sexta-feira, 29 de abril de 2016

2 milhões serão vacinados no CE


Hoje tem o lançamento na cidade de Fortaleza, às 9horas, no Centro de Saúde Meirelles ( FOTO: JL ROSA )
Cerca de 2 milhões de pessoas devem ser imunizadas no Ceará contra a gripe. A Campanha Nacional de Vacinação contra os Vírus da Influenza (gripe H1N1) acontece neste sábado, com o dia D de Mobilização Nacional. No Estado, serão disponibilizadas 2,2 milhões de doses da vacina. Hoje tem o lançamento na Capital, às 9h, no Centro de Saúde Meirelles.
Em todo o País, 49,8 milhões de pessoas devem ser vacinadas até 20 de maio pela ação conjunta do Ministério da Saúde, estados e municípios. Serão distribuídas, ao todo, 54 milhões de doses da vacina. A meta do Ministério da Saúde é vacinar, pelo menos, 80% da população prioritária, considerada de risco para complicações por gripe.
O público-alvo é formado por crianças de seis meses a menores de cinco anos; pessoas com 60 anos ou mais; trabalhadores da saúde; povos indígenas; gestantes; puérperas (mulheres até 45 dias após o parto); população privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas; e os funcionários do sistema prisional.
Serão vacinadas pessoas com doenças crônicas não-transmissíveis ou com outras condições clínicas especiais. A definição dos grupos prioritários segue a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), além de ser respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, cujo principal agente são os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.
Período
A campanha ocorre entre 30 de abril e 20 de maio e visa reduzir as internações, complicações e mortes em decorrência das infecções pelo vírus da influenza. Desde 1º de abril deste ano, o Ministério da Saúde está enviando aos estados doses da vacina contra a influenza de 2016

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Saúde inicia sábado vacinação contra gripe; meta é imunizar 49,8 milhões

Campanha vai até o dia 20 de maio e não deve ser prorrogada, diz ministro.
Vacina trivalente protege contra H1N1, H3N2 e uma cepa da Influenza B.

Gabriel LuizDo G1 DF
O ministro Marcelo Castro e a atriz Arlete Salles em divulgação nesta quarta-feira (27), em Brasília, de campanha de vacinação contra gripe  (Foto: Gabriel Luiz/G1)O ministro Marcelo Castro e a atriz Arlete Salles em divulgação nesta quarta-feira (27), em Brasília, de campanha de vacinação contra gripe (Foto: Gabriel Luiz/G1)
A campanha nacional de vacinação contra influenza começa neste sábado (30), com objetivo de imunizar 49,8 milhões de pessoas até dia 20 de maio, informou o Ministério da Saúde nesta quarta-feira (24). A previsão é de que a campanha – que foi antecipada em alguns estados e no DF – não seja prorrogada.
 
A ação é destinada a alguns grupos prioritários: crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, mulheres que deram à luz há menos de 45 dias, idosos, profissionais da saúde, povos indígenas e pessoas portadoras de doenças crônicas e outras doenças que comprometam a imunidade. A vacina aplicada é a trivalente, que protege contra H1N1, H3N2 (ambos vírus da Influenza A) e uma cepa da Influenza B.
Em todo o país, serão 65 mil postos de vacinação, com envolvimento de 240 mil profissionais de Saúde. Até esta quarta, o ministério estimou ter enviado às unidades da federação 57% das 54 milhões de doses que serão distribuídas pelo país até dia 6 de maio.
Desde o início do ano, foram registrados 1.635 casos de influenza e 230 mortes por complicações causadas pela doença até 16 de abril. Do total de casos registrados, 83% (1.365) são pela influenza A.
A atriz Arlete Salles, que estrelou a campanha publicitária anunciando o período de vacinação, também participou do anúncio do ministério.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Ministério notifica 156 casos de zika no Estado-Ce

Esta é a primeira vez que o Ministério da Saúde divulga dados sobre a febre causada pelo vírus
O Ministério da Saúde divulgou ontem o primeiro boletim epidemiológico com dados registrados do vírus zika no Brasil. O órgão ainda não tinha nenhum levantamento sobre a doença causada pelo vírus, pois os casos ainda estão sendo investigados. Os dados apontam 91.387 ocorrências prováveis da enfermidade em todos os estados, de janeiro até 2 de abril. O Ceará aparece com 156 registros de suspeitas de febre por zika. A taxa de incidência, que considera a proporção de casos, é de 44,7 ocorrências para cada 100 mil habitantes. A transmissão, que se origina em todas as regiões do País, foi confirmada a partir de abril de 2015, com a confirmação laboratorial no município de Camaçari (BA).
O Ministério da Saúde tornou compulsória a notificação dos casos de zika em fevereiro deste ano. Desde então, estados e municípios vinham preparando seus sistemas de registros para encaminhar estas notificações ao Ministério. A Região Sudeste teve 35.505 casos prováveis da doença, seguida das regiões Nordeste (30.286); Centro-Oeste (17.504); Norte (6.295) e Sul (1.797). Considerando a proporção de registros por habitantes, a Região Centro-Oeste fica à frente, com incidência de 113,4 casos/100 mil habitantes, seguida do Nordeste (53,5); Sudeste (41,4); Norte (36,0); Sul (6,1).
A Pasta informou que a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa-CE), assim como os municípios, ainda estão se adaptando a esse tipo de identificação para notificar o vírus zika. O diagnóstico dos casos no Brasil tem sido feito com uma técnica chamada de PCR, que pesquisa diretamente no sangue do paciente a presença de material genético do vírus.
Baixo número
O infectologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Anastácio Queiroz, afirma que os dados devem ser utilizados para interpretar que o vírus está presente no Estado. Segundo o especialista, sobre o baixo número apresentando no boletim de notificações do Ceará, o fato se deve à dificuldade do diagnóstico. "Os sintomas das doenças causadas pelo mosquito são bem parecidos, causando viroses mais leves e outras pesadas. As erupções na pele ainda são fator essencial no diagnóstico dos casos suspeitos", conclui o profissional. Ainda conforme o infectologista, o exame PCR é eficaz, mas é caro e requer tempo. "Os laboratórios do Estado são capazes de realizar esse de exame, mas realizamos por prioridades. Não se tem condições de realizar em todos os casos suspeitos para o vírus da zika".
O novo boletim epidemiológico também registra 802.429 casos prováveis de dengue em todo o País. O Ceará se destaca com uma pequena queda na Região Nordeste com 10.888 casos suspeitos até 2 de abril deste ano. Em 2015, em igual período, o Estado tinha 11.584 casos prováveis.
O diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, avalia que "a partir do fim de fevereiro, já se começou a observar uma redução dos casos. A expectativa é que o número continue caindo, expressando o resultado das nossas ações, que foram intensificadas desde início do ano", afirmou.
Ele considera que a tendência é de desaceleração do número de casos nas próximas semanas, visto que o período de maior infestação do mosquito Aedes aegypti é na época de chuvas, entre os meses de dezembro e abril.
Mobilizações
O Ministério da Saúde tem reunido esforços no combate ao Aedes aegypti, convocando o poder público e a população. O governo federal mobilizou todos os órgãos federais para atuar conjuntamente neste enfrentamento, além da participação dos governos estaduais e municipais. Neste ano, diversas ações foram organizadas em parceria com outros órgãos e entidades, como a mobilização que contou com 220 mil militares das Forças Armadas; a mobilização nas escolas, que marcou o início do ano letivo com instruções aos alunos de como prevenir as doenças transmitidas pelo Aedes; além da faxina promovida pelo Governo com servidores públicos, cujo objetivo foi inspecionar e eliminar possíveis focos do mosquito nos prédios públicos.
Além disso, estão em funcionamento 1.094 salas municipais e 27 salas estaduais de controle, que são coordenadas pela Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC), instituída em dezembro do ano passado pelo governo federal para organizar e coordenar as estratégias de combate ao Aedes aegypti.
As visitas aos imóveis contam com a participação permanente de 266,2 mil agentes comunitários de saúde e 49,2 mil agentes de controle de endemias, com apoio de aproximadamente 5 mil militares das Forças Armadas e membros da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.
1

Microcefalia: casos confirmados chegam a 1.198, segundo ministério

Deste total, 194 tiveram teste positivo para o vírus da zika.
Desde 22 de outubro, o Brasil já teve 7.228 notificações de microcefalia.

Do G1, em São Paulo
 Exame de imagem revela danos cerebrais de bebês com microcefalia (Foto:  BMJ 2015/ http://www.bmj.com/cgi/doi/10.1136/bmj.i1901 ) Exame de imagem revela danos cerebrais de bebês com microcefalia (Foto: BMJ 2015/ http://www.bmj.com/cgi/doi/10.1136/bmj.i1901 )
O número de casos confirmados de microcefalia no Brasil chegou a 1.198. Ao todo, foram 7.228 notificações desde o início das investigações, em 22 de outubro, até 23 de abril. Segundo a pasta, 2.320 casos foram descartados e outros 3.710 casos ainda estão sendo investigados.
 
