sábado, 25 de junho de 2011

Prefeitura de Campinas diz ter casos suspeitos de E.coli

Médicos de postos de saúde e hospitais de Campinas, a 93 km de São Paulo, estão em alerta após a suspeita de contaminação da bactéria 'Escherichia coli' por duas pessoas que estão na cidade. Segundo a Secretaria de Saúde, dois moradores da cidade, um deles, um professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apresentaram sintomas após viajar para a Europa, onde a bactéria causou um surto com registro de mortes.

Em nota, o Ministério da Saúde disse ter sido informado pelas autoridades de Campinas sobre a suspeita e garantiu que, apesar da desconfiança de contaminação, “não há risco de surtos no Brasil a partir destes casos”. A hipótese foi levantada depois que a equipe médica da cidade do interior paulista soube da viagem dos dois homens à Alemanha, país onde houve registros até casos de morte por causa da bactéria. Eles voltaram da Europa no dia 11 de junho e apresentaram os primeiros sintomas três dias depois.

Segundo a Secretaria de Saúde, os pacientes passaram por exames que foram encaminhados para o Instituto Adolfo Lutz, na capital, para a confirmação da contaminação. O resultado da análise não tem previsão de ser divulgado.

A rede de saúde de Campinas foi orientada pela secretaria sobre os riscos de transmissão por meio de um comunicado. Ele informa que pacientes infectados com a bactéria podem estar circulando na cidade e as autoridades precisam ser notificadas.

Na nota, o Ministério da Saúde recomenda que pessoas em viagem internacional, principalmente aos países da Europa e aos Estados Unidos, não devem comer alimentos crus, sobretudo vegetais e produtos de origem animal. Não há nenhuma recomendação de restrição de viagem e é importante seguir as orientações das autoridades de saúde do país visitado. Além disso, o governo afirma que, mesmo com a suspeita em Campinas, “não há risco de surtos no Brasil a partir destes casos”.

Riscos

Segundo a coordenadora de Vigilância Epidemiológica Brigina Kemp, não há preocupação com um possível surto. “É um momento de tranquilidade e não precisa que toda a população fique preocupada”, afirmou. Médicos dizem que a bactéria é uma mutação que é comum em seres humanos. O que está provocando o surto na Europa é uma variação agressiva dessa bactéria. Portanto, as pessoas que viajaram para a Europa e apresentarem sintomas como diarreia com sangue, dores abdominais, náuseas e vômitos devem procurar o serviço de saúde, recomendou Brigina.

Segundo a especialista, é possível a transmissão entre as pessoas e também por meio de alimentos contaminados. “Outras pessoas que tiveram contato com quem chegou de viagem também devem tomar cuidado”, disse a especialista.

O tipo raro de E.coli tem a capacidade de furar a parede do intestino, onde libera toxinas. Alguns pacientes necessitam de cuidados intensivos, como diálise. Segundo Brigina é preciso reforçar a necessidade de medidas básicas de higiene: lavar bem as mãos, os alimentos e, de preferência, cozinhar frutas e verduras. As medidas evitam também futuras transmissões.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pede às pessoas que forem para a Alemanha para evitar consumir vegetais se não forem cozidos.

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