sábado, 11 de junho de 2011

Brotos alemães são causa de surto de bactéria, dizem investigadores

Autoridades sanitárias alemãs indicaram que brotos de

vegetais cultivados em uma pequena área agrícola em Bienenbüttel, na Alemanha, são responsáveis pela disseminação da bactéria E.coli, que já matou ao menos

30 pessoas -- 29 na Alemanha e uma na Suécia-- e

infectou quase 3.000 pessoas.

As informações foram divulgadas pelos porta-vozes do Instituto Robert Koch (RKI) e do Instituto Federal de Avaliação de Riscos em coletiva de imprensa.

"Foi possível determinar que a causa do surto foram os brotos", disse Reinhard Burger, do RKI. "As pessoas que consumiram esses produtos tiveram nove vezes mais probabilidade de sofrer de diarreia com sangue [um dos principais sintomas da infecção] do que aquelas que não consumiram", acrescentou.

Os porta-vozes anunciaram também que, após a confirmação, foi suspenso no país o alerta contra o consumo de pepinos, alfaces e tomates crus.

"Alfaces, tomates e pepinos já podem ser consumidos normalmente, são produtos saudáves", disse Andreas Hensel, do Instituto Federal de Avaliação de Riscos.

Burger afirmou ainda que é possível que os brotos contaminados já tenham sido consumidos ou jogados fora, mas deixou claro que a crise não acabou e que as pessoas não devem ingerir os brotos.

A fazenda na vila de Bienenbuettel, no norte da Alemanha, que foi apontada como foco de disseminação foi fechada e seus produtos foram apreendidos, mas, segundo os investigadores, não é possível determinar se tais alimentos estão sendo servidos em restaurantes e cafés.

Há também a possibilidade de que outras fazendas da região tenham sido afetadas pelaE.coli, de acordo com as equipes de cientistas.

Burger disse, no entanto, que o número de doentes pela infecção de "E. coli" vem caindo e novamente fez uma chamada à população para que observe as mínimas normas de higiene no manejo de verduras e outros alimentos crus.

Em 25 de maio, os dois institutos tinham advertido oficialmente contra o consumo das citadas verduras para saladas com base nos interrogatórios a que foram submetidos os pacientes internados com a infecção de "E. coli".

ESPANHA

Nesta quinta-feira, a Espanha conseguiu o apoio alemão para tentar reconquistar a boa reputação de suas hortaliças. Autoridades espanholas disseram que a Alemanha lamentou as suas primeiras e precipitadas declarações que acusavam os pepinos provenientes daquele país de propagarem a doença.

O governo alemão se comprometeu a esforçar-se para recuperar o prestígio dos produtos agrícolas espanhóis afetados pela crise sanitária na Europa", afirmou Diego Lopez Garrido, secretário de Estado espanhol para a UE, após reunir-se com seu homólogo alemão, Werner Hoyer.

Lopez Garrido disse que a Alemanha dará apoio a uma campanha de promo

ção dos produtos agrícolas espanhóis que está sendo organizada em Madri para "recuperar o prestígio, a qualidade e a credibilidade dos produtos".

Hoyer "lamentou profundamente" e "expressou insatisfação" pelos danos causados ao setor agrícola espanhol, que se viu "especialmente afetado pelas primeiras declarações que acusaram os pepinos pela origem das contaminações", garantiu o espanhol.

SURTO

O atual surto foi causado por uma variedade supertóxica de E. coli, que normalmente pode ser encontrada nas fezes de humanos e animais e pode se espalhar com maus hábitos de higiene desde a fazenda até o preparo do alimento.

Mais de 3.000 pessoas em 12 países já apresentaram sintomas de infecções intestinais provocadas pela bactéria. Quase todos os casos registrados fora da Alemanha são de pessoas que moram ou viajaram ao país. Ao menos 30 pessoas morreram, 29 na Alemanha e uma na Suécia.

O EHEC tem um período de incubação médio de três a quatro dias e a maioria de pacientes se recupera em dez dias. Mas em uma pequena parte dos pacientes --principalmente crianças e idosos-- a infecção pode levar à Síndrome Hemolítico-Urêmica (SUH), causada por uma toxina específica desta variedade de E.coli que destrói hemácias (células vermelhas do sangue) e provoca insuficiência renal.

"Isso explica por que muitos pacientes que já superaram a fase diarreica apresentam depois graves sintomas neurológicos", disse Greinacher.

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