Os dados são do boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (26). Dos casos confirmados de microcefalia, 194 tiveram teste positivo para o vírus da zika.
Estados
O estado com maior número de casos confirmados ainda é Pernambuco, com 334 casos, seguido da Bahia, com 221, Paraíba, com 112, e do Maranhão, com 99.
Desde 22 de outubro, houve 251 notificações de mortes por microcefalia ou outras alterações no sistema nervoso central durante a gestação ou após o parto. Deste total, 54 óbitos foram confirmados para microcefalia e alterações do sistema nervoso central, 30 foram descartados e 167 continuam sob investigação.
Zika: mais de 91 mil casos em 2016
O vírus da zika já circula em todas as unidades da federação, segundo o Ministério da Saúde. Nesta terça-feira, a pasta divulgou, pela primeira vez, o número de casos prováveis de zika no país. Foram 91.387 notificações da doença neste ano, até 2 de abril, o que corresponde a uma taxa de incidência de 44,7 casos por 100 mil habitantes. Do total, 31.616 foram confirmados.
Até o momento, o Ministério da Saúde só divulgava em seus boletins quantos estados tinham tido notificações de zika e o número de casos de microcefalia provavelmente relacionados ao vírus, mas não o número de casos da doença no país, por isso esse dado é inédito.
Do total de notificações, 7.584 foram em gestantes, dos quais 2.844 foram confirmados por critérios clínico-epidemiológicos ou laboratoriais.
A região centro-oeste teve a maior taxa de incidência: 113,4 casos por 100 mil habitantes.
O estado com maior número de casos prováveis de zika é o Rio de Janeiro, com 25.930 notificações, seguido por Bahia (25.061), Mato Grosso (16.055) e Minas Gerais (6.693). São Paulo teve 1.500 notificações.
Houve três mortes por zika confirmadas laboratorialmente: uma em São Luís (MA), uma em Benevides (PA) e uma em Serrinha (RN).

terça-feira, 26 de abril de 2016

Brasil já teve 230 mortes por H1N1 este ano, segundo ministério

Foram 77 novas mortes pelo vírus em apenas uma semana.
Só o estado de São Paulo teve 119 mortes até 16 de abril.

Do G1, em São Paulo
Enfermeira prepara injeção com vacina para o vírus H1N1 (Foto: Carla Carniel/Código 19/Estadão Conteúdo)Enfermeira prepara injeção com vacina para o vírus H1N1 (Foto: Carla Carniel/Código 19/Estadão Conteúdo)
O Brasil já registrou 230 mortes por H1N1 este ano até o dia 16 de abril, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (25). Em apenas uma semana, entre 9 e 16 de abril, foram registradas 77 novas mortes.
 
Ao todo, foram 1.365 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por influenza A/H1N1 até 16 de abril. A SRAG é uma complicação da gripe. Em uma semana, foram registrados 353 novos casos de SRAG por H1N1 no país.
Além das mortes pela influenza A/H1N1, houve ainda 20 mortes por outros tipos de influenza. O estado de São Paulo teve o maior número de óbitos por H1N1: 119, correspondendo a 51,7% das mortes do país.
Também foram registradas mortes por H1N1 em Santa Catarina (20), Rio de Janeiro (17), Rio Grande do Sul (13), Goiás (11), Minas Gerais (10), Bahia (8), Pará (6), Paraná (4),  Distrito Federal (3), Mato Grosso do Sul (3), Mato Grosso (3), Rio Grande do Norte (3), Ceará (3), Alagoas (2), Pernambuco (1), Paraíba (1), Amapá (1) e Espírito Santo (1).
A campanha nacional de vacinação contra gripe começa no dia 30 de abril, mas vários estados já anteciparam a aplicação das doses.
A vacinação contra influenza no SUS é destinada a alguns grupos prioritários: crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, mulheres que deram à luz há menos de 45 dias, idosos, profissionais da saúde, povos indígenas e pessoas portadoras de doenças crônicas e outras doenças que comprometam a imunidade.
A vacina aplicada é a trivalente, que protege contra H1N1, H3N2 (ambos vírus da Influenza A) e uma cepa da Influenza B. Em clínicas particulares, a vacina já está disponível.

domingo, 24 de abril de 2016

Oito países registram transmissão sexual do zika

Pesquisa da USP em macacos do Ceará aponta para um dos motivos da rápida disseminação do zika pelas Américas

Mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue
Argentina, Chile, Estados Unidos, França, Itália, Nova Zelândia, Peru e Portugal têm evidência desse tipo de transmissão porque registraram casos autóctones da doença sem ter, em seu território, a presença do mosquito transmissor(Paulo Whitaker/Reuters)
A transmissão sexual do zika já foi notificada em oito países. Segundo um boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado na quinta-feira (21), Argentina, Chile, Estados Unidos, França, Itália, Nova Zelândia, Peru e Portugal têm evidência desse tipo de transmissão porque registraram casos autóctones da doença sem ter, em seu território, a presença do mosquito transmissor.
Ainda segundo a OMS, seis países tiveram aumento de casos de microcefalia associados à doença: Brasil, Colômbia, Cabo Verde, Polinésia Francesa, Martinica e Panamá. Desde 2007, quando o primeiro surto do vírus foi documentado, 66 países tiveram registro de zika. Destes, 42 nações notificaram casos de transmissão do zika a partir de 2015, quando a doença foi identificada pela primeira vez nas Américas.

Zika em macacos no Ceará - Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) encontraram, pela primeira vez fora do continente africano, macacos infectados pelo vírus zika no Ceará. A descoberta, publicada recentemente no periódico científico bioRxiv, indica que a doença se espalha com mais facilidade e pode ser mais difícil de ser contida do que se imaginava.
"Esse é um achado que nos deixou muito preocupados porque mostra que o zika veio para ficar. Assim como no caso da febre amarela, o vírus tem um ciclo não só em humanos, mas também em animais silvestres, que podem tornar-se um reservatório. É por isso que, no caso da febre amarela, mesmo com a vacina, a gente nunca conseguiu erradicar o vírus, porque ele fica circulando entre os primatas. Isso não acontece com a dengue, por exemplo", explica Edison Luiz Durigon, professor titular do departamento de microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP e um dos coordenadores do estudo.
Os macacos infectados pelo vírus foram encontrados em diferentes regiões do Ceará entre os meses de julho e novembro do ano passado. Na ocasião, cientistas do ICB-USP e do Instituto Pasteur estavam no local capturando saguis e macacos-prego para um estudo sobre a raiva.
"Resolvemos testá-los também para o zika e, para nossa surpresa, 29% das amostras deram positivas, todas elas de macacos capturados em áreas onde há notificação de zika e ocorrência de microcefalia", diz o pesquisador, um dos integrantes da Rede Zika, força-tarefa de cientistas paulistas criada no ano passado, com auxílio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), para estudar o vírus.
Na pesquisa, 24 primatas (15 saguis e 9 macacos-prego), provenientes tanto na região costeira do Ceará quanto das áreas de caatinga e de floresta, foram testados para zika com a técnica PCR em tempo real. Destes, sete estavam com infectados: quatro saguis e três macacos-prego. Todos os animais capturados tinham com domésticos ou viviam próximos aos humanos Após passarem pelo exame, os macacos tiveram um microchip implantado e foram devolvidos ao hábitat natural.
"Estes não são macacos completamente silvestres, eles costumam ir às casas das pessoas para buscar comida e ali podem ser contaminados, voltando para o ambiente selvagem levando o vírus e, inclusive, infectando outros tipos de Aedes. Por enquanto, é o humano que está provocando a infecção do macaco, mas daqui a pouco pode ser o contrário", afirma Durigon.
Esta descoberta pode apontar para um dos motivos de o zika ter se disseminado tão rápido pelas Américas. Em menos de dois anos, a doença já foi identificada em 35 países do continente, enquanto a dengue levou décadas para se espalhar na mesma amplitude. A dengue, no entanto, é incapaz de infectar macacos e, portanto, não tem o chamado reservatório em animais silvestres.
"O que acontece com os vírus é que, para eles se multiplicarem em um organismo, precisam que as células de um indivíduo tenham um receptor. Eles só conseguem infectar as células que são permissivas a eles. Mesmo se um mosquito positivo para a dengue picar o macaco, não consegue infectá-lo porque não há esse receptor nas células. Já no caso da zika, descobrimos que sim", diz o pesquisador da USP.
Embora a infecção por zika já tivesse sido detectada em macacos da África, os cientistas se surpreenderam porque os primatas do novo e velho mundo, como são classificados, têm estruturas genéticas e suscetibilidade a doenças diferentes. Não havia, portanto, a obrigatoriedade de um primata do continente americano ser suscetível à infecção por zika.
Com o achado, os pesquisadores pretendem retornar ao Ceará em meados de maio para fazer exames em mais macacos e tentar recapturar alguns dos animais já testados para que eles sejam estudados de forma mais aprofundada.
(Com Estadão Conteúdo)

sábado, 23 de abril de 2016

Dengue já atinge 116 municípios cearenses

Já são 66% das cidades do Ceará com casos confirmados da doença.
Até o momento, 4.995 cearenses foram acometidos pela dengue em 2016, o que representa 30% do total de casos notificados
Outros 17 municípios cearenses contabilizam casos confirmados de dengue, conforme informações da Secretaria Estadual da Saúde. Em boletim divulgado ontem, consta que a dengue já atingiu, neste ano, 116 municípios, o que representa 66% do território cearense. Na semana anterior, a enfermidade foi diagnosticada em 99 localidades.
Até o momento, 4.995 cearenses foram acometidos pela dengue em 2016, o que representa 30% do total de casos notificados. A quantidade de ocorrências prováveis da doença já chega a 16.640 pessoas.
Somam-se ainda 31 casos mais severos da doença, sendo 26 de dengue com sinais de alarme e cinco de dengue grave. Um óbito foi confirmado, em Aracati, contudo as investigações de outros 21 casos graves incluem 13 óbitos suspeitos, ocorridos em Caucaia (2), Crato (1), Fortaleza (3), Fortim (1), Icó (1), Itapajé (1), Maracanaú (3) e Paraipaba (1), e que podem ser confirmados ou descartados nas próximas semanas.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Estado tem mais uma morte por gripe H1N1-Ce

