sábado, 1 de outubro de 2011

Patch Adams visita hospital municipal de Maracanaú

Balbúrdia, algazarra, agitação e muita festa. Foi nessa atmosfera que o Hospital Municipal João Elísio de Holanda, em Maracanaú, recebeu, na manhã de ontem, a visita do médico norte-americano Patch Adams, responsável pela introdução do palhaço nas instituições de saúde para ajudar na cura dos pacientes e que inspirou o filme estrelado pelo ator Robin Williams intitulado, no Brasil, “Patch Adams - O Amor é Contagioso”, que ficou mundialmente conhecido.

“Fiquei surpresa com tanta alegria aqui dentro de uma hora para outra. Foi algo que quebrou a rotina do hospital e que deveria acontecer mais vezes”, descreveu Benedita Magalhães de Azevedo Viana, 52 anos, que trabalha na rouparia.

Funcionários, médicos e pacientes aguardaram Patch Adams devidamente ornamentados, com nariz de palhaço, perucas e outros artefatos não tão comuns em se tratando de uma unidade hospitalar. Foi a primeira vinda ao Ceará do famoso médico e de sua comitiva, composta por 19 integrantes vindos de países como Itália, El Salvador, EUA, Canadá, Argentina e de outros Estados do Brasil. Hoje, das 17h às 19h, ele fará, no Ginásio Paulo Sarasate, a palestra “Decidindo ser feliz”.

A visita “Viagem Humanitária de Palhaços ao Brasil”, chamada também de Jornada de Palhaços Cuidadores (JPC), é um dos programas de humanização da atenção à saúde desenvolvida por Adams há mais de 20 anos, e foi promovida pela instituição não governamental Instituto Beija Flor.

Após a visita às alas de pediatria e de adultos com tuberculose, que, a seu pedido, não foi acompanhada pelos meios de comunicação para evitar qualquer tipo de constrangimento aos pacientes, o médico, que já visitou mais de 60 países, concedeu entrevista à imprensa.

“Não existem hospitais felizes no mundo. São locais altamente estressantes, que proporcionam esgotamento físico e emocional, e com uma cadeira de hierarquia muito forte”, ponderou Patch Adams.

O médico fez questão de chamar para a mesa a estudante do nono ano de Medicina da Faculdade Católica de Brasília, Renata Soares Rainha, 21 anos, que foi desestimulada por seus professores a acompanhar a visita. “Eles disseram que eu perderia meu tempo vendo essa coisa de palhaço. Chegando aqui, senti o quanto é importante o calor humano para ajudar no tratamento das pessoas, que não precisam apenas de remédio para ficarem boas”, disse Renata.

Um dos momentos mais importantes da sua visita foi quando se deparou com uma criança que estava inconsciente. “Foi a pessoa com quem passei mais tempo. A mãe dele tinha uma máscara sob o nariz e o pai estava em pé ao lado. Cheguei perto do garoto e massageei a cabeça dele. Segurei a máscara da mãe para que ela pudesse descansar um pouco. Ela e se levantou e descansou”.

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