quinta-feira, 2 de junho de 2011

Reino Unido tem 7 casos de bactéria Escherichia coli (E. coli); Rússia veta vegetais europeus

Após a Alemanha ter confirmado a 18ª morte pelas complicações causadas pela bactéria Escherichia coli (E. coli), as autoridades britânicas confirmaram sete casos no país e a Rússia anunciou um veto total à importação de vegetais crus de todos os países da União Europeia (UE), gerando revolta entre os europeus.

De acordo com a Agência de Proteção da Saúde britânica (HPA, na sigla em inglês), dos sete infectados três são britânicos que viajaram recentemente à Alemanha e quatro são cidadãos alemães.

"Não foi relatado nenhum caso de infecção secundária no território britânico", acrescentou o governo, que ainda não sabe dizer quais produtos com possíveis focos de contaminação foram distribuídos no Reino Unido.

Dos sete pacientes, três desenvolveram insuficiência renal potencialmente fatal, doença conhecida como síndrome hemolítica-urêmica. Os outro quatro apresentaram diarreia entero-hemorrágica.

"A HPA continua acompanhando a situação de perto e está trabalhando com as autoridades alemãs e com outras agências europeias para descobrir as causas do surto", afirmou a doutora Dilys Morgan, chefe do setor de infecções gastrointestinais e doenças zoonóticas do agência.

"Alertamos os profissionais de saúde sobre a situação e aconselhamos que eles investiguem e informem rapidamente sobre qualquer caso suspeito com um histórico de viagem à Alemanha", acrescentou.

O Reino Unido alerta aqueles que embarcam rumo à Alemanha para evitar o consumo de "tomates crus, pepinos e alface", em especialmente no norte do país, até segunda ordem.

RÚSSIA

Também nesta quinta-feira a Rússia anunciou um veto total à importação de vegetais crus de todos os países da UE, atitude considerada "desproporcional" pelo bloco, que deve exigir justificativas formais.

A Rússia já havia banido os vegetais da Alemanha e da Espanha por conta do surto no início desta semana, pelo qual as autoridades alemãs no início culparam os pepinos contaminados importados da Espanha antes de traçar o caminho do surto e se desculpar a Madri.

Gennady Onishchenko, chefe da agência de proteção do consumidor russa, a Rospotrebnadzor, disse que as mortes causadas pelo surto "demonstram que a tão elogiada legislação sanitária da Europa, que a Rússia está sendo exortada a adotar, não funciona", relatou a agência de notícias Interfax.

A nova proibição entra em vigor na manhã desta quinta-feira, disse ele, desencadeando o protesto imediato dos europeus.

"É desproporcional. A Comissão vai escrever às autoridades russas para pedir explicações. Isto representa entre três e quatro bilhões de euros de produtos europeus exportados por ano ", disse Frederic Vincent, porta-voz da área de Saúde da Comissão Europeia (CE), ao comentar a decisão de Moscou.

Reinhard Burger, chefe da agência alemã de controle de doenças Robert Koch Institute (RKI), admitiu que a fonte exata do surto da doença pode nunca ser encontrada.

"Ainda não há indicação de uma fonte definível", afirmou Burger a um comitê parlamentar na quarta-feira, acrescentando ser muito cedo para dizer que se chegou a um patamar de novos casos.

CONTAMINAÇÕES E CAUSA

O surto já deixou 17 mortos nas últimas semanas na Alemanha e uma na Suécia. A bactéria deixou ainda mais de 1.500 infectados em vários países, incluindo 470 que desenvolveram uma rara complicação renal. Quase todas as pessoas infectadas vivem ou estiveram recentemente na Alemanha --como os dois casos de contaminação registrados nesta quarta-feira nos EUA.

O surto já é considerado o terceiro maior envolvendo E. coli na história recente e pode ser o mais fatal. Em 1996, 12 pessoas morreram em um surto no Japão que infectou mais de 12 mil. Em 2000, sete morreram em um surto no Canadá.

A agência europeia de segurança alimentar anunciou nesta quinta-feira ter identificado a cepa da bactéria letal E.coli e reiterou que a bactéria mortal se propagou através de alimentos contaminados na Alemanha.

Mais cedo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que a variedade da E.coli que causou o surto na Europa é uma bactéria nunca antes vista.

"Esta é uma variedade única que nunca foi isolada em pacientes", disse Hilde Kruse, especialista em segurança alimentar da OMS. "[Esta variedade] tem várias características que a tornam mais virulenta e com maior capacidade de produzir toxinas".

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