Já são três óbitos registrados em 2016 em municípios do Estado; a imunização gratuita se inicia neste mês
Cerca de 840 mil unidades da vacina enviadas pelo Ministério da Saúde ao Estado; na Capital, só chegaram 20% das 553 mil doses ( FOTO: JL ROSA )
A dez dias do início da Campanha Nacional Contra a Gripe, o Estado do Ceará registra a terceira morte de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pelo vírus H1N1. A informação foi apresentada pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde, que divulgou o boletim referente à 15ª semana epidemiológica, com período de 10 a 16 de abril de 2016.
>Preço de vacina chega a R$ 140 na Capital
Das três mortes, duas eram de pessoas que residiam em Caucaia, inclusive esta última, e outra em Sobral. Além dos óbitos citados, houve outras três confirmações de infectados pelo vírus. Mesmo com o aumento no número de casos, o Ceará mantém para o dia 30 de abril de 2016 o início da campanha.
Sobre a última morte registrada nesta semana, a coordenadora estadual de imunização da Sesa, Ana Vilma Leite, afirma que o paciente tinha diabetes. Por ser portador de uma doença crônica, ele estaria no grupo prioritário para receber a imunização.
"Com uma imunidade menor, uma gripe H1N1 nessas pessoas pode complicar. A doença tem cura, tem a medicação antiviral, mas isso tem que ser tomado no começo. Quando esse paciente chegou para ser internado no São José, o estado de saúde dele já estava muito grave e foi logo entubado. É preciso dar a devida atenção a essa doença. Com a H1N1 deve ser tomado mais cuidado do que com um resfriado comum", conta Ana Vilma, ao citar a importância da procura antecipada pela vacina.
Distribuição
Conforme a gestora, os próximos dias serão necessários para iniciar a logística de distribuição das doses: aproximadamente 840 mil unidades da vacina enviadas pelo Ministério da Saúde, que já chegaram ao Estado.
"No dia 29 haverá o lançamento da campanha em um posto de saúde no bairro Meireles. Dia 30, com certeza, as vacinas já estarão em todos os postos do Ceará. Estamos trabalhando na logística e já estamos liberando as doses para cada Município", reiterou Ana Vilma.
O grupo prioritário é composto ainda por crianças de 6 meses a menos de 5 anos de idade, trabalhadores da área da saúde, gestantes, puérperas, população indígena, idosos, portadores de doenças crônicas, adolescentes de 12 a 21 anos sob medida socioeducativa, população privada de liberdades e funcionários do sistema prisional.
De acordo com a coordenadora de imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Vanessa Soldatelli, em Fortaleza, até o momento, só chegaram 20% das 553 mil doses. Pela Pasta, o número é considerado insuficiente para que exista uma antecipação da campanha na Capital. Dentre as prioridades, Vanessa ressalta que os primeiros a receberem a vacina serão aqueles que trabalham em hospitais.
Prioridades
"Tivemos uma reunião com alguns representantes de hospitais e, a princípio, ainda sexta-feira estaremos vacinando os funcionários dos hospitais onde há pessoas com a confirmação da H1N1. Quem tem contato direto com esses pacientes deve receber logo a vacina. Usaremos o que já temos para eles. Não podemos passar para a população agora, porque não temos o suficiente. É preciso imunizar essas pessoas que estão na linha de frente com os já infectados internados nos hospitais", ressaltou Vanessa Soldatelli.
Ainda conforme Vanessa, no próximo dia 30, a vacina estará em todos os 104 postos de saúde da Cidade. Na data, haverá também 94 minipostos instalados em locais estratégicos com ampla circulação de pessoas, como supermercados e shoppings, e 10 equipes volantes responsáveis por se deslocar entre os bairros de maior procura pela imunização contra as influenzas.
s O Ministério da Saúde informou que até o dia 9 de abril deste ano, data do último levantamento epidemiológico com relação à H1N1, foram registrados 1.012 casos da doença no País, sendo 153 óbitos. A Região Sudeste concentra o maior número. Das 758 confirmações na região, 715 foram no Estado de São Paulo. No Nordeste, a Bahia lidera o ranking, com 12 registros. Em relação às mortes, São Paulo registrou 91, seguido por Santa Catarina (10), e Goiás (9).
Do dia 1º ao dia 15 de abril, conforme o Ministério, os estados brasileiros receberam 25,6 milhões de doses, ou seja, 48% do total a ser enviado em 2016.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Sobe para sete o número de mortes por chikungunya no Recife

Informação está no boletim divulgado pelo município na terça-feira (19).
Exames confirmaram os dois novos óbitos, de um idoso e de uma menina.

Do G1 PE
Governo orienta moradores a tomar medidas para evitar a proliferação do mosquito (Foto: Divulgação/Gcom-MT)Governo orienta moradores a tomar medidas para evitar a proliferação do mosquito (Foto: Divulgação/Gcom-MT)
O mais novo boletim sobre arboviroses, divulgado na terça-feira (19) pela Secretaria Municipal de Saúde, revelou o aumento do número de mortes provocadas pela chikungunya no Recife.  Agora, são sete casos confirmados. No relatório anterior, lançado há duas semanas, cinco óbitos tinham sido apontados.
O boletim revelou que um homem de 94 anos, residente em Cajueiro, na Zona Norte, e uma garotinha de 1 ano, de Caxangá, na Zona Oeste, são as duas vítimas mais recentes.  O idoso faleceu em 5 de fevereiro deste ano, tendo a morte confirmada por meio de teste de sorologia. A menina faleceu em 13 de março.
 
O boletim informou, ainda, que outros 40 óbitos por de arbovisroses em investigação na cidade. Em relação aos  dados de registros de pessoas doentes, a Secretaria Municipal de Saúde revelou: entre 3 de janeiro e 2 de abril,  houve 5.570 notificações de dengue (2.218 confirmadas), 4.625 de chikungunya (610 confirmadas) e 2.772 de zika (uma confirmada) na Capital.
A soma é 8,1% maior que o total de casos de arboviroses no mesmo período de 2015. Entre os bairros com maior risco de adoecimento por dez mil habitantes aparecem Santo Antônio, Recife, Mangabeira, Pau Ferro, Cidade Universitária, Paissandu, Totó, Bomba do Hemetério, Alto do Mandu e Vasco da Gama.
Microcefalia
Até o último dia 9, foram notificados 1.849 casos de microcefalia relacionada à infecção pelo zika em Pernambuco, sendo 316 em recém-nascidos residentes do Recife. Destes, 116 são considerados prováveis. Até agora, 56 foram confirmados por exame de neuroimagem, 105 foram descartados e 155 seguem em investigação.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Circuncisão não reduz sensibilidade do pênis

Uma pesquisa mostrou que a cirurgia não afeta o desempenho sexual nem a sensibilidade do órgão

Casal
estudo afirma que a circuncisão não reduz a sensibilidade do pênis(iStockphoto/Getty Images)
Ao contrário do que mostravam estudos anteriores, homens circuncidados não perdem a sensibilidade no pênis. É o que diz um estudo publicado recentemente no periódico cientifico The Journal of Urology.
A pesquisa, realizada por pesquisadores da Universidade Queen, em Ontario, no Canadá, analisou a sensibilidade de 62 homens saudáveis, com idade entre 18 e 37 anos, dos quais, 30 eram circuncisados e 21 não.
(Da redação)

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Ejaculação frequente reduz o risco de câncer de próstata

De acordo com estudo da European Urology, homens que ejaculam mais de 21 vezes por mês têm menor probabilidade de desenvolver o tumor

