
Isso significa que as crianças que assistem aos programas da Disney na rede ABC deixam de ver anúncios de, por exemplo, cereais açucarados e junk food que não atendem ao novo padrão de nutrição.
A mudança recebeu elogios da primeira-dama norte-americana, Michelle Obama. "Com esta nova iniciativa, a Disney está fazendo o que nenhuma outra grande companhia de mídia fez antes nos Estados Unidos", disse. "Espero que todas as companhias façam o mesmo."
A medida passa a valer a partir de 2015, que é quando os contratos de propaganda existentes se encerram.

Crianças urbanas têm mais alergias alimentares do que as que vivem em áreas rurais

Estudo aponta que 9,8% das crianças de áreas urbanas e 6,2% das que vivem em regiões rurais têm algum tipo de alergia alimentar

Alergia alimentar: crianças que moram em grandes cidades têm duas vezes mais riscos a desenvolverem alergias a amendoim e a crustáceos Alergia alimentar: crianças que moram em grandes cidades têm duas vezes mais riscos a desenvolverem alergias a amendoim e a crustáceos (Thinkstock)
De acordo com um estudo que será publicado na edição de julho do periódico Clinical Pediatrics, crianças que moram em áreas urbanas têm mais riscos de terem alergia alimentar. Dados do levantamento apontam que enquanto 9,8% das crianças de centros urbanos têm alergia alimentar, 6,2% das que vivem em áreas rurais têm o problema. Aquelas que moram em grandes cidades são as mais prejudicadas: elas têm duas vezes mais riscos de desenvolver alergias a amendoim e a crustáceos.
“Descobrimos, pela primeira vez, que regiões com alta densidade populacional têm uma maior probabilidade de terem crianças com alergias alimentares”, diz Ruchi Gupta, responsável pelo estudo. “Tendências semelhantes sobre o impacto do ambiente também já foram vistas com a asma. A grande questão, no entanto, é descobrir quais fatores do ambiente que estão desencadeando essas alergias”, diz.
Levantamento – O estudo analisou dados de 38.465 jovens com menos de 18 anos. A alergia alimentar foi mapeada de acordo com o código postal de cada voluntário. Descobriu-se, então, que 9,8% das crianças de centros urbanos têm alergia alimentar, frente a 6,2% das de áreas rurais. Alergias a amendoim são duas vezes mais comuns em centros urbanos, com 2,8% das crianças – frente a 1,3% nas áreas rurais. Alergias a crustáceos têm mais do que o dobro da prevalência em centros urbanos: 2,4%, frente a 0,8% em áreas rurais.
As alergias alimentares são igualmente severas, independente de onde a criança resida. Quase 40% das que têm a condição já vivenciaram uma reação grave e com risco de vida. Segundo o estudo, os estados americanos (país onde foi feito o levantamento) que têm as maiores prevalências de crianças com alergias alimentares são Nevada, Flórida, Geórgia, Alasca, Nova Jersey, Delaware, Maryland e o Distrito de Columbia.
Incidência - A alergia alimentar é um problema de saúde sério e crescente. Estima-se que 5,9 milhões de jovens com menos de 18 anos – ou 1 a cada 13 – tenham algum tipo de alergia alimentar que pode colocar sua vida em risco. Uma reação alérgica severa que pode levar à morte traz consequências como queda de pressão sanguínea, problemas para respirar e inchaço na garganta.
Pesquisas anteriores já haviam apontado um aumento nos casos de asma, eczema, rinite alérgica e conjuntivite em áreas urbanas, frente à rural. Uma hipótese é a de que a exposição nas primeiras fases da vida a certas bactérias associadas com a vida rural pode proteger contra a hipersensibilidade hereditária a alguns alergênicos. Há ainda a tese de que muitos poluentes encontrados em áreas urbanas podem desencadear o desenvolvimento de alergias.

domingo, 10 de junho de 2012

Seminário antitabaco promete fim do vício sem síndrome de abstinência

DÉBORA MISMETTI EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE"  O nome parece até uma provocação: Método Fácil de Parar de Fumar.
Desde março, uma franquia brasileira dos seminários Easyway criados pelo inglês Allen Carr (1933-2006) está operando em São Paulo.
Presente em mais de 50 países, o empreendimento se baseia em palestras em grupo ou individuais e promete, em seis horas, fazer os clientes fumarem o último cigarro sem sofrer com a abstinência.
Se a pessoa não conseguir parar, tem direito a mais dois encontros em até três meses, tudo incluído no pacote (que custa cerca de R$ 500). Se mesmo assim não der certo, o dinheiro é devolvido. É o que afirma Lilian Brunstein, 45, arquiteta que ministra os seminários no Brasil.
Simon Plestenjak/Folhapress
Fabiano Souza, 38, empresário, que de 20 a 25 cigarros por dia ele passou a zero; leia mais
Fabiano Souza, 38, empresário, que de 20 a 25 cigarros por dia ele passou a zero; clique e saiba mais
"Os fumantes têm pavor de parar porque a sociedade, a propaganda e a lavagem cerebral dizem que vai ser difícil", afirma.
A reportagem foi convidada a participar de um seminário do Easyway contratado para uma rede de academias de ginástica, em São Paulo.
O dono do negócio, François Engelmajer, 45, conheceu o método nos EUA e baixou em seu computador um vídeo comprado no site internacional do Easyway.
Ele fumou por mais de 30 anos e parou após assistir à apresentação pelo computador. "Fumei o último cigarro e não quis mais saber disso." Decidiu dividir a descoberta.
O grupo com cerca de 15 fumantes se reuniu em uma sala da academia, em Moema, na semana passada.
Lilian deu início aos trabalhos lembrando a história do criador do método, Allen Carr, que fumava entre 60 e cem cigarros por dia. Em seu livro "The Easy Way to Stop Smoking" (esgotado no Brasil), Carr afirmava que seu sangue era até amarronzado pela falta de oxigenação.
Depois de mais de 30 anos lutando contra o vício, Carr, que morreu de câncer de pulmão, dizia que havia parado sem sofrimento ao desvendar os mecanismos da dependência física e psicológica.
SUPORTÁVEL
Simon Plestenjak/Folhapress
Clozel Ferreira, 58, após 40 anos fumando, diz que está subindo pelas paredes
Clozel Ferreira, 58, após 40 anos fumando, diz que está subindo pelas paredes; conheça a história
O princípio básico do "tratamento" é: a síndrome de abstinência de nicotina não é tão ruim, mas se torna um sofrimento porque a pessoa acredita que vai ser difícil.
A ideia é desconstruir as associações que os fumantes fazem com o ato de fumar: o cigarro relaxa, ajuda na concentração, faz companhia. O discurso tenta substituir essas associações pelo simples fato de que as pessoas fumam porque são dependentes.
Nas seis horas do encontro, há pausas para fumar. Na primeira, todos "pulam" da cadeira imediatamente. Nas outras, algumas pessoas nem chegam a sair. Na última, muitos estão convencidos de que vão parar. Os participantes são convidados a jogar os cigarros fora e viver como não fumantes.
COM ACOMPANHAMENTO
A cardiologista Jaqueline Issa, responsável pelo programa de tabagismo do Incor (Instituto do Coração do HC de São Paulo), vê esse tipo de programa com desconfiança.
"Essas coisas alternativas me preocupam porque afastam as pessoas da abordagem médica", afirma ela.
Issa diz que a síndrome de abstinência é uma doença que precisa de tratamento. Para fumantes com níveis altos de dependência, é preciso usar remédios.
"Privá-los de um tratamento adequado é uma prática antiética." Para ela, o acompanhamento médico e psicológico e a prescrição de drogas como vareniclina (Champix) ou reposição de nicotina (patch ou chicletes) são a melhor forma de evitar o sofrimento da abstinência.
"Quando passam pela abstinência sem assistência e falham, muitos ficam tão traumatizados que não tentam mais parar."
Ela lembra, no entanto, que há vários níveis de dependência. A abordagem motivacional pode funcionar nos casos menos graves.
"Tudo que incentive a parar é bom, mas não se pode esperar efeito milagroso."
Colaboraram FELIX LIMA e GIULIANA VALLONE

