sábado, 5 de novembro de 2011

Cirurgia inovadora para a coluna

Técnica indicada para escoliose e doenças degenerativas do disco faz incisão pela lateral do corpo e permite melhor recuperação

Francisco Alves Filho

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MOVIMENTO
Juliano já pilota sua moto de novo

Nos últimos tempos, os pesquisadores têm criado soluções para tornar as cirurgias mais simples e menos dolorosas. Foi assim, por exemplo, com as operações de abdome, hoje feitas com recursos endoscópicos. A evolução chegou às cirurgias de coluna, que costumavam ser muito traumáticas. Há poucos anos, passaram a ser realizadas com cortes menores no abdome ou nas costas. A última inovação nessa área é a técnica XLIF (Extreme Lateral Interbody Fusion), indicada para doenças degenerativas do disco, alguns tipos de escoliose e outros males. A novidade é que a incisão é feita lateralmente, de uma forma que evita danos. “O paciente volta para casa no dia seguinte e sente menos dores”, explica o neurocirurgião Luiz Pimenta, que criou o método na Universidade da Califórnia (EUA), onde é professor associado. Depois de ser aplicada nos hospitais americanos, a técnica começa a ser adotada no Brasil.

Um dos primeiros brasileiros a experimentar o método foi o policial Juliano dos Santos, 25 anos. Há dois anos ele sofreu uma lesão na coluna ao treinar jiu-jítsu. As dores insuportáveis o afastaram do tatame e tornavam incômodos atos simples como pilotar uma motocicleta e até andar. Hoje, três meses depois da operação, não está arrependido. “Logo no dia seguinte andava sem dor.” Juliano já pilota sua moto, faz exercícios na piscina e sonha com o dia em que poderá voltar a lutar.

Cerca de 60 milhões de brasileiros sofrem com problemas de coluna, segundo a Organização Mundial de Saúde. Desses, 10% precisam se submeter a cirurgias. “O estágio atual dessa técnica permite prever que em breve ela poderá ser aplicada a outros males de coluna, como vários tipos de hérnias”, afirma o médico Guilherme Wanderley, do Rio de Janeiro. Na sua opinião, uma das fatias da população que terá mais benefícios será a dos pacientes da terceira idade. “Com uma cirurgia menos agressiva, operações que antes eram evitadas para doentes com idade avançada agora poderão ser feitas sem problema”, acredita o médico.

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