'Coquetel' associa duas drogas usadas para conter o HIV. Atualmente, 73 000 soropositivos tratados na rede pública fazem uso das substâncias

Aids: Remédio para tratar infecção pelo vírus HIV combina
duas drogas que já são amplamente usadas por pacientes do SUS
(Thinkstock)
Combinações de medicamentos para aids são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para melhorar a adesão ao tratamento e garantir melhor qualidade de vida para pacientes. Terapias para soropositivos são feitas a partir da indicação de várias drogas, prática que no passado ganhou o apelido de “coquetel”. Pacientes podem ingerir até mais de dez comprimidos diferentes por vez.
A chegada do medicamento combinado no SUS é aguardada há tempos. Atualmente, dos 310 000 soropositivos em tratamento na rede pública de saúde, 73 000 usam em seu esquema terapêutico tenofovir e lamivudina.
Parceria — Divulgada em 2012, a parceria para desenvolvimento da droga previa a oferta do produto no segundo semestre do ano passado. De acordo com o presidente da Blanver, Sergio Frangioni, a empresa fez o pedido de registro do medicamento na Anvisa em outubro de 2012. A autorização foi concedida em dezembro.
“Já há condições para produção e entrega da droga para o Ministério da Saúde. Mas não recebemos por enquanto nenhuma sinalização”, diz Frangioni. Para que isso seja feito, é preciso que Farmanguinhos também seja liberada pela Anvisa para a execução do projeto. “Entendemos a expectativa. Mas o desejo empresarial não pode se sobrepor à segurança e à certeza de eficácia do medicamento”, afirma Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.
O laboratório Blanver foi responsável por desenvolver a combinação. No acordo de transferência de tecnologia, a empresa fica encarregada de, progressivamente, repassar a técnica de produção para Farmanguinhos. Em troca, a Blanver tem a garantia que, ao longo de cinco anos, será o único a vender ao governo. A associação dos medicamentos foi anunciada como uma promessa de economia. A estimativa era de que o preço fosse 20% inferior ao que é pago pelo governo na aquisição de tenofovir e lamivudina, separadamente.
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