A Câmara aprovou projeto fixando o prazo máximo para o início de
tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes com
diagnóstico de câncer. Os pacientes com neoplasia maligna terão direito a
se submeter ao primeiro tratamento junto ao SUS em até 60 dias contados
a partir da data em que for emitido o laudo patológico.

O texto da proposta afirma que o prazo poderá ser menor, conforme a
necessidade de tratamento do caso registrado no prontuário do paciente. O
projeto também obriga o SUS a fornecer gratuitamente os remédios para
dor em pacientes com câncer, como a morfina e outros medicamentos
entorpecentes.
Os defensores do projeto argumentaram que, atualmente, a espera por
tratamento ultrapassa os 60 dias. A deputada Carmem Zanotto (PPS-SC)
usou dados do Tribunal de Contas da União (TCU) com base em análises
realizadas com informações extraídas do SUS e registros hospitalares de
câncer para afirmar que o tempo médio de espera entre a data do
diagnóstico e o início do tratamento de quimioterapia chega a 76,3 dias e
para o tratamento de radioterapia a 113,4 dias.

O mesmo levantamento mostra que apenas 15,9% dos tratamentos de
radioterapia e 35,6% dos tratamentos de quimioterapia iniciaram-se nos
primeiros 30 dias do diagnóstico. "É de notório saber que o tratamento
adequado e iniciado tempestivamente, além de aumentar as taxas de
sobrevida, proporciona uma diminuição de custos em todos os sentidos",
justifica a deputada.
Carmem Zanotto e a deputada Flávia Morais (PDT-GO) foram autoras da
proposta da Câmara, em substituição ao texto aprovado pelos senadores.
Como se trata de uma alteração, o projeto terá de ser votado novamente
no Senado, antes de ir para sanção da presidente Dilma Rousseff. A
aprovação na Câmara foi simbólica por meio de acordo entre os partidos.
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