sexta-feira, 8 de abril de 2011

Nova técnica corrige problema congênito de peito afundado

Uma nova cirurgia para corrigir um defeito congênito que deixa o osso da frente do tórax afundado está sendo realizada em centros universitários de São Paulo, Rio, Curitiba e Manaus. Na cirurgia convencional, é necessário um corte de cerca de dez centímetros para abrir o peito e remover as cartilagens alteradas. "A nova técnica é mais rápida, provoca menos perda sanguínea e deixa o contorno torácico mais uniforme", diz José Ribas Milanez, do serviço de cirurgia torácica do InCor (Instituto do Coração) do HC de São Paulo. A correção é feita com uma barra metálica, introduzida no tórax com auxílio de um cateter com vídeo, que empurra a cartilagem afundada para frente. Após três ou quatro anos, a barra é retirada. No HC, já foram feitas 141 cirurgias com a nova técnica, e cerca de 30 pacientes já retiraram a barra. A deformação não voltou em nenhum dos casos, segundo Milanez. INCIDÊNCIA Estudos internacionais apontam que o defeito, sem causa conhecida, atinge um em 400 nascidos, na proporção de sete homens para uma mulher. Mas a incidência pode ser maior. Um estudo coordenado por Fernando Westphal, professor de cirurgia torácica da Universidade Estadual do Amazonas, mostrou que o problema atinge 1,27% das crianças de 11 a 14 anos de Manaus. A pesquisa foi feita com 1.332 escolares da rede pública da cidade. Na maioria das pessoas, o afundamento do peito não causa consequências mais sérias no funcionamento do coração e dos pulmões, embora muitos pacientes tenham dificuldade para realizar exercícios intensos. "Muitas vezes, a deformidade pode parecer até grotesca, mas não dá complicações físicas. Mas, a partir da adolescência, é comum a pessoa ficar introvertida e com baixa autoestima por causa do defeito", diz Marlos Coelho, do Serviço de Cirurgia Torácica da PUC do Paraná. Um dos obstáculos à cirurgia é o custo do material, mas a PUC do Paraná já desenvolveu uma barra nacional, que deve entrar em breve no mercado. Além disso, a cirurgia já tem registro no Ministério da Saúde para ser incluída no SUS, segundo Milanez.

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