quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Vacina imunizará 35,5% dos cearenses-H1N1

O Ceará monta estratégias para enfrentar a chamada segunda onda da Influenza A ou gripe suína. Entre as principais medidas, a vacinação de três milhões de pessoas, prioritariamente, os grupos de risco. O total representa 35,5% da população do Estado - de 8,45 milhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fortaleza ficará com um milhão de vacinas, o que significa a imunização de 40% dos habitantes da Capital.De acordo com o presidente do Comitê Estadual de Enfrentamento da doença, Manoel Fonseca, a vacinação ocorrerá nas unidades básicas de saúde. Em Fortaleza, são 92 postos. "As pessoas dos grupos indicados - gestantes, profissionais de saúde, doentes crônicos, indígenas, pessoas entre 20 e 29 anos e crianças de seis meses a dois anos - devem comparecer às unidades de saúde com a carteirinha de vacinação e o documento de identidade. A vacina é contraindicada a quem tem alergia a ovo", alerta Fonseca.Na avaliação do infectologista do Hospital São José Ronald Pedrosa, o percentual de cearenses que será imunizado é bastante considerável. "Nessa primeira etapa, o total destinado ao Estado é coerente para proteger essa fatia da população".Além da vacinação, realizada entre 8 de março e 7 de maio, outra tática usada contra o vírus transmissor da doença, o H1N1, será a distribuição gratuita do Oseltamivir ou Tamiflu. Segundo Fonseca, o medicamento poderá ser obtido na rede pública de saúde apenas com retenção de receita, e a prescrição médica terá validade de cinco dias. O objetivo, diz ele, é evitar automedicação, venda indiscriminada e corrida às farmácias.O Ceará possui mil kits (cartelas com dez comprimidos) que serão encaminhados aos hospitais São José, Albert Sabin, César Cals, Geral (HGF), Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), Hospital de Messejana, Gonzaguinhas, Frotinhas e demais unidades da rede pública conveniadas ao Sistema Único de Saúde. A rede Farmácia Popular também contará com o medicamento. As 21 microrregionais de saúde receberão doses.Mais dosesFonseca adiantou que o Ceará não requisitará, a exemplo do Rio Grande do Sul, mais doses da vacina contra a gripe suína. Na sua avaliação, neste primeiros momento, a quantidade destinada ao Estado suprirá a necessidade. De acordo com o boletim epidemiológico, divulgado no último dia 22, a faixa etária dos 20 aos 29 anos é a mais afetada pela doença, representando 34,9% dos 113 casos confirmados da gripe no Ceará. Em segundo lugar, a faixa entre 10 e 19 anos, com 23,6% do total. "Se for necessário, a Sesa requisitará mais doses da vacina".Neste ano, segundo a Sesa, são dois casos confirmados da doença no Estado, e há mais 34 sendo investigados e aguardando resultado de exame do Laboratório Evando Chagas. Fonseca informa que dos 34 sob investigação, cinco pacientes foram atingidos pela forma mais grave do H1N1. "Eles estão sob cuidados e já fora de perigo".OficinaHoje e amanhã, profissionais de saúde que atuam em hospitais, vigilância epidemiológica dos dez municípios com mais de 100 mil habitantes e das Coordenadorias Regionais de Saúde participam da Oficina Estadual de Preparação para o Enfrentamento da Influenza A.PREVISÃOExames no Lacen começam em até 60 diasO Ceará está entre os estados que serão beneficiados com a descentralização da realização de diagnósticos da Influenza A. O Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) está na lista dos sete novos laboratórios autorizados pelo Ministério da Saúde a realizar os exames que atestam a presença do vírus H1N1 nas pessoas infectadas.A expectativa é de que os exames comecem a ser feitos dentro de 45 a 60 dias. A estimativa é do diretor geral do Lacen, Ricardo Carvalho de Azevedo e Sá, que informa que o processo licitatório para a compra de insumos já está em andamento.O custo estimado, inicialmente, é de R$ 800 mil, mas o valor pode mudar. "Os preços normalmente caem por conta da concorrência entre as empresas que estão participando da licitação", antecipa, acrescentando que a data de início da realização dos testes depende do andamento da licitação.Mas quando os testes começarem a ser feitos aqui, não é qualquer gripe que vai exigir a análise de laboratório. Apenas os casos com síndrome respiratória aguda terão material colhido e enviado para o Lacen, assim como é feito hoje. Além disso, por enquanto, as amostras daqui continuam sendo enviadas para o Laboratório Evandro Chagas, em Belém do Pará.TreinamentoConforme Ricardo Sá, em dezembro, profissionais do Lacen foram treinados para trabalhar com os novos kits e equipamentos. O Estado até já adquiriu o PCR em Tempo Real, aparelho que faz análises por reação de polimerase em cadeia.O diretor informa que o Ministério da Saúde está fazendo registro de preços, tipo de modalidade para compra de equipamentos ou insumos que permite, ao comprador, outra opção de compra.

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