sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Para Agência Nacional de Saúde Suplementar, planos de saúde melhoraram. Queixas, no entanto, cresceram

Entre 2010 e 2011, subiu de 32% para 62% a proporção de operadoras de saúde com avaliação positiva. Para a ANS, aumento nos canais para reclamação são a explicação para a elevação nas queixas de usuários

Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Médicos
Médicos do serviço federal protestaram contra Medida Provisória 568, que reduziu a tabela salarial dos profissionais (Thinkstock)
As operadoras de planos de saúde melhoraram seu desempenho na avaliação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), divulgada nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro. A análise, no entanto, também indicou que os clientes estão menos satisfeitos. O trabalho apontou aumento da quantidade de operadoras de planos de saúde e odontológicos bem avaliados pela agência. Ou seja, aquelas que conquistaram pontuação entre 0.60 e 1, em uma escala de 0 a 1. Em 2010, as operadoras de planos de saúde com avaliação positiva representavam 32% do total das entidades. Em 2011 – último dado disponível – 62% (566) delas foram bem avaliadas. No setor odontológico, houve um aumento de 56% para 76% nas avaliações positivas nesse período.
Para chegar aos dados, que pela primeira vez estão disponíveis para consulta no site da ANS (www.ans.gov.br), a agência avaliou as 913 operadoras médico-hospitalares e 326 odontológicas em funcionamento no país. A análise considerou quatro quesitos: metas de atenção à saúde, como percentual de consultas e mamografias; estrutura da operadora; situação econômica e financeira da empresa; e a satisfação dos beneficiários.
O último item, que mede a percepção dos que usam os planos de saúde, teve avaliação pior do que em 2010. Em um ano, a queda foi de três pontos percentuais. O quesito reúne as multas recebidas pela operadora devido a problemas na prestação do serviço, a permanência de conveniados no plano - trocas constantes indicariam insatisfação - e a reclamação dos usuários registrada na agência. A avaliação não computa, por exemplo, o número de ações judiciais contra as operadoras.
Segundo Carla Godoy, gerente de qualidade e do conhecimento da ANS, não se pode afirmar, no entanto, que os planos pioraram na percepção dos usuários. “Os canais de acesso de reclamação aumentaram. Ou seja, o consumidor encontra mais facilidade para fazer sua crítica”, ameniza ela.
Diretor da ANS, o cardiologista André Longo afirmou que o objetivo da ANS é permitir que o consumidor tenha um parâmetro de qualidade que o auxilie na escolha de sua operadora de saúde.
“No site da agência, o consumidor poderá consultar as notas de 33 indicadores de qualidade de todas as operadoras. Esperamos que esses dados possam facilitar a vida do consumidor para que ele possa fazer suas escolhas mais conscientemente e de forma esclarecida, buscando os melhores produtos dentro dos planos de saúde. E isso auxiliar na melhora do setor”, afirmou Longo, acrescentando que os consumidores estão buscando operadoras mais qualificadas.
A ANS não divulgou o ranking, mas é possível verificar, individualmente, a notas de cada prestadora.

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