sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Chikungunya avança no Brasil

De acordo com o último boletim nacional, o número de infecções pelo vírus aumentou 34% desde a última semana de setembro do ano passado

'Aedes aegypti'
No período de dez semanas, o número de cidades com notificações de chikungunya subiu de 37 para 62. Embora o risco de morte pela doença seja menor que o da dengue, ela pode atingir as articulações, tornar-se crônica e deixar o paciente por meses impossibilitado de executar tarefas simples, como vestir-se ou se alimentar(Thinkstock/VEJA)
O último boletim nacional divulgado pelo Ministério da Saúde notificou 17 131 infecções de chikungunya -- 34% a mais do que os números registrados até a última semana de setembro de 2015. Além disso, o vírus também se espalhou. No período de dez semanas, o número de cidades afetadas subiu de 37 para 62.
Os números confirmam, aos poucos, a previsão de que o Brasil poderá enfrentar neste ano uma tríplice epidemia. Além dos casos de chikungunya, também foi registrado um aumento expressivo -- e antecipado -- de casos de dengue. No ano passado, apenas entre outubro e novembro, foram notificadas 123 304 novas infecções - até a primeira semana de dezembro, foram registrados mais de 1,5 milhão de casos. Também houve aumento de infecções causadas pelo vírus zika, registradas pelo crescimento significativo de casos de microcefalia.
Somente no estado de Pernambuco foram identificados 2.000 casos de chikungunya e registrados 1.000 casos suspeitos de zika. É lá onde estão concentrados os maiores indicadores de microcefalia do país. "Estamos muito preocupados. Vivemos agora a ameaça de três doenças simultâneas, todas graves, que exigem respostas diferentes", afirmou a coordenadora do Programa de Controle de Dengue, Chikungunya e Zika de Pernambuco, Claudenice Pontes.

Uma das maiores preocupações na região é a dificuldade de se combater os criadouros do mosquito transmissor das três doenças, o Aedes aegypti. Segundo Claudenice, são várias as cidades em que o abastecimento de água é racionado ou intermitente, o que gera o hábito de armazenar água em casa, aumentando de forma expressiva o risco de criadouros.
Embora o risco de morte por chikungunya seja menor, em comparação com a dengue, a doença pode atingir as articulações, tornar-se crônica e deixar o paciente impossibilitado de executar tarefas simples, como vestir-se ou se alimentar durante meses. Em 2014, quando chegou ao país, a chikungunya foi identificada em 3 657 pessoas que habitavam oito cidades diferentes. Agora, contudo, os casos estão espalhados por Amazonas, Amapá, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal.
(Com Estadão Conteúdo)

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