Atividade sexual: pacientes que conseguem caminhar sem problemas e subir dois lances de escadas sem ter dor no peito, fraqueza ou um ritmo cardíaco anormal podem voltar a ter relações sexuais
De acordo com o estudo, homens que ejaculavam pelo menos 21 meses por mês corriam um risco 20% menor de desenvolver câncer de próstata, em comparação com aqueles que tinham entre 4 e 7 ejaculações mensais. Já naqueles que ejaculavam entre 8 e 12 vezes mensais, tiveram uma redução de 10% no risco(Thinkstock/VEJA)
Ejacular com frequência reduz o risco de câncer de próstata. De acordo com um estudo publicado recentemente na versão online da revista científica European Urology, homens que ejaculam pelo menos 21 vezes por mês têm um risco 20% menor de desenvolver este tipo de tumor.
O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, acompanhou cerca de 32 mil homens ao longo de 18 anos. Durante este período, 3.839 participantes foram diagnosticados com câncer de próstata, dos quais 384 foram fatais.
Em um questionário preenchido no início do estudo, os participantes relataram a sua frequência média de ejaculação por mês em três períodos de suas vidas: entre 20 e 29 anos, de 40 a 49 anos e no ano anterior ao início do estudo.
Os resultados mostraram que, em geral, os homens que ejaculavam pelo menos 21 meses por mês corriam um risco 20% menor de desenvolver câncer de próstata, em comparação com aqueles que tinham entre quatro e sete ejaculações mensais. Embora uma maior frequência de ejaculação tenha sido associada a um risco menor, mesmo homens que reportaram um número menor de ejaculações por mês - de 8 a 12 - conseguiram reduzir o risco em 10%.
"Esse grande estudo prospectivo fornece uma evidência forte do papel benéfico da ejaculação na prevenção do câncer de próstata. Não devemos enfatizar o número exato de ejaculações, mas o fato que uma atividade sexual segura é benéfica para a saúde da próstata.", disse Jennifer Rider, líder do estudo.
Uma das explicações para a associação estaria na liberação de substâncias, como os hormônios ocitocina e DHEA durante a ejaculação. Os compostos teriam um efeito benéfico para a saúde.
(Da redação)

sábado, 16 de abril de 2016

Explode o número de casos de chikungunya no Brasil

Especialistas ouvidos pelo site de VEJA explicam os sintomas da doença como a maior probabilidade manifestações clínicas, em comparação com a dengue e o zika, e o risco de permanência de dor intensa e limitante nas articulações por até um ano

Por: Giulia Vidale
O inseto alterado em laboratório compete com o macho selvagem para procriar mosquitos incapazes de transmitir a dengue
A chikungunya, doença também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, foi identificada pela primeira vez em 1952 na Tanzânia, no continente africano. Atualmente o vírus já está presente em 45 países e sua principal manifestação clínica são as dores intensas nas articulações, que em até 20% dos casos chegam a durar um ano(James Gathany/PHILL, CDC/VEJA)
Esquecida até há pouco tempo em meio às preocupações com dengue e zika, a chikungunya agora se mostra como uma afeção tão ou mais alarmante no país. A explosão no número de casos notificados da infecção nos primeiros meses deste ano tem preocupado -- e muito -- os especialistas. De acordo com o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, até o dia 5 de março, haviam sido notificados 13.676 casos prováveis de febre chikungunya no país, destes, 550 já confirmados.
Em 2015, no mesmo período, foram registrados 4.890 casos prováveis. Ou seja, houve um aumento de quase 180% nos casos da doença. Apenas os estados do Rio de Janeiro e de Mato Grosso não notificaram casos suspeitos em 2016. O nordeste concentra a maior parte de doenças (11.170), seguido pela região Norte (1.108) e Sudeste (769). No Sudeste, São Paulo é o campeão no número de notificações: 653 contra apenas 36 no mesmo período do ano passado. Destes, 103 já foram confirmados, sendo seis autóctones (cinco na capital e um em Rio Claro).
Em Pernambuco, Estado campeão no número de casos de microcefalia e com grande incidência de zika, até o último sábado (9), foram notificados 16.488 casos de chikungunya, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde. Quase o dobro dos casos suspeitos de zika (8.337) registrados até o momento, mas ainda bem menor do que os de dengue (50.030).
Em relação ao número de óbitos pela doença, segundo o ministério, apenas duas mortes por febre chikungunya foram confirmadas no Brasil (uma na Bahia e uma em Pernambuco) e outros quatro estão em investigação. Entretanto, de acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco, somente no Estado já foram registradas nove mortes pelo vírus. Embora raramente fatal, pessoas com imaturidade ou envelhecimento imunológico, como crianças e idosos, e doentes crônicos como cardíacos ou diabéticos, correm maior risco.
Diz o infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo: "Em geral, nos três primeiros anos após o vírus chegar a um novo local, há um aumento gradual no número de casos, pois se trata de uma fase de adaptação ao mosquito transmissor. Já o ápice do número de infecções acontece entre o quarto e quinto ano. Neste período, em que o vírus já está adaptado, há um aumento da eficácia da transmissão que, em conjunto com uma grande quantidade de pessoas vulneráveis (que ainda não foram infectadas), leva ao aumento exacerbado do número de casos."
Isso significa que o Nordeste, região em que a a doença chegou primeiro, está passando agora pelo ápice das infecções por chikungunya. No Sudeste, isso deverá acontecer em um ou dois anos.

Características da chikungunya - Embora tenha sintomas em comum com a dengue e a zika, a principal característica da chikungunya é a forte dor nas articulações, que, em até 20% dos casos, pode durar por um ano ou mais. Outro dado de alerta é que a probabilidade de pessoas infectadas pelo vírus desenvolverem sintomas é bem maior do que nos casos de dengue e zika: entre 80% e 90% dos infectados por chikungunya apresentarão sinais da doença. Para a dengue a taxa fica entre 50% e 60% dos infectados. Para a zika esse número cai para 20% a 30%.
Os principais sintomas, que aparecem de 2 a 12 dias depois da picada do mosquito, são: febre alta, mal-estar, dor de cabeça, manchas vermelhas na pele, cansaço e, em especial, dor nas articulações. Em relação à duração destas manifestações, elas tendem a desaparecer após a fase aguda da infecção (5 a 10 dias), exceto pela dor nas articulações que permanece por até um mês em 20% a 30% dos pacientes e por um ano - ou mais - em 10% a 20%. Nestes casos, o tratamento exige a administração de anti-inflamatórios potentes ou até mesmo cortisona, para melhorar a dor e a inflamação.
"A poliartrite, comprometimento das articulações semelhante ao reumatismo é justamente o que caracteriza a febre chikungunya. A dor, que é intensa, prolongada e limitante nas juntas, já ganhou o nome de "artrite chikungunya", pois nestes pacientes é necessário procurar um reumatologista e fazer um tratamento semelhante ao da doença reumatoide", diz Juvencio José Duailibe Furtado, coordenador científico do departamento de infectologia da Associação Paulista de Medicina.
A maior probabilidade de manifestação clínica e de duração prolongada dos sintomas da chikungunya pode estar relacionada com uma descoberta recente dos pesquisadores: a concentração desse vírus em pequenas quantidades de sangue é muito maior do que a concentração do vírus da zika ou da dengue. Segundo Timerman, isso significa uma maior adaptabilidade do vírus em se manifestar no corpo humano e pode explicar a maior agressividade e duração da resposta imunológica do corpo à infecção.
Em relação ao tratamento, na fase aguda é o mesmo da dengue: muita hidratação, repouso e analgésico. Apesar da dor intensa nas articulações, neste período é contraindicado o uso de anti-inflamatório. Após este estágio, caso a dor persista, é necessário procurar um especialista que irá indicar o tratamento mais adequado.
O grande desafio contra a doença, além do combate ao vetor, é o diagnóstico específico. "Como as três doenças têm sintomas parecidos, a avaliação clínica não é suficiente para um diagnóstico preciso. Para isso, é necessário realizar também o teste sorológico, que frequentemente está em falta na rede pública ou não é coberto por planos de saúde. Também é essencial capacitar melhor os profissionais e ter infectologistas de plantão, que estão preparados para atender e diagnosticar estas doenças.", afirma Timerman.
Vírus chikungunya - O vírus causador da febre chikungunya é o CHIKV. A doença foi identificada pela primeira vez em 1952 na Tanzânia, na África. Desde então ela começou a se espalhar pela África, Ásia, Europa e América. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nome chikungunya é uma palavra do idioma africano makondée que significa "ficar contorcido", descrevendo a aparência encurvada dos pacientes que se contorcem por causa da intensidade das dores nas articulações. Atualmente, o vírus está presente em 45 países.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Uma luz contra a enxaqueca

Uma terapia em fase final de estudos mostrou-se eficaz para combater a dor de cabeça severa. Será o primeiro remédio criado especificamente para prevenir a doença

