sábado, 4 de outubro de 2014

Enfermeira francesa que contraiu ebola na Libéria é curