sexta-feira, 2 de agosto de 2013

No Ceará Meningite mata cinco pessoas nos 7 primeiros meses do ano

Nos municípios de Pacatuba, Frecheirinha e Farias Brito foram registrados 100% de letalidade nos casos
Nos sete primeiros meses deste ano, cinco pessoas morreram após contraírem meningite meningocócica, de acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Apesar de ter sido registrada uma diminuição no número de óbitos em relação ao ano passado, o índice de letalidade da doença permanece praticamente o mesmo. Enquanto em 2012 essa taxa era de 20,9, neste ano, baixou para 20,8. No Interior, o número sobe para 27,2 e, em Fortaleza, cai para 15,3.

Das cinco mortes, três foram no Interior e o restante na Capital, diferentemente do que vinha acontecendo desde 2010, quando Fortaleza tinha os maiores números.

Nos sete primeiros meses de 2013, foram 24 casos - 13 na Capital e os outros 11 no Interior - enquanto em todo o ano de 2012, foram 84 registros de pacientes e 18 mortes. Neste ano, houve ocorrências em Fortaleza, Caucaia, Maranguape, Pacatuba, Guaiuba, Aracati, Tabuleiro do Norte, Frecheirinha, Santa Quitéria, Granja, Catarina e também Farias Brito.

Além da Capital, as mortes acontecerem em Pacatuba, Frecheirinha e Farias Brito. Apesar do pequeno número de casos, esses três últimos municípios apresentam 100% de letalidade, apontando para a necessidade da melhoria das condições de vigilância e também assistência aos casos suspeitos.

Entre os mais afetados pela meningite estão as crianças com menos de um ano e os jovens com idade entre 15 e 19 anos. Os que menos tiveram problemas são os pequenos com a faixa etária entre 10 e 14 anos e entre 5 e 9 anos.

Em todo o ano de 2011, foram confirmados 75 casos, com 20 óbitos, em 17 municípios. Já o ano passado apresentou 86 casos da doença, com 18 mortes em 23 municípios.

Sem epidemia
Para o diretor do Hospital São José, o infectologista Roberto da Justa, o número de óbitos não expressa uma epidemia de meningite. "Esses números estão dentro do esperado". Justa explicou que muitos casos, principalmente envolvendo crianças, poderiam ser evitados se existisse a vacina para o tipo B da meningocócica. "Esse tipo da doença ocorre mais em crianças e adolescentes".

A melhor forma de prevenção é a imunização, que está no calendário de vacinação de crianças menores de um ano. No País, existem quatro tipos de vacinas relacionadas à patologia.

Além disso, o diretor do Hospital São José destacou que os principais sintomas da meningite são febre, dor de cabeça e vômito. Em alguns casos, manchas no corpo e rigidez na nuca podem caracterizar a doença. "Ao sentir esses sintomas, é importante que a pessoa procure logo o atendimento de um médico. Esses casos não podem ser negligenciados", comentou o infectologista.

A doença pode ser causada por diferentes agentes, como bactérias, vírus, fungos, sífilis, malária, helmintos, pós-vacinal, câncer, substância tóxica e o uso contínuo de drogas. Quando a infecção consegue vencer as defesas do organismo ataca as meninges, três membranas que envolvem e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central.

No Ceará, a doença, via de regra, vem apresentando comportamento endêmico. No caso das meningites virais, no Estado, houve nos últimos anos três picos, em 1999, 2008 e 2009. Essa patologia é distribuída em todas as faixas etárias, com maior ênfase entre as crianças, principalmente aquelas menores de um ano de idade.

THIAGO ROCHAREPÓRTER

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