sábado, 30 de novembro de 2013

Dermatologistas condenam exposição ao sol sem proteção para obter vitamina D

Diretrizes da Sociedade Brasileira de Dermatologia questionam argumento de que uso de protetor solar causa deficiência do nutriente

A proteção contra o sol precisa ser redobrada em pessoas que têm alergia de pele
Dermatologistas negam que proteção solar provoque deficiência em vitamina D (ThinkStock)
Em documento lançado nesta quinta-feira, com diretrizes sobre fotoproteção, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) condenou a exposição solar sem proteção para a obtenção da vitamina D.
Nos últimos anos, o aumento do número de pessoas com deficiência do nutriente fez com que especialistas passassem a recomendar aos pacientes a exposição ao sol sem filtro solar por um período de 15 a 20 minutos por dia para possibilitar ao organismo a produção da vitamina. O argumento era de que o protetor impedia a absorção da radiação solar, essencial para a obtenção do nutriente.
Durante o lançamento do Consenso Brasileiro de Fotoproteção, primeiro documento do tipo no país, o órgão questionou o argumento. “É impossível que a proteção solar, da forma que é feita, seja a responsável pela deficiência de vitamina D. Estudo feito em São Paulo mostra que bastam dez minutos de exposição ao ar livre, mesmo em dias nublados, para que a pessoa atinja os níveis recomendados. Portanto, dizer que a fotoproteção leva à deficiência da vitamina é prejudicial e gera uma mensagem antagônica à população”, diz Marcus Maia, coordenador do Programa Nacional de Controle do Câncer de Pele.
A vitamina D tem como principal função ajudar no desenvolvimento do sistema esquelético. Cerca de 90% do nutriente é obtido por meio da radiação solar. Sua deficiência está relacionada a doenças como raquitismo e osteoporose. Segundo a SBD, pacientes de risco para o desenvolvimento da deficiência devem passar por exames periódicos e, se necessário, receber suplementação vitamínica.
Neste sábado, Dia Nacional de Combate ao Câncer de Pele, a SBD vai reunir 4 000 médicos voluntários em 139 postos de todo o país para atender a população com o objetivo da detecção precoce da doença. Os endereços dos postos podem ser consultados no site da sociedade. Na campanha do ano passado, 33 000 pessoas passaram por avaliação e 12% foram diagnosticadas com câncer de pele.
O câncer de pele não melanoma é o mais prevalente no Brasil tanto em homens quanto em mulheres. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que 182 000 pessoas apresentem a doença no próximo ano.

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