
A pesquisa pode ajudar a entender como o MRSA é transmitido entre os países, de um hospital para outro e entre cada indivíduo.“Mais de 30% das pessoas sadias carregam a bactéria Staphylococcus aureus (suscetível à meticilina) na pele e nas fossas nasais”, disse ao G1, Sharon Peacock, do Departamento de Medicine da Universidade de Cambridge e da Universidade Mahidol, na Tailândia, um dos autores do estudo.
“A MRSA é uma variante da bactéria, resistente à meticilina, é carregada pelas pessoas da mesma forma, porém em menor quantidade. Se um indivíduo colonizado pela bactéria viaja de um local para outro, isso dá a oportunidade dela se disseminar de uma pessoa para outra”, explicou Peacock.
A maioria das infecções por MRSA ocorre em hospitais e serviços de saúde e podem ser fatais. Os métodos atuais de comparação das cepas da bactéria coletadas dos pacientes não dá informações suficientes para definir precisamente a relação entre elas. O método desenvolvido pelos pesquisadores mapeia os genes de diferentes cepas de MRSA em pontos com poucas variações nas letras da sequência de DNA.Os pesquisadores avaliaram a utilização do método em 63 amostras de uma linhagem da bactéria chamada de ST239. Essa é uma das linhagens resistentes aos antibióticos e responsável por grande parte dos casos de infecção hospitalar.Cerca de dois terços das amostras analisadas vieram de vários locais do mundo e foram coletadas entre 1982 e 2003. Um terço das amostras foi coletada de pacientes de um hospital da Tailândia, em um período de sete meses.

A análise das amostras revelou que a linhagem ST239 se espalhou e se desenvolveu por diferentes regiões do mundo. “Essa linhagem é encontrada em grande parte dos países. Porém, o foco real de nosso trabalho não é definir qual a origem da linhagem. É mais do que isso. O foco está em entender a transmissão do MRSA entre os países, dentro deles e dentro dos hospitais”, explicou Peacock.
O estudo revela, por exemplo, como uma única linhagem de MRSA que infecta pacientes em um hospital da Tailândia sofreu mutações ao longo do tempo e se espalhou. “Entender isso, nos ajudará a desenvolver formas mais efetivas de prevenção da transmissão e da infecção”, disse Peacock.
De acordo com o pesquisador, as formas de controle atuais das infecções por MRSA são apenas parcialmente efetivas. “Uma das razões é que a bactéria é contraída antes do pacientes dar entrada no hospital, e nesse caso as formas de prevenção do contágio nos hospitais não serão eficazes”, afirmou.
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