Por: Natalia Cuminale
30 milhões: É o número de brasileiros que sofrem de enxaqueca. A dor é deflagrada pelo nervo cerebral trigêmeo
30 milhões: É o número de brasileiros que sofrem de enxaqueca. A dor é deflagrada pelo nervo cerebral trigêmeo(Phototake/Alamy/Latinstock)
"A língua inglesa, que pode expressar os pensamentos de Hamlet e a tragédia do Rei Lear, não tem palavras para o calafrio ou a dor de cabeça (...). A mais simples estudante quando se apaixona tem Shakespeare ou Keats para exprimir seus pensamentos, mas peça a um sofredor que tente explicar sua dor de cabeça a um médico e a linguagem imediatamente emudece." Essa pérola foi produzida pela escritora inglesa Virginia Woolf (1882-1941) em "Sobre estar doente", de 1926, ensaio de cunho autobiográfico embebido de prolongadas crises de enxaqueca. Na contramão da dor indizível, ao menos em português foi possível traduzir a sensação de alívio promovida por remédios. Para João Cabral de Melo Neto (1920-1999), alvo da doença cruel, a aspirina era "o mais prático dos sóis, (...) compacto de sol na lápide sucinta". A convivência com a enxaqueca é uma condição humana inescapável, tão demasiadamente humana que transformá-la em prosa e poesia foi o caminho para domá-la, como tantas outras dores da alma.
Hoje, em todo o mundo, pelo menos 300 milhões de pessoas sofrem de enxaqueca. No Brasil, são 30 milhões. A doença é incurável e extremamente sofrida. Para quem supõe que as vítimas desse mal reclamam demais, basta saber que a Organização das Nações Unidas classificou a doença entre as cinco mais incapacitantes, ao lado de tetraplegia, depressão, psicose e demência. A boa-­nova: pela primeira vez na história da medicina há um sol afeito a prevenir as dores lancinantes. Estudos conduzidos por quatro empresas farmacêuticas, publicados recentemente no periódico The Lancet, revelaram um promissor mecanismo de ação específico contra um alvo que deflagra a doença.
A droga em fase final de investigação - as pesquisas deverão ser concluídas no próximo ano - é um anticorpo monoclonal, uma molécula produzida em laboratório capaz de chegar a seu destino sem provocar efeitos secundários no organismo. O medicamento bloqueia um composto químico cerebral, o CGRP. A substância é liberada pelo nervo trigêmeo, estrutura que se estende por quase toda a cabeça. Com efeito vasodilatador e inflamatório, o CGRP é produzido como uma forma de defesa do organismo diante de variados estímulos externos, como longos períodos de jejum e stress. Uma chave genética faz com que o cérebro do portador da enxaqueca seja hipersensível a tais estímulos e, por isso, as quantidades de CGRP liberadas são mais elevadas. Níveis inflamatórios altos e vasodilatação exacerbada deflagram a enxaqueca. Os doentes sentem enjoo, intolerância a barulho, luz e sons. Em alguns casos, têm a visão distorcida - era o que acontecia com o criador de Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll, que fez das transformações físicas de sua grande personagem um retrato de seu próprio desconforto.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

H1N1 nas redes sociais: surto em 2009, susto em 2016

Levantamento da empresa de big data Hekima mostra que preocupação com nova propagação da doença ocorre em Estados que registraram mais casos no passado

Por: Jadyr Pavão Júnior
Gripe: Eficácia da vacina contra o vírus não é tão alta em idosos quanto em adultos. Para melhorar esse quadro, idosos devem praticar atividade física
Gripe: Eficácia da vacina contra o vírus não é tão alta em idosos quanto em adultos. Para melhorar esse quadro, idosos devem praticar atividade física(Thinkstock/VEJA)
Ainda que ofuscado pelo processo de impeachment, o vírus H1N1 está de volta ao Brasil e é assunto de brasileiros. Um estudo feito pela empresa de big data Hekima cruzou dados relativos a citações à gripe em redes sociais na semana passada com o número de casos registrados durante os surtos de 2009 e 2010. O resultado mostra coincidência: Estados com mais ocorrências da doença no passado tendem a registrar mais postagens sobre o assunto agora. A exceção é o Paraná, campeão de ocorrências de H1N1 em 2009 e que reduziu sensivelmente a presença da gripe no ano seguinte.
Os responsáveis pelo estudo chamam essa coincidência entre casos anteriores e comentários presentes de "ecos do passado". "Esses números mostram como o sofrimento social em 2009, seja com casos de doenças na família, seja pelo temor de contrair o vírus, ficou na memória coletiva dos cidadãos e se reflete agora, mesmo que passados cerca de sete anos", diz Anice Pennini, gerente de pesquisa e comunicação da Hekima.
O monitoramento de redes colheu 26.994 mensagens publicadas no Facebook e Twitter entre os dias 4 e 7 deste mês; dessas, 5.785 permitiram a localização geográfica de seus autores. Já os registros oficiais sobre a ocorrência de doenças vêm do Datasus, base de dados do governo federal. Para a pesquisa, foram coletados posts que usassem os seguinte termos: H1N1, influenza, SRAG, sindrome respiratória aguda grave, Tamiflu, gripe A, virus H1N1 ou gripe suína. Os 26.994 posts foram ainda divididos em três grupos, que ajudam a compreender a intenção de seus autores: 52% deles eram comentários sobre notícias acerca da doença, 32% repercutiam a volta da gripe e 16% falavam sobre cuidados à saúde.
Os dados vindos das redes não permitem fazer previsões sobre novos surtos pelo país. Mas a análise de dados tem sido usada em alguns casos com essa finalidade. No livro Big Data, de 2013, o professor de Oxford Viktor Mayer-Schönberger, em parceria com Kenneth Cukier, recupera a história da tentativa do Google e das autoridades de saúde dos Estados Unidos de prever um surto de gripe pelo território americano em 2009. A ideia era usar as pesquisas feitas no buscador por milhões de usuários para prever onde o vírus circulava: com os primeiros sintomas, os americanos recorriam ao Google para entender os sinais da doença antes mesmo de procurar os médicos. A tal doença: H1N1.
Arte H1N1
(VEJA.com/VEJA)

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Período chuvoso ocasiona proliferação de várias doenças

Aglomeração humana, condições inadequadas de saneamento e alta infestação de roedores estão entre as causas
Thatiany Nascimento - Repórter
2
Lixo espalhado por locais como canais são responsáveis pela proliferação de ratos ( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
A intensificação das chuvas favorece de forma sazonal a proliferação de doenças específicas como as de transmissão vetorial, as respiratórias e as de transmissão hídrica. O alerta é antigo, mas os problemas se repetem todo ano. Um exemplo são as enchentes que voltaram a ser vivenciadas de forma acentuada, sobretudo, pelas comunidades ribeirinhas em Fortaleza. Médicos ressaltam que os males afetam de forma acentuada moradores de áreas precárias, mas alertam para a vulnerabilidade de toda a população aos riscos dada a alta capacidade de propagação das patologias.
Grande aglomeração populacional, condições inadequadas de saneamento e alta infestação de roedores infectados. O cenário ideal para a propagação da leptospirose repete-se em várias áreas urbanizadas do Ceará e, principalmente, na Capital. Este ano, conforme o último boletim de Doenças de Notificação Compulsória divulgado pela Secretaria da Saúde (Sesa), no dia 5 deste mês, foram registrados cinco casos da doenças e dois óbitos em decorrência da patologia.
Em 2014, conforme dados do Ministério da Saúde, foram confirmados 49 ocorrências e seis mortes. Já no ano passado, o registro foi de 28 episódios com dois óbitos. O infectologista Anastácio Queiroz explica que a leptospirose é causada por uma bactéria presente na urina do rato que se espalha pelas águas de enchentes e esgotos e entra na pele - lesionada ou não - das pessoas que têm contato com estas águas.
Musculatura
De acordo com o médico, a doença atinge a musculatura, mas pode afetar de forma comprometedora rins, fígado e pulmão. Nos casos mais severos - onde há registro de óbitos- que, conforme o Ministério da Saúde, atingem cerca de 10% da população afetada, geralmente há insuficiência renal. "Às vezes, a pessoa começa com dor no corpo e o quadro se agrava rapidamente. Por isso, dois dias de retardo do diagnóstico é muito grave".
Exames de sangue são usados para diagnosticar a doença que tem, dentre os sinais, a manifestação de olhos amarelados e pele um pouco avermelhada, além das dores musculares. Anastácio lembra que o contato com esta água não se dá somente no caso de residências que são afetadas pelas cheias, mas também nos alagamentos nas ruas, quando os pedestres tentam atravessar.
O uso de botas e sapatos de borracha é aconselhado pelo infectologista e presidente da Associação Brasileira de Infectologia, Érico Arruda, para tentar garantir uma mínima proteção para o contato com águas deste tipo. Além disso, o médico indica que as pessoas que necessitam limpar as residências invadidas pela cheia façam uso de água sanitária para desinfetar os ambientes e reduzir os riscos.
Érico também ressalta que ao entrar em contato com as águas contaminadas das enchentes e dos alagamentos, há risco de contração de enterites, que é uma espécie de inflamação na mucosa do intestino delgado que causa infecção. "As pessoas às vezes banham-se nessas águas e até engolem. Ou tentam atravessar os alagamentos e, de alguma forma, essa água fica em contato com a boca. Isto pode gerar infecção intestinal mais séria".
O infectologista lembra também que, em alguns casos, as pessoas que precisam sair de seus domicílios acabam se aglomerando em áreas comuns como ginásios, escolas e abrigos. Isto, segundo ele, em geral, é feito em condições hidrossanitárias aquém das necessárias, e favorece a transmissão de doenças respiratórias como a influenza ou doenças bacterianas como a meningite menigocócica. Este ano, o Ceará já registrou cinco casos da meningite menigocócica e dois óbitos.
Ocorrência de hepatite do tipo A, que é uma doença, segundo o infectologista, causada pelo vírus A (VHA) e de transmissão fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus, também pode se acentuar nesse período. "A existência da vacina tem reduzido a prevalência dessa doença. Mas ainda boa parte da população tenta consumir alimentos contaminados", explica.
Bactéria
Em situação de ocorrência mais rara, mas com casos registrados no Ceará, há a doença chamada melioidose que também tem relação estreita com a quadra chuvosa. Conforme explica o médico, a patologia é causada por uma bactéria chamada "Burkholderia pseudomallei", encontrada em solo e água contaminados. "Os casos acontecem quando reservatórios naturais enchem e as pessoas vão tomar banho nesses locais contaminados pelas enxurradas. Falamos que esses reservatório são densamente colonizado pelas bactérias. E esta é uma doença peculiar do Ceará". O médico orienta que a população deve "evitar ao máximo entrar em contato com as águas e se precisarem fazer que procurem se higienizar após o contato".

