sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Molécula feita a partir de dois hormônios pode ajudar a tratar obesidade e síndrome metabólica

Abordagem foi eficaz em camundongos, que conseguiram perder peso e controlar glicose no sangue após receberem a substância

Dieta
Obesidade: Pesquisadores estudam nova forma de tratar o problema (Hemera Technologies/Thinkstock)
A partir da junção de dois hormônios, cientistas americanos conseguiram produzir uma molécula capaz de tratar, de forma segura, a obesidade e outras complicações metabólicas em camundongos. Os hormônios utilizados na experiência foram o GLP-1, que age no sistema digestivo, e o estrogênio, um hormônio feminino. Segundo os pesquisadores, os resultados, publicados na edição desta semana da revista Nature Medicine, sugerem que a molécula possa, um dia, ajudar a combater os problemas associados à síndrome metabólica.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Targeted estrogen delivery reverses the metabolic syndrome

Onde foi divulgada: revista Nature Medicine

Quem fez: Richard DiMarchi e equipe

Instituição: Universidade de Indiana, Estados Unidos

Dados de amostragem: Camundongos de laboratório obesos

Resultado: Uma molécula produzida a partir da junção dos hormônios estrogênio e GLP-1, que age no sistema digestivo, foi capaz de controlar fatores associados à síndrome metabólica em camungongos obesos. Os animais conseguiram perder peso e controlar os níveis de glicose no sangue sem apresentar efeitos colaterais relacionados a doses de estrogênio.
Uma pessoa possui síndrome metabólica se apresenta ao menos três das seguintes características: hipertensão, açúcar elevado no sangue, excesso de gordura abdominal, baixo nível de bom colesterol e índices elevados de ácidos graxos. Todos esses quadros predispõem um indivíduo a doenças cardiovasculares, ao diabetes e, quando as doenças ocorrem associadamente, à morte prematura.
Ambos os hormônios utilizados na pesquisa já haviam sido associados, individualmente, a benefícios ao metabolismo, mas também a efeitos colaterais. Isso porque altos níveis de estrogênio podem ser tóxicos, provocar um aumento excessivo dos tecidos e, consequentemente, elevar o risco de formação de tumores.
O novo estudo, feito na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, mostrou que, juntos, os hormônios não só são mais eficazes para tratar o excesso de peso e as doenças associadas, mas também são mais seguros do que se utilizados sozinhos. E a explicação para isso está no fato de que o GLP-1 inibe os efeitos tóxicos do estrogênio sem afetar os benefícios do hormônio.
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após administrar a molécula em camundongos que tinham obesidade. Depois do procedimento, os animais conseguiram perder peso e administrar os níveis de glicose no sangue sem apresentar efeitos negativos do estrogênio. Em comunicado, os pesquisadores afirmaram que os estudos em torno dessa molécula vão continuar até que fique claro se a abordagem pode funcionar em seres humanos.

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