Por conta do atraso no repasse de recurso da Prefeitura Municipal, o procedimento médico tem sido comprometido
Pacientes
com problemas renais de Fortaleza estão sendo prejudicados nas clínicas
pela falta de repasse de verba do Fundo Municipal de Saúde, que está
atrasado pelo menos um mês. Seringas, esparadrapos e fitas estão em
falta nas clínicas, o que tem prejudicado o procedimento de hemodiálise.
Conforme Sebastião Sobreira dos Santos, um dos pacientes renais que
enfrentam o problema, as clínicas que realizam o procedimento na Capital
estão com os materiais comprometidos por falta de verba. Entre elas,
Instituto do Rim, Clínica do Rim e Instituto de Nefrologia do Ceará.
Cada uma das mais de dez clínicas atendem, em média, 200 pacientes que
sofrem de enfermidades renais e não podem ficar sem tratamento, pois
correm risco de morrer.
Materiais
como seringas, esparadrapos e fitas estão em falta nas clínicas devido
ao não repasse da verba, o que dificulta a hemodiálise Foto: Elizângela
Santos
Segundo Sobreira, o repasse do recurso no valor
de mais de R$ 3 milhões deveria ter sido entregue no dia 7 de janeiro,
mas, nada foi feito.
"É uma situação muito ruim, porque a gente
se sente inseguro ao não receber um bom tratamento. Estamos lutando para
que isso se resolva, mas toda a situação é muito desgastante para quem
está doente", afirma Santos. O problema, ainda conforme o paciente, foi
encaminhado ao Ministério Público para que o órgão tome as devidas
providências.
Mais sério
Entretanto, a
situação é mais séria do que se pensa, de acordo com informações de Luis
Aramicy, presidente da Associação dos Hospitais do Estado do Ceará
(Ahece).
Aramicy relata que não é só a verba de janeiro que está
atrasada, mas também os recursos referentes ao mês de novembro do ano
passado. "A situação chegou a esse ponto porque a demora do recurso se
acumulou a ponto dos pacientes notarem que o processo de hemodiálise
está, de fato, comprometido", explica. Ainda conforme o presidente da
Ahece, em dezembro de 2012, foi repassado ao Fundo Municipal de Saúde, o
valor de R$ 149 milhões, para quitar as dívidas do mês de novembro,
tanto das clínicas, como dos laboratórios e hospitais da cidade. A
quantia, entretanto, ainda não chegou ao destino, conforme Aramicy.
"Por
conta desses atrasos, os hospitais, laboratórios e clínicas estão
sufocados", afirma. De acordo com Aramicy, a titular da Secretaria
Municipal de Saúde (SMS), Socorro Martins, afirmou que, ainda no início
de sua gestão, iria priorizar o pagamento do recurso em atrasado. A
reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da SMS, a fim
de saber quando o problema será resolvido, mas, não recebeu retorno.
LÍVIA LOPESREPÓRTER
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário