sábado, 9 de julho de 2011

Casos de catapora crescem 114% na Capital-Ce

A comerciante Teresa Maria Silva não sabe explicar como o filho, Pedro, de quatro anos contraiu catapora. O garoto nem frequenta a escola e, segundo ela, não tem saído tanto assim de casa. No entanto, no bairro onde mora, a Parangaba, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), registrou a maior parte dos 285 casos da doença, deste ano, em Fortaleza.

Os dados são relativos ao período de janeiro a junho e já representam mais que o dobro dos 133 ocorridos em igual período do ano passado.

A preocupação com o avanço da catapora é grande e motivou a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) a divulgar, em maio passado, uma nota técnica com orientações sobre a doença. A Prefeitura confirma que Fortaleza já enfrenta um surto de catapora. A enfermidade apesar de altamente transmissível e necessitar de cuidados especiais para não avançar para forma mais grave, é controlável e pode ser tratada sem maiores danos à saúde dos pacientes.

Mesmo assim, a dona-de-casa Margarida Rodrigues Damasceno tem se desdobrado para cuidar da filha, Andressa, de três anos, que há 15 dias sofre com a infecção viral também conhecida como varicela. "Ela começou com dor na cabeça e uns pontinhos como se fossem picadas de muriçoca, um dia depois, apareceu febre". Margarida mora no Panamericano.

Ela conta que procurou a médica da menina logo que a febre começou. "Fiquei preocupada, mas me disseram que a doença era muito comum antigamente e uma coisa que precisa ser feita é deixar ela sair toda", diz.

De acordo com as orientações dos especialistas, a catapora é uma doença comumente benigna, mas altamente contagiosa. A transmissão é de pessoa para pessoa pelo contato direto ou através do ar, quando uma pessoa infectada tosse ou espirra. O período de incubação é cerca de dez a 21 dias depois da exposição.

Nota técnica

A nota técnica justifica que a vigilância dos casos visa o monitoramento da intensidade da circulação do vírus e fatores associados à gravidade a ao óbito. Segundo o documento, surtos da doença são considerados quando há ocorrência casos acima do limite esperado, com base nos anos anteriores.

Segundo a Sesa, devido ao seu elevado custo, a vacina não é utilizada como rotina pelo Ministério da Saúde. No entanto, é disponibilizada para uso em pessoas que apresentem maior risco de desenvolver as formas graves da doença.

Segundo o médico Paulo Ferreira, a vacinação pode ser ministrada em crianças a partir de nove meses de idade. As reações, segundo ele, são mínimas. Explica que a criança toma a primeira dose aos nove meses e uma nova dose aos quatro anos. Já os adultos, o ideal é que a segunda dose ocorra um mês após a primeira dose para imunizar totalmente a pessoa.

Sintomas

Cansaço

Cefaleia

Erupção cutânea: começa no tronco da criança, espalhando-se rapidamente para o rosto, braços e pernas

Febre: temperaturas de até 40,6oC não são raras nos casos graves de catapora, nos quais o corpo fica coberto de erupções

Perda de apetite

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