quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Sanofi lança pesquisa para vacina contra zika

Empresa estuda usar imunizante contra a dengue para atacar nova doença, também transmitida pelo mosquito 'Aedes aegypti'

Estadão Conteúdo e AFP
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A Sanofi Pasteur respondeu ao apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e anunciou que está se lançando na busca de uma vacina contra o zika vírus. Em um comunicado, a empresa francesa indicou que sua vacina contra a dengue está prestes a ser lançada e não descarta usar o produto também como forma de inibir o zika.

Com 1 bilhão de doses de vacinas produzidas por ano e atendendo a 500 milhões de pessoas, a Sanofi Pasteur não esconde que a nova produção para o zika vírus pode levar anos. Mas, ainda assim, insiste que poderá apoiar sua pesquisa no desenvolvimento de outros produtos.

Para os franceses, "o sucesso obtido no desenvolvimento de vacinas contra vírus similares" pode acelerar o processo. Um deles seria a vacina contra a dengue que, em 20 anos, já custou 1 bilhão de euros para a empresa. Conhecida como Dengvaxia, a nova vacina recebeu seu primeiro sinal verde em dezembro dos reguladores mexicanos.

Na avaliação dos cientistas da empresa, as similaridades entre dengue e zika - ambos espalhados pelo mosquito Aedes aegypti - poderia tornar possível o uso da Dengvaxia contra ambas doenças, ainda que no caso do zika vírus a eficiência poderia ser menor.

Se não for confirmada sua eficiência, a Sanofi acha que pelo menos o novo produto poderia "mostrar o caminho" para uma vacina que possa funcionar. A empresa admitiu que está avaliando se os testes clínico de Dengvaxia na América Latina podem ser adaptados para a pesquisa sobre o zika."A Sanofi Pasteur responde ao apelo mundial para desenvolver uma vacina contra o zika vírus, justificado pela rápida propagação da doença e dos riscos de complicações médicas", indicou Nicholas Jackson, diretor de Pesquisa da multinacional e encarregado do novo projeto.
Ministros da Saúde latino-americanos discutem epidemia
Atendendo a pedidos da presidente Dilma Roussef, ministros da Saúde de Brasil, Paraguai, Chile, Colômbia, Peru, México, Guiana, Uruguai e as autoridades da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) se reunirão nesta quarta-feira em Montevidéu para discutir a crise sanitária causada pelo zika vírus. No encontro, as autoridades também devem abordar os surtos de dengue e chikungunya. "Os ministros confirmados são os do Brasil, Peru, Chile, Paraguai, Colômbia, México e Guiana, e as autoridades da OPAS", disseram à AFP a partir do departamento de comunicação do Ministério da Saúde Pública do Uruguai, país anfitrião.

O objetivo do encontro é analisar a situação sanitária continental relacionada ao zika vírus, mas também analisar a dengue e o vírus chikungunya. O mosquito Aedes aegypti, vetor dos três, também estará na agenda. Dilma disse durante a cúpula da Celac que é necessária uma ação "de cooperação no combate ao zika vírus".

Na segunda-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou "emergência sanitária internacional" pelo vírus do zika e anunciou a criação de uma unidade global para responder ao aumento de casos registrados. Também manifestou seu temor de que a epidemia se estenda pela África e a Ásia.

América do Sul é até o momento a região com maior número de casos relatados, particularmente o Brasil, com mais de 1,5 milhões de infectados desde abril, e a Colômbia, com 22.000 casos.

A OMS disse que há uma relação "fortemente suspeita" entre o zika e o aumento excepcional na América Latina de casos de microcefalia, uma má-formação congênita em crianças que nascem com cabeça e cérebro anormalmente pequenos.

O vírus foi descoberto em uma floresta de Uganda chamada zika, em 1947.

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