segunda-feira, 4 de abril de 2011

Pacientes apontam falhas no cadastro de doadores de medula

Em cinco anos, o cadastro de doadores de medula óssea cresceu mais de 500%, mas os transplantes realizados com medulas doadas pelo sistema público de saúde não cresceram nem 15%. A informação é da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia). Esse foi um dos tópicos da reunião entre a ONG e o ministro da Saúde, realizada no sábado, em São Paulo. A entidade levou as reivindicações a Alexandre Padilha e apontou falhas no diagnóstico e tratamento de cânceres de sangue (leucemia, linfoma, mieloma múltiplo e mielodisplasia). Em relação ao transplante, a Abrale diz que o principal problema não é conseguir doador -o Brasil tem o terceiro maior banco de medula do mundo, com 2 milhões de cadastrados, perdendo só para EUA e Alemanha. A maior dificuldade é conseguir leito para o transplante. "Temos 122 pacientes que acharam doador compatível, mas não conseguem realizar a operação", diz Merula Steagall, presidente da Abrale. OUTRO LADO Segundo Alzira de Oliveira Jorge, diretora de atenção especializada do ministério, o sistema está se organizando para atender a demanda. "Estamos mapeando os centros capacitados para avaliar onde colocar leitos." Outra questão levantada pela Abrale é o acompanhamento de doadores. Se os dados não são atualizados, muitos doadores não são localizados na hora em que surge um receptor. "Começamos a implantar mudanças para não perdermos doadores por falta de atualização de dados", afirma a diretora. O transplante de medula é a opção de tratamento para pessoas com câncer de sangue que não respondem à quimioterapia, nos casos de leucemia agressiva e de pacientes jovens. A cada ano, surgem 50 mil casos de câncer de sangue no país, causando 15 mil mortes. A leucemia é o principal câncer em crianças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário