A população, embora elogie o atendimento nas unidades, admite a necessidade de ampliação
As
Unidades de Pronto Atendimento 24 horas (Upas/24h) de Fortaleza somam
447,9 mil pacientes atendidos e suprem, além de seu papel - a média e
pequena complexidade - a que caberia aos postos de saúde, a atenção
primária. Com isso, também vem conseguindo desafogar as emergências dos
hospitais com casos sem urgência. São 1.500 atendidos por dia nos quatro
equipamentos. Por isso, a população, embora elogie o atendimento,
admite a necessidade de ampliação das unidades.
A
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Messejana, por exemplo, atende,
em média, a um total de 450 pessoas por dia. A coordenação do
equipamento reconhece que é preciso ampliação da estrutura Fotos:
Marília Camelo
De acordo com o titular da Secretaria de
Saúde do Estado (Sesa), José Arruda Bastos, um dos mais beneficiados é o
Hospital de Messejana, que teve redução na sua emergência na casa dos
50%. "Muita gente que ia para a unidade com cansaço, palpitação, pressão
alta está sendo medicada nas UPAs, e isso facilita o trabalho da
unidade terciária e os pacientes graves que ali são encaminhados".
A
primeira unidade inaugurada na Praia do Futuro, no dia 22 de março do
ano passado, atende, em média, a 300 pacientes por dia. Assim como nas
outras três UPAs, a pessoa passa por triagem e classificação por risco:
vermelho, amarelo, verde ou azul, de acordo com a gravidade do quadro. A
medida é usada para agilizar o atendimento, dando prioridade a quem
está em pior situação clínica.
Tempo
No
entanto, com sua lotação esgotada, a unidade já estende um pouco o tempo
de espera. Mesmo assim, as pessoas preferem ir ali do que enfrentar um
posto de saúde. É o caso de Marcos Antônio Diniz. O rapaz caiu de um
coqueiro, a cinco metros de altura, e teve fratura exposta na perna
direita. Está tomando medicamento e foi até a UPA Messejana. "Prefiro
aqui, esperar e sair atendido do que ir para o posto e ter a maior
decepção", critica.
Nas UPAs, aponta, ainda, o secretário Arruda
Bastos, 97% dos casos são solucionados na própria unidade. Quando o
paciente chega ao local, os médicos prestam socorro, controlam o
problema e detalham o diagnóstico. "Eles analisam se é necessário
encaminhar o paciente a um hospital ou mantê-lo em observação por 24
horas", frisa.
Com fortes dores no abdômen, Ana Letícia Barbosa
procurou, na manhã de ontem, a Unidade de Pronto Atendimento da Praia do
Futuro. Devido à sua condição, ela foi encaminhada imediatamente ao
clínico, precisou de raio-X, e saiu de lá já com diagnóstico e
medicamento. "Graças a Deus que fui logo atendida e já melhorei. Vou
para casa descansar".
Triagem
A mãe de
Pedro, de 4 anos, Valdilene Araújo, chegou na unidade com o filho
febril. O menino passou pela triagem e pediatra, que pediu o teste
rápido de dengue. Foi feito na hora e deu negativo, para alívio de
Valdilene. "Você já pensou se eu tivesse ido ao posto, esperado o médico
que não tem?", diz.
A unidade de Messejana também enfrenta
superlotação. Em média, 450 pessoas/dia passam por lá. A coordenadora
Cleide Carneiro destaca o trabalho desenvolvido e diz que já é preciso
ampliação da estrutura. "Vamos começar pela recepção para evitar a fila
do lado de fora", frisa, acrescentando que 70% do perfil do paciente da
unidade é de posto de saúde.
As UPAs são classificadas em três
diferentes portes, de acordo com a população da região a ser coberta, a
capacidade instalada - área física, número de leitos disponíveis,
recursos humanos e a capacidade diária de realizar atendimentos médicos.
As
UPAs de porte I cobrem uma população de até 100 mil habitantes,
contando com um pediatra e um clínico geral para realizar de 50 a 150
atendimentos de pacientes diariamente e equipada com cinco a oito
leitos.
A cobertura das UPA de porte II é de até 200 mil
habitantes, com quatro médicos, nove a 12 leitos e atendimento diário de
até 300 pacientes. Enquanto isso, nas de porte III, a cobertura é de
até 300 mil habitantes, com seis médicos, 13 a 20 leitos e até 450
atendimentos diários.
FIQUE POR DENTRO
Triagem antecede a consulta
As
Unidades de Pronto Atendimento (UPA) funcionam 24 horas por dia, sete
dias por semana e podem resolver grande parte das urgências e
emergências demandadas na Capital, como pressão e febre alta, fraturas,
cortes, infarto e derrame. Com isso, ajudam a diminuir as filas nos
prontos-socorros dos hospitais.
A unidade oferece estrutura
simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de
exames e leitos de observação. As UPAs fazem parte da Política Nacional
de Urgência e Emergência, lançada pelo Ministério da Saúde em 2003, que
estrutura e organiza a rede de urgência e emergência no País, com o
objetivo de integrar a atenção às urgências.
Todos esses
equipamentos de saúde que atuam na cidade de Fortaleza, trabalham de
acordo com uma classificação por risco. Quando é vermelha, significa que
a situação é uma emergência com risco iminente de morte (será atendido
imediatamente na sala de emergência).
Quando a situação do
paciente é classificada como amarelo, representa urgência com ou sem
risco iminente de morte (será atendido com prioridade sobre pacientes
classificados com verde, no consultório ou leito da sala de observação).
Na
classificação verde, não há risco de morte imediata (somente será
atendido após todos os pacientes classificados como vermelho ou
amarelo), enquanto na azul, há um quadro crônico sem sofrimento agudo ou
caso social (deverá ser preferencialmente encaminhado para atendimento
em Unidade de Saúde Básica ou atendido pelo Serviço Social. Se desejar
poderá ser atendido após todos os pacientes classificados como vermelho,
amarelo e verde).
LÊDA GONÇALVESREPÓRTER
quinta-feira, 7 de março de 2013
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