quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Cientistas desenvolvem novo tratamento para câncer na bexiga

Em 30 anos, terapia é o primeiro avanço para a forma avançada da doença

Celulas cancerigenas
Novo remédio: após doze semanas de tratamento, tumores regrediram em até 52% dos pacientes (Getty Images/VEJA)
Pesquisadores da Universidade Queen Mary de Londres, na Grã-Bretanha, anunciaram um novo tratamento para câncer de bexiga em estágio avançado, uma doença para a qual não houve avanços nos últimos 30 anos. A descoberta foi relatada nesta quarta-feira no periódico Nature.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: MPDL3280A (anti-PD-L1) treatment leads to clinical activity in metastatic bladder cancer

Onde foi divulgada: periódico Nature

Quem fez: Thomas Powles, Joseph Paul Eder, Gregg D. Fine, Fadi S. Braiteh, Yohann Loriot, Cristina Cruz, Joaquim Bellmunt, Howard A. Burris, Daniel P. Petrylak, entre outros

Instituição: Universidade Queen Mary de Londres, na Grã-Bretanha

Resultado: Um novo medicamento é a primeira alternativa à quimioterapia em 30 anos para tratar câncer de bexiga em estágio avançado
A pesquisa analisou um anticorpo (MPDL3280A) que bloqueia uma proteína (PD-L1) conhecida por ajudar as células cancerígenas a escaparem da vigilância do sistema imune e se espalharem pelo corpo.

Na primeira fase do estudo, 68 pacientes em estágio avançado de câncer de bexiga (que não responderam a tratamentos como a quimioterapia) receberam um remédio com o anticorpo MPDL3280A. Dos voluntários, 30 tinham tumores relacionados à proteína PD-L1.

Resultados — Depois de seis semanas de tratamento, o tumor regrediu em 43% dos participantes cujo câncer era associado à proteína. Essa porcentagem subiu para 52% após doze semanas. Em dois pacientes (7%), o câncer desapareceu. Entre os voluntários que tinham tumores não relacionados à proteína, 11% responderam positivamente à terapia.

“Esse estudo é um grande avanço na busca por um tratamento alternativo e eficiente para o câncer na bexiga. Por décadas, a quimioterapia foi o único tratamento para essa doença em estágio avançado. A resposta à quimio é ruim e muitos pacientes são doentes demais para lidar com ela”, afirma o líder do estudo, Thomas Powles, oncologista da Universidade Queen Mary de Londres.

Os resultados são tão otimistas que a droga foi avaliada como inovadora pela FDA, agência americana que regula medicamentos e remédios. Outros estudos estão em andamento para confirmar os resultados.

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