quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Hemodiálise é prejudicada na Capital-Ce

Por conta do atraso no repasse de recurso da Prefeitura Municipal, o procedimento médico tem sido comprometido
Pacientes com problemas renais de Fortaleza estão sendo prejudicados nas clínicas pela falta de repasse de verba do Fundo Municipal de Saúde, que está atrasado pelo menos um mês. Seringas, esparadrapos e fitas estão em falta nas clínicas, o que tem prejudicado o procedimento de hemodiálise. Conforme Sebastião Sobreira dos Santos, um dos pacientes renais que enfrentam o problema, as clínicas que realizam o procedimento na Capital estão com os materiais comprometidos por falta de verba. Entre elas, Instituto do Rim, Clínica do Rim e Instituto de Nefrologia do Ceará. Cada uma das mais de dez clínicas atendem, em média, 200 pacientes que sofrem de enfermidades renais e não podem ficar sem tratamento, pois correm risco de morrer.

Materiais como seringas, esparadrapos e fitas estão em falta nas clínicas devido ao não repasse da verba, o que dificulta a hemodiálise Foto: Elizângela Santos

Segundo Sobreira, o repasse do recurso no valor de mais de R$ 3 milhões deveria ter sido entregue no dia 7 de janeiro, mas, nada foi feito.

"É uma situação muito ruim, porque a gente se sente inseguro ao não receber um bom tratamento. Estamos lutando para que isso se resolva, mas toda a situação é muito desgastante para quem está doente", afirma Santos. O problema, ainda conforme o paciente, foi encaminhado ao Ministério Público para que o órgão tome as devidas providências.

Mais sério
Entretanto, a situação é mais séria do que se pensa, de acordo com informações de Luis Aramicy, presidente da Associação dos Hospitais do Estado do Ceará (Ahece).

Aramicy relata que não é só a verba de janeiro que está atrasada, mas também os recursos referentes ao mês de novembro do ano passado. "A situação chegou a esse ponto porque a demora do recurso se acumulou a ponto dos pacientes notarem que o processo de hemodiálise está, de fato, comprometido", explica. Ainda conforme o presidente da Ahece, em dezembro de 2012, foi repassado ao Fundo Municipal de Saúde, o valor de R$ 149 milhões, para quitar as dívidas do mês de novembro, tanto das clínicas, como dos laboratórios e hospitais da cidade. A quantia, entretanto, ainda não chegou ao destino, conforme Aramicy.

"Por conta desses atrasos, os hospitais, laboratórios e clínicas estão sufocados", afirma. De acordo com Aramicy, a titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Socorro Martins, afirmou que, ainda no início de sua gestão, iria priorizar o pagamento do recurso em atrasado. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da SMS, a fim de saber quando o problema será resolvido, mas, não recebeu retorno.

LÍVIA LOPESREPÓRTER

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