sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Prevenção pode diminuir em 90% casos de cegueira

A conscientização é essencial no tratamento de doenças oculares, ocasionadas por outras enfermidades
O encontro, considerado um dos três maiores relacionados à oftalmologia em todo o mundo, prossegue até este sábado, no Centro de Eventos do Ceará ( JL Rosa )
por Patrício Lima - Repórter
Prevenção. Essa é a palavra de ordem para evitar o aumento do número de casos de cegueira no Brasil, durante o 61º Congresso Brasileiro de Oftalmologia - CBO 2017, realizado em Fortaleza de 6 a 9 de setembro, no Centro de Eventos do Ceará. Em dados divulgados no evento, cerca de 90% dos casos de cegueira em pessoas com diabetes, por exemplo, poderiam ser revertidos, com exames preventivos. No encontro, também foram discutidos outros temas em painéis, simpósios, cursos e entrevistas.
Para Silvana Vianello, médica oftalmologista de Juiz de Fora (MG), os cuidados nos procedimentos relacionados ao tratamento de cegueira têm evoluído nos últimos anos; porém, a atenção e a conscientização dos pacientes são essenciais para a diminuição dos casos. Outro assunto na pauta do Congresso foi a utilização do injeções intravitreas, que são injeções aplicadas diretamente no olho durante o tratamento da cegueira, ocasionada principalmente por diabetes, hipertensão e degeneração macular, que é o envelhecimento da retina, ocasionada em pessoas de mais idade.
Recomendações
"Dentro do evento, definimos algumas recomendações para médicos oftalmologistas que lidam com casos mais delicados de cegueira. Entre elas, a necessidade do tratamento em centro cirúrgico, acompanhamento pós procedimento. A única forma de evitar é prevenção. A educação física e nutricional é de suma importância também para impedir esses problemas", destaca.
Outro ponto discutido durante a programação foi a importância da manutenção da segurança da saúde ocular dos pacientes. "Em alguns centros, os médicos não têm a mínima condição necessária para realizar procedimentos delicados. Faltam recursos financeiros e temos que cobrar isso do poder de público. O Ceará é um bom exemplo dessa eficiência. Vocês têm aqui uma oftalmologia de ponta. A fila de transplante de córnea aqui é muito rápida. Nem todos os estados conseguem esses feitos", afirma Maurício Maia, oftalmologista e professor da Universidade Federal de São Paulo.
Já o médico oftalmologista André Jucá Machado, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), destaca que o Estado tem um bom nível de condição estrutural e profissional para atendimento de doenças relacionada aos olhos. "Temos um excelente nível. Estamos muito perto de tudo que acontece no Brasil e exterior. É um grande orgulho recebemos um evento desse porte, com os melhores profissionais do Brasil e do mundo", aponta André Jucá.
Público
Considerado um dos três maiores da área no mundo, o Congresso se realiza no Centro de Eventos do Ceará e contempla temas atuais relacionados às diversas subespecialidades. A expectativa é receber 5 mil profissionais até o próximo sábado, último dia de realização.
Discussões sobre os últimos avanços nas áreas de retina, glaucoma, tumores, catarata e lentes intra-oculares são destaques do CBO 2017, que tem participação de dois médicos brasileiros atuantes em universidades dos Estados Unidos (EUA). São eles a Dra Zélia Correia, uma das principais especialistas em tumores intra-oculares na atualidade e professora da Universidade de Cincinnati (Ohio); e o Dr Felipe Medeiros, professor da Universidade da Califórnia em San Diego (Califórnia) e um dos principais especialistas em glaucoma do mundo.
Para o médico David Lucena, presidente do Congresso, "contar com a presença de médicos oftalmologistas de todos os níveis de prática é importante para uma rica troca de experiências e exposição de trabalhos científicos, além de unir a classe médica em torno de uma programação social e técnica".

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