terça-feira, 19 de março de 2013

OMS pede urgência em investimentos para combate à tuberculose

Segundo órgão, é necessário o financiamento de ao menos 1,6 bilhão de dólares ao ano para enfrentar a doença. A preocupação gira em torno do surgimento de cepas resistentes aos medicamentos contra a infecção

Imagem microscópica da Mycobacterium tuberculosis
Imagem microscópica da Mycobacterium tuberculosis, bactéria causadora da tuberculose (Thinkstock)
O surgimento de cepas da tuberculose que são resistentes a vários medicamentos fez com que a infecção se tornasse um dos mais prementes problemas sanitários do planeta. E, para que a doença seja enfrentada, é necessário o investimento de ao menos 1,6 bilhão de dólares por ano. O alerta foi feito nesta segunda-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que divulgou uma nota oficial junto ao Fundo Global para o Combate à Aids, Tuberculose e Malária.

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TUBERCULOSE
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que é propagada pelo ar de maneira direta, ou seja, de pessoa para pessoa. Embora possa atingir quase todos os órgãos do corpo, a tuberculose afeta principalmente os pulmões, provocando problemas como dificuldades respiratórias e derrame pleural (presença de líquido no espaço entre pulmões e tórax). O principal sintoma é a tosse frequente, mas há outros, como suores noturnos e diminuição de apetite. Ao contrário da maioria das doenças infecciosas, a tuberculose demora para se manifestar, levando em média de 4 a 12 semanas para que as primeiras lesões sejam descobertas. Estima-se que uma pessoa infectada possa contaminar de 10 a 15 pessoas por ano. A doença é tratada com uma combinação de antibióticos. Como a bactéria cresce lentamente, os medicamentos devem ser tomados por pelo menos 6 meses.
Os órgãos cobraram dos doadores internacionais um "financiamento significativo" para ajudar os especialistas a detectar todos os casos existentes da doença e tratar os mais sérios. "Estamos com a água pelo pescoço em um momento em que precisamos desesperadamente ampliar nossa resposta à tuberculose resistente a múltiplas drogas", disse Margaret Chan, diretora-geral da OMS.
A OMS e o Fundo Global calculam que haverá um déficit de 1,6 bilhão de dólares na quantia anual necessária para o combate à tuberculose em 118 países de baixa e média renda. Se essa lacuna for preenchida, 17 milhões de pacientes com a doença — inclusive com cepas resistentes — poderiam ser totalmente tratados, salvando cerca de seis milhões de vidas entre 2014 e 2016. "Se não agirmos agora, nossos custos podem disparar. É investir agora ou pagar para sempre”, disse na nota Mark Dybul, diretor-executivo do Fundo Global.
A doença — De acordo com a OMS, de todas as doenças infecciosas, apenas o vírus HIV, causador da aids, provoca mais mortes do que a tuberculose. Em 2011, 8,7 milhões de pessoas contraíram tuberculose, sendo que 1,4 milhão morreram. Ainda segundo a OMS, até dois milhões de indivíduos poderão ser contaminadas com cepas resistentes da doença até 2015. O órgão informa que casos de cepas multirresistentes foram identificados em 77 países em 2011.
A tuberculose é uma doença infecciosa transmitida pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Ela afeta principalmente os pulmões, mas também pode atingir outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). Essa doença tem cura, embora normalmente seja demorada, inclusive em casos em que não há resistência ao tratamento. Os pacientes infectados precisam usar um coquetel de antibióticos durante seis meses, e muita gente abandona o tratamento. Isso, junto com o uso excessivo ou equivocado de antibióticos, tem contribuído para que o bacilo desenvolva resistência.
A tuberculose multirresistente consegue "driblar" dois remédios habitualmente usados, e uma forma ainda mais severa, conhecida como tuberculose extensivamente resistente a drogas, é capaz de sobreviver até mesmo a algumas drogas mais eficazes. Em 2012, na Índia, médicos relataram também casos de tuberculose totalmente resistente, para a qual não há nenhum medicamento eficaz.
 (Com agência Reuters)

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