Adolescente revoluciona diagnóstico de câncer

Um câncer de pâncreas matou o tio do adolescente americano Jack Andraka. Ele tem somente 15 anos, mas decidiu estudar a fundo essa doença e acabou desenvolvendo um revolucionário método de diagnóstico precoce por meio de exame de sangue. Sua descoberta, que combina eficácia, rapidez e baixo custo, lhe valeu o prêmio da Feira Internacional de Ciência e Engenharia promovida pela Society of Science and the Public – um dos concursos científicos mais importantes do mundo no âmbito do ensino médio. A expectativa de sobrevivência para portadores de câncer de pâncreas é de 4%.

sábado, 9 de junho de 2012

Cientistas criam fígado a partir de células-tronco

Procedimento renova esperança de que no futuro será possível desenvolver órgãos artificiais e transplantá-los em pacientes

Cientistas japoneses criaram um fígado humano a partir de células-tronco Cientistas japoneses criaram um fígado humano a partir de células-tronco (Getty Images)
Cientistas japoneses anunciaram nesta sexta-feira que conseguiram criar um fígado humano a partir de células-tronco. O sucesso do procedimento renova a  esperança de que no futuro seja possível desenvolver órgãos artificiais e transplantá-los em pacientes.

Saiba mais

CÉLULA-TRONCO
Célula capaz de se transformar (se diferenciar) em outra célula ou tecido especializado do corpo. Pode se replicar muitas vezes, diferente de outras células, como as do cérebro ou músculo.
CÉLULA-TRONCO PLURIPOTENTE INDUZIDA (iPS)
Célula adulta especializada que foi reprogramada geneticamente para o estágio de célula-tronco embrionária. Pode se transformar em qualquer tecido do corpo. Elas são obtidas por meio da reprogramação genética de células adultas. Uma célula somática (não envolvida diretamente na reprodução), como a da pele, pode "voltar" a um estágio similar ao de célula-tronco embrionária pela adição de alguns genes. Esses genes são transportados com a ajuda de vírus.
Uma equipe de cientistas dirigida pelo professor Hideki Taniguchi, da Universidade de Yokohama, transplantou células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) no corpo de um rato. Ali, elas cresceram até se converterem em um pequeno, mas funcional, fígado humano.
Células-tronco são frequentemente retiradas de embriões, que são então descartados, prática que enfrente objeções na comunidade acadêmica e na sociedade. Já as células iPS podem ser extraídas de indivíduos adultos. O resultado alcançado da pesquisa foi divulgado no jornal japonês Yomiuri Shimbun e será apresentado em uma conferência acadêmica que acontecerá no Japão na próxima semana.
Experimento — A equipe do professor Taniguchi transplantou as células iPS na cabeça de um rato para aproveitar o alto fluxo de sangue do cérebro. Depois disso, segundo relatam os cientistas, as células iPS se transformaram em um fígado humano de cinco milímetros, capaz de produzir proteínas humanas e de decompor medicamentos.
O jornal Yomiuri Shimbun divulgou que a descoberta da equipe de Taniguchi é uma "ponte importante entre a pesquisa básica e a aplicação clínica, mas encara vários desafios antes de ser colocada em prática". Taniguchi não quis se pronunciar sobre o assunto antes da apresentação do trabalho no evento científico, que acontecerá na próxima semana.

As células iPS foram descobertas em 2006 por duas equipes distintas, uma dos Estados Unidos e outra do Japão.
(Com Agência France-Presse)