sexta-feira, 1 de março de 2013

Pelo menos 107 bebês foram infectados com tuberculose em Campinas

Entre janeiro e junho de 2012, mais de 1.000 crianças foram expostas à bactéria na maternidade do hospital Madre Theodora

Imagem microscópica da Mycobacterium tuberculosis
Imagem microscópica da Mycobacterium tuberculosis, bactéria causadora da tuberculose: os sintomas da doença são de difícil identificação em bebês (Thinkstock)
Pelo menos 107 bebês que nasceram entre janeiro e junho de 2012, na ala 3 da maternidade do hospital Madre Theodora, em Campinas, no interior de São Paulo, foram contaminados com tuberculose, segundo exames concluídos nesta quinta-feira pela Secretaria de Saúde Municipal em mais de 1.000 crianças. Elas tiveram contato direto ou indireto com uma técnica em enfermagem que estava com a doença.
Do total de recém-nascidos que foram contaminados com a bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, pelo menos 17 desenvolveram a doença e estão em tratamento com antibióticos. Outros 90 estão infectados, mas a doença não se manifestou, casos chamados de infecção latente. Para esses, o tratamento é mais curto.
Diagnóstico — A tuberculose é uma doença infecciosa que tem cura. Em recém-nascidos, tanto o diagnóstico como o tratamento são mais difíceis. Transmitida pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, ela afeta principalmente os pulmões, mas também pode atingir outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).
Uma das características mais comuns para identificação da tuberculose em adultos é tosse com duração superior a três semanas. Em bebês, no entanto, não há tosse. Sintomas como febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento, comuns nos adultos, também não aparecem nas crianças. Geralmente, elas apresentam problemas pulmonares, que são tratados e retornam, e têm dificuldades de ganho de peso.
No Hospital Madre Theodora, 354 crianças tiveram contato direto com o foco da transmissão, a técnica de enfermagem. Em outubro, um balanço parcial divulgado pela coordenadora do programa de tuberculose da prefeitura de Campinas, Maria Alice Satto, indicava que de 166 crianças analisadas, 13 tinham infecção latente — o equivalente a 7,8%.
(Com Estadão Conteúdo)

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