domingo, 10 de abril de 2016

Boletim epidemiológico- Foram registrados 23 casos autóctones de Chikungunya na Capítal neste ano.Ce

Também foram confirmados 11 casos importados da doença neste período
A figura mostra,em vermelho, a distribuição dos casos confirmados em Fortaleza.(divulgação)
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado no último dia 31 de março, pela Secretaria Municipal de Saúde, já foram confirmados, entre janeiro e março de 2016,  23 casos autóctones de Chikungunya, que é quando a doença é contraída dentro do municípios ou Estado. Também foram registrados, neste mesmo período, 11 casos importados da doença.
A primeira confirmação de Chikungunya em residentes de Fortaleza foi em 2014, sendo os primeiros casos autóctones registrados apenas em novembro de 2015. O boletim ainda afirma que os números da doença em 2016 sugerem que a Capital passa por uma fase de transição do cenário de casos importados, para um quadro de transmissões autóctenes sustentado, que já representa 58% dos casos confirmados no município desde 2014, em um total de 44.
O maior número de casos autóctones foram registrados no bairro Amadeu Furtado, com 7 registros. Seguido por Monte Castelo (5), Montese (3), Parquelândia (2), Parque Araxá (1), Floresta (1), Rodolfo Teófilo (1), Genibaú (1), Mondubim (1) e Meireles (1).

sábado, 9 de abril de 2016

H1N1 em circulação não tem mutação perigosa, revela sequenciamento

Instituto Evandro Chagas fez sequenciamento parcial do genoma do vírus.
H1N1 já provocou 71 mortes em surto que começou antes do previsto.

Mariana LenharoDo G1, em São Paulo
 Imagem de micrografia eletrônica de transmissão colorida digitalmente mostra agrupamento de partículas de H1N1  (Foto: National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID)) Imagem de microscopia eletrônica de transmissão colorida digitalmente mostra agrupamento de partículas de H1N1 (Foto: National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID))
O vírus H1N1 que circula hoje no Brasil não tem certas mutações perigosas associadas a casos mais graves da doença, segundo pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará. Para chegar a essa conclusão, eles fizeram o sequenciamento parcial do genoma do vírus a partir de amostras de pacientes infectados coletadas nos primeiros meses do ano em diferentes estados do país.
 
Segundo a pesquisadora do IEC Mirleide Cordeiro dos Santos, o estudo partiu de uma preocupação: no ano passado, mutações foram identificadas no H1N1 que circulou na Índia e levou a uma grande epidemia no país. Essas mutações, encontradas no gene que codifica a hemaglutinina, proteína que tem como função ligar o vírus à célula hospedeira, levaram a uma maior patogenicidade do vírus. Isso significa que ele tinha uma capacidade maior de provocar sintomas a partir da entrada no organismo do paciente.
Os cientistas do IEC resolveram sequenciar parte do genoma do H1N1 para verificar se o vírus em circulação no Brasil tinha essas mesmas mutações. O resultado foi que elas não estão presentes. “Em relação a esse gene, o vírus não é mais patogênico do que o que circulou em 2009 ou 2013 (anos que tiveram epidemias de H1N1 no Brasil)”, diz Mirleide.
A descoberta assegura que a cepa do vírus em circulação é a mesma da vacina contra influenza disponível hoje. Mirleide observa que, como o H1N1 é um vírus que tem RNA como material genético, ele apresenta uma grande variabilidade genética, e pode sofrer mutações de uma estação para outra. Saber que o vírus atual não sofreu essas mutações nocivas identificadas na Índia, portanto, é uma boa notícia.
Vírus já provocou 71 mortes
O número inesperado de casos e de mortes por H1N1 este ano – foram 444 casos de síndrome respiratória aguda por influenza H1N1 e 71 mortes até 26 de março, segundo o Ministério da Saúde – provavelmente se deve ao adiantamento da chegada do vírus ao país, antes do início da vacinação, segundo Mirleide.
“Como a população ainda não estava vacinada e o vírus não circulava com intensidade grande desde 2013, havia uma população muito suscetível”, diz a pesquisadora. Agora, ela e sua equipe buscam fazer o sequenciamento completo do vírus, o que pode revelar, por exemplo, de onde exatamente veio a cepa que atingiu o país.
Especialistas discutem várias hipóteses que podem explicar a antecipação da chegada do vírus, que vão desde fatores climáticos até o aumento de viagens internacionais que podem ter trazido o H1N1 que circulava no hemisfério norte.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Doador não-aparentado Estado realiza transplante inédito de medula

Procedimento realizado no Hospital Walter Cantídio contou com doador de fora da família da paciente
Ranniery Melo - Repórter
A Unidade de Onco-Hematologia do HUWC realiza transplantes de medula desde agosto de 2008. Nos três primeiros meses de 2016, a parceria entre o HUWC e o Hemoce já contabilizou 16 procedimentos ( FOTO: BRUNO GOMES )
Pela primeira vez no Ceará, uma paciente com leucemia foi submetida a um transplante de medula óssea alogênico e não aparentado, ou seja, de um doador que não faz parte da família daquela que recebeu o material. O procedimento foi realizado na última quarta-feira (6), no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), ligado à rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebsehr), em parceria com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce). A paciente em questão tem 37 anos de idade e é natural de Baturité, morando hoje em Aratuba. Ela foi diagnosticada com leucemia mielóide crônica. Mesmo com o acompanhamento, seu corpo não respondia adequadamente aos medicamentos tradicionalmente utilizados para conter a doença.
Já o doador foi captado por meio do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, o Redome. De acordo com Fernando Barroso, chefe da Unidade de Onco-Hematologia do HUWC, o material chegou às 20h30 no Aeroporto Internacional Pinto Martins, no mesmo dia da realização do transplante. O Redome mantém o nome e a naturalidade do doador em sigilo, mesmo para a equipe médica que executou o procedimento.
Para Fernando Barroso, a capacidade de efetivar o método inédito no Ceará representa a conquista de um desafio que pretende continuar beneficiando outros pacientes do Estado. "A complexidade desse transplante era uma meta a ser alcançada dentro da equipe do Hospital Walter Cantídio. Além disso, na medida em que disponibilizamos o transplante alogênico não aparentado em Fortaleza, aumentamos muito as chances de sobrevida do paciente", expõe.
O médico informa ainda que um procedimento similar foi realizado ontem, em Nova York, nos Estados Unidos, onde uma pessoa recebeu a medula óssea de um doador cearense.
Fernando Barroso destaca ainda o cadastramento como doador de medula óssea dentre um dos principais fatores que podem estimular a recorrência desse tipo de procedimento. "É preciso estimular a doação de medula no nosso Estado. É muito importante esclarecer que, para o doador, inexiste qualquer risco, além de ajudar a salvar uma vida num processo de solidariedade fantástico", aponta o médico.
Métodos
A Unidade de Onco-Hematologia do HUWC realiza transplantes de medula desde agosto de 2008. Nos três primeiros meses de 2016, a parceria entre o Hospital Universitário Walter Cantídio e o Hemoce já contabilizou 16 transplantes de medula óssea, oito deles sendo autólogos, enquanto os outros oito foram alogênicos.
A diferença entre os dois métodos é que o transplante alogênico é realizado por meio da presença de um doador, que pode ser aparentado (um irmão do paciente, por exemplo), ou não aparentado (captado por meio do banco de doadores do Redome). As células-tronco são recolhidas do doador um dia antes do transplante. O paciente passa pelo procedimento depois de ser submetido a quimioterapia e, em alguns casos, à radioterapia. Após a infusão das células doadas, conforme explica Fernando Barroso, o paciente permanece internado até o momento em que a medulo recubra o funcionamento normal.
Medicamentos
Já o método autólogo é executado com as própria células-tronco hematopoiéticas do paciente, caracterizando-se como um auto-transplante. A técnica consiste em estimular a produção de células-tronco por meio de medicamentos. Elas serão coletadas por um processo automatizado denominado aférese e congeladas para armazenamento. Em seguida, o paciente é internado, passando por altas doses de quimioterapia, para então receberem novamente o material que estava congelado.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Medicamento com ação inédita contra câncer de pulmão chega ao Brasil

O nivolumabe é o primeiro remédio com a ação no sistema imunológico para tratar este tipo de tumor aprovado no país. O medicamento também recebeu aval para combate ao melanoma avançado

O câncer de pulmão é considerado um dos mais letais, uma vez que sua detecção é feita em estágios tardios da doença
O nivolumabe - remédio que bloqueia uma proteína chamada PD-1, permitindo que o sistema imunológico localize e destrua as células cancerosas - é o primeiro imunoterápico disponível no Brasil para pacientes com câncer de pulmão, que é considerado um dos mais letais.(Hemera/Thinkstock/VEJA)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para tratar câncer de pulmão. O nivolumabe é indicado para pacientes com câncer de pulmão localmente avançado ou metastático (que espalhou pelo corpo). O medicamento também recebeu o aval do órgão para tratar pessoas com melanoma metastático.
O nivolumabe - remédio que bloqueia uma proteína chamada PD-1, permitindo que o sistema imunológico localize e destrua as células cancerosas - é o primeiro tratamento da classe dos imuno-oncológicos disponível no Brasil para pacientes com este tipo de tumor. Segundo os resultados dos estudos o novo remédio oferece a possibilidade de atingir até o dobro da sobrevida em comparação ao tratamento disponível atualmente no mercado.
O objetivo da imunoterapia é curar a doença pela estimulação do sistema imunológico do paciente. Conhecida há cerca de cinquenta anos, ela só começou a apresentar resultados satisfatórios há pouco tempo, quando os cientistas ganharam mais conhecimento sobre o funcionamento do sistema imunológico. Descobriu-se que alguns componentes que impedem as defesas do organismo de funcionar com força total precisariam ser inibidos para o combate eficaz aos tumores.
O nivolumabe, que já havia sido aprovado na Europa e nos Estados Unidos, será vendido no Brasil com o nome comercial Opidivo. Segundo a Bristol-Myers Squibb, biofarmacêutica responsável pela produção do remédio no país, o preço da droga no mercado brasileiro ainda não está definido.
Câncer de pulmão - De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que entre2016 e 2017 haverá 28.190 novos casos de câncer de pulmão no país. Um estudo conduzido pela Sociedade Americana do Câncer em parceria com a Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), aponta que o câncer de pulmão é a principal causa de morte pela doença entre homens e mulheres em países desenvolvidos.
(Da redação)

segunda-feira, 4 de abril de 2016

5 mil pessoas no CE têm doença de Alzheimer

O número de enfermos aumenta à medida em que cresce também a população acima dos 65 anos
As principais recomendações são paciência e compressão com os pacientes ( FOTO: FERNANDA SIEBRA )
Acontecimentos recentes vão sendo esquecidos, ameaçando memórias de toda uma vida, numa luta para manter-se lúcido e ativo. O paciente com Alzheimer apresenta mudanças comportamentais que requerem da família a compreensão e a adaptação de uma nova rotina de vivências. De acordo com estimativas da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), cerca de cinco mil pessoas têm o diagnóstico da doença em todo o Ceará.
O Alzheimer reflete na perda de funções cognitivas importantes, como memória, orientação, atenção e linguagem, devido à morte gradual de células cerebrais. De acordo com a médica geriatra da Sesa, Helena Aires, o número de pessoas com Alzheimer aumenta à medida em que cresce também a população acima dos 65 anos, considerada a idade padrão em que a doença começa a se manifestar.
Dentre os sintomas iniciais mais frequentes estão alterações na memória, dificuldades de orientação no espaço e no tempo e a confusão com nomes. Nos casos intermediários, surgem alterações de comportamento, como alucinações e condutas agressivas e a piora da capacidade de comunicação. No nível severo, vêm a dificuldade de reconhecer pessoas, a perda da autonomia e um possível comprometimento da mobilidade.
"O traço genético, que é quando alguém da família já teve a doença, é um fator de risco para o desenvolvimento do Alzheimer. Outro fator importante é a qualidade de vida, e aí os fatores de risco incluem hipertensão, diabetes, obesidade e sedentarismo", aponta a médica.
Na rede pública estadual de saúde, o atendimento médico de pessoas com Alzheimer pode ser realizado nos ambulatórios de Geriatria e Alzheimer do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), e do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), com prescrição e liberação de medicamentos, mas somente para casos moderados. Pacientes com Alzheimer severo precisam comprar a medicação.
Impacto
Os familiares, que na maioria dos casos se convertem também em cuidadores, precisam lidar com o impacto e a aceitação desse diagnóstico, oferecendo cuidados constantes e estabelecendo novas alternativas de comunicação e interação.
De acordo com o terapeuta ocupacional Phelipe Cabral, que faz parte da Associação Brasileira de Alzheimer - Regional Ceará (Abraz-CE), o tratamento para a doença é realizado de duas maneiras complementares: o farmacológico e o não-farmacológico.
"O farmacológico é feito por indicação médica; neurologista, psiquiatra e geriatra estão envolvidos nisso. O outro tratamento também é muito importante para potencializar a ação das medicações, incluindo a reabilitação cognitiva e com o intuito de minimizar a alteração comportamental", contou o especialista.
Sobre a importância de orientar os cuidadores, Cabral ainda ressalta que a Abraz promove ações sociais para a sociedade civil e atividades voltadas para o público profissional: "o Senac também oferece um curso de três meses para os cuidadores. A nossa parte é oferecer orientação para o cuidador formal, que trabalha com isso, e o informal, que costumam ser familiares. Lembrando que cuidar é dar um suporte emocional e físico, diferente de tratar, uma conduta que precisa de instrumentalização". (Colaboraram Nicolas Paulino e Emanoela Campelo de Melo)
Rede de apoio
Hospital Geral Dr. César Cals
Av. Do Imperador, 545, Centro Telefone: (85)3101-7086
Hospital Geral de Fortaleza
Rua Ávila Goulart, 900, Papicu Telefone: (85)3101-5340
Hospital Universitário Walter Cantídio
Rua Capitão Francisco Pedro,
1290, Rodolfo Teófilo
Telefone: (85)3366-8167
Hospital Gênesis
Av. Santos Dumont, 1168,

Aldeota - Telefone: (85) 3253-3929

sábado, 2 de abril de 2016

A explosão H1N1

A perigosa gripe chega antes do previsto ao País e atinge principalmente São Paulo. Como se proteger do vírus que já matou mais pessoas em três meses do que em todo o ano passado

Raul Montenegro (raul.montenegro@istoe.com.br)
No fim de fevereiro, o humorista Tom Cavalcante foi com sua família a Orlando, nos Estados Unidos, participar de um programa de TV. Na primeira noite, passou a sentir falta de ar e teve febre alta, de até 40ºC. Dias depois, a esposa Patrícia e a filha Maria apresentaram sintomas parecidos, porém mais intensos. Eles ainda não sabiam, mas eram as novas vítimas da gripe do tipo H1N1, que já conta com centenas de casos no País, muitos deles fatais. Como o surto desembarcou no Brasil mais forte, mais cedo e com mais gravidade este ano, provocou uma corrida da população a médicos e postos de saúde. O resultado? Longas filas e desabastecimento de vacinas e remédios, uma vez que as autoridades não estavam preparadas. Cavalcante acredita que contraiu o vírus ainda em São Paulo, onde a crise é maior. Apesar de sentir-se mal, o artista passou uma semana no exterior, gravando doente, e quando desembarcou de volta ao Brasil foi direto ao hospital.  Após o diagnóstico de H1N1, o humorista e a família ficaram internados por cinco dias. “Tive um cansaço muito grande, sonolência. Ficamos caídos demais”, diz. “Tenho condição de pagar um suporte mais sofisticado, mas a maioria da população está à mercê da própria sorte. E a epidemia está descontrolada”, afirma Cavalcante, já totalmente recuperado.
GRIPE-1-IE.jpg
MEDO
Pacientes usam máscaras para se proteger do H1N1 em pronto-socorro público lotado (acima).
Pais de crianças doentes esperam a vez em longa fila de hospital privado (abaixo)
GRIPE-3-IE.jpg
Neste ano, o H1N1 chegou mais cedo ao Brasil, castigando especialmente São Paulo. Tido como um mal do frio, até o fim do verão de 2016 ele já havia matado no País 28% a mais do que em todo o ano passado. Entre os paulistas a situação foi pior: quase três vezes mais fatalidades e 700% mais casos no mesmo período. Desta vez, a gripe veio antes provavelmente por dois motivos. Primeiro, porque pessoas contaminadas no hemisfério norte (onde é inverno) trouxeram a infecção, que se alastrou. Segundo, porque o número de vacinações em 2015 ficou abaixo do esperado, resultando em mais pessoas suscetíveis à doença. Mas pesquisadores conjecturam que até o fenômeno climático El Niño possa ter alguma culpa nessa história. “É uma surpresa enorme quando uma doença comum na época de frio começa tão precocemente”, diz o infectologista Marcos Boulos, professor da Universidade de São Paulo e coordenador de Controle de Doenças do estado.
O que mais tem preocupado é o grande número de mortes decorrentes do H1N1 este ano. Elas estão diretamente relacionadas ao aumento de casos, mas há outros fatores. A gripe é perigosa quando causa nos pacientes insuficiências respiratórias graves, que podem ser fatais. Normalmente, as maiores vítimas são idosos, diabéticos e cardiopatas. Ainda que esses grupos continuem sob risco, cerca de 50% das mortes em 2016 se deu entre adultos na faixa etária de 40 a 60 anos, parcela que normalmente está mais isenta e não é alvo costumeiro das campanhas de vacinação. “O H1N1 parece ser mais agressivo do que outros subtipos virais, com maiores possibilidades de provocar infecções graves” afirma o infectologista Francisco Ivanildo de Oliveira Júnior, supervisor médico do ambulatório do Hospital Emílio Ribas, de São Paulo.
01.jpg
O H1N1 também é um vírus democrático, que faz vítimas em todas as classes sociais. Além de Tom Cavalcante, outro famoso infectado foi o apresentador Marcelo Rezende, da Record, que escreveu numa rede social que “a dor no corpo é como se você brigasse com o Mike Tyson no dia em que ele está zangado”. O apresentador está recebendo medicamentos e ficará em recuperação num hospital de ponta por pelo menos uma semana, mas a maioria dos doentes enfrenta muito mais dificuldades. Com aumento de 50% de procura devido ao surto gripal, o Hospital Municipal São Luiz Gonzaga, na zona norte da capital paulista, foi alvo de uma confusão generalizada entre pacientes e médicos na noite da terça-feira 29. Os funcionários até construíram uma barreira de cadeiras na entrada do pronto-socorro pediátrico para evitar a entrada de pais desesperados, que esperavam até dez horas pela consulta. Ali, a mãe de uma criança doente só teve o filho atendido após chamar a Polícia Militar. Em várias outras unidades de saúde pública de São Paulo, principalmente na periferia, faltam médicos.
GRIPE-2-IE.jpg
''O H1N1 parece mais agressivo do que outros vírus, com maior
possibilidade de provocar infecções graves''

Francisco Ivanildo de Oliveira Júnior, infectologista do Hospital Emílio Ribas
A crise é de tais proporções que nem algumas das mais prestigiadas clínicas paulistanas têm dado conta de atender a todos. Nas unidades do Hospital Albert Einstein do Ibirapuera e do Morumbi (SP), por exemplo, a espera pela aplicação da vacina supera duas horas – e os estoques semanais recebidos pelo hospital podem acabar “a qualquer momento”. Na clínica Cedipi, localizada nos Jardins, um dos endereços mais caros da cidade, a versão quadrivalente, que protege contra o H1N1 e mais três tipos de gripe, estava esgotada na quinta-feira 31 e as linhas telefônicas congestionadas devido ao aumento nas buscas. Muitos lugares simplesmente não possuíam mais o medicamento disponível, e alguns deles escalaram funcionários para avisar os clientes, ainda na rua, sobre a escassez. Contaminadas com H1N1 no fim de março, a empresária Rosemeire Rizzo, 50 anos, e sua filha, a publicitária Renata, 26, foram diagnosticadas no Einstein. Com recomendação de repouso absoluto, foram comprar o medicamento Tamiflu, prescrito para esse tipo de gripe, nas farmácias do bairro nobre de Alphaville, na Grande São Paulo, mas não encontraram o remédio em nenhuma delas. “Acabou por conta da alta procura”, afirma Rosemeire.
GRIPE-4-IE.jpg
SURTO
A família inteira de Tom Cavalcante foi infectada (acima). Doentes, a mãe
Rosemeire e a filha Renata não acharam o remédio (abaixo)
GRIPE-5-IE.jpg
Para debelar a crise, o governo federal enviou lotes de vacinas de H1N1 de 2015 para o noroeste paulista, região mais afetada do País. Além disso, a Secretaria de Saúde de São Paulo antecipou a distribuição do lote de 2016 para os principais grupos de risco. De acordo com o Ministério da Saúde, porém, um adiantamento em escala nacional está fora de questão. Como a “receita” do medicamento muda anualmente, a pasta admite que não possui capacidade de produção e condição logística para mudar a data marcada para o começo da campanha, 30 de abril.
02.jpg
Colaborou Ludmilla Amaral
Fotos: Vanderlei Almeida/AFP; FELIPE GABRIEL/Ag. Istoé; Eduardo Knapp/Folhapress

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Cientistas revelam estrutura do vírus zika

Mapeamento da superfície do vírus revelou presença de proteínas, em sua parte externa, que podem se ligar a células humanas

Estadão Conteúdo
zika_AFP_483x303.jpg
 
Um grupo de cientistas americanos determinou a estrutura do vírus zika. De acordo com o estudo, publicado nesta quinta-feira, 31, na revista Science, desvendar a estrutura do vírus é um passo fundamental para o desenvolvimento de vacinas.
O mapeamento da superfície do vírus, feito com uma técnica chamada microscopia crio-eletrônica, revela que a estrutura do zika é muito parecida com a do vírus da dengue, mas com uma diferença fundamental: ele possui em toda sua parte externa uma glicoproteína que pode ser usada para se ligar às células humanas.
Essa variação nas glicoproteínas na superfície do zika, segundo os cientistas, poderia explicar a capacidade do vírus para atacar células nervosas e também para causar síndrome de Guillain-Barré, segundo os autores.
O mapeamento, com uma resolução próxima do nível atômico, foi feito por pesquisadores da Universidade Purdue (Estados Unidos). O "retrato" do vírus foi feito a partir de uma partícula do vírus, com a técnica de microscopia crio-eletrônica.
O processo envolve o congelamento de partículas do vírus e o seu bombardeamento com elétrons de alta energia. Com isso, a amostra gera dezenas de milhares de imagens micrográficas de duas dimensões, que são combinadas para compor um mapa tridimensional de alta-resolução da aparência do vírus.
A principal diferença observada pelos cientistas em relação a outros vírus semelhantes ao zika está na região das glicoproteínas do envelope externo do vírus - um tipo de proteína que os vírus desse tipo podem utilizar para se ligar às células humanas. Os pesquisadores encontraram 180 delas na superfície do zika.

Segundo o estudo, isso pode ser importante para o desenvolvimento de vacinas, porque essas glicoproteínas são consideradas um alvo fundamental para a resposta imune contra o vírus. Com isso, as informações podem ser úteis também para desenvolver tratamentos como drogas antivirais e anticorpos que possam interferir nas funções das glicoproteínas do envelope viral.

Além disso, segundo os autores, detalhes sobre as diferenças estruturais entre as proteínas do envelope do zika e do vírus da dengue podem ajudar a produzir novos testes diagnósticos mais específicos, isto é, mais preciso para distinguir a infecção por zika ou por dengue.
OMS vê 'forte consenso' sobre relação entre zika e microcefalia
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta, pela primeira vez, para o fato de que já existe um "forte consenso" entre a comunidade científica sobre o impacto do vírus zika em síndromes como a microcefalia e Guillain-Barré. Em seu informe semanal sobre a situação da doença pelo mundo, a OMS abandona qualquer tipo de cautela e confirma uma mudança importante em sua avaliação sobre os casos.
Se no início de fevereiro a OMS insistia que ainda precisava aguardar por provas científicas para estabelecer a relação, a entidade agora indica que os casos suspeitos na Colômbia, a proliferação da incidência de Guillain-Barré e a continuação da tendência no Brasil apenas reforçam a tese de que o zika é mesmo o responsável pelas doenças.
Já em março, a OMS havia mudado sua avaliação inicial e indicava que as chances de o zika causar a microcefalia era "altamente provável". Em sua nova versão, a agência de saúde da ONU é ainda mais enfática.
"Baseado em observações e estudos de casos, existe um forte consenso científico de que o vírus da zika é a causa da síndrome de Guillain-Barré, microcefalia e outras desordens neurológicas", indicou a OMS.
Em seu informe, a entidade ainda aponta que, em seis países, existem casos de zika, sem a presença de mosquitos, o que leva a crer que existem outras formas de contaminação. Tais casos atingem a Argentina, Chile, França, Itália, Nova Zelândia e EUA. Uma das suspeitas é de que os novos casos tenham sido contaminados por transmissão sexual.
No caso da Colômbia, a OMS também avalia que os dados apontam para um salto na incidência de microcefalia. No total, 56 mil casos suspeitos de zika também foram registrados no país e, até junho, a OMS espera ter confirmações sobre um eventual salto no casos de microcefalia e outras incidências de má-formação em recém-nascidos.
No total, 32 crianças nasceram com microcefalia na Colômbia em 2016 e estão sob investigação. Inicialmente, o número suspeito chegava a 50, bem acima da média de 30 casos a cada três meses.
Outra avaliação da OMS se refere a dois casos de crianças que nasceram com microcefalia em Cabo Verde, onde o zika também havia sido identificado.
Além disso, um total de 13 países ou territórios registraram já um aumento de casos de Guillain-Barré. Desde 2007, 61 países já notificaram a OMS sobre a presença do zika em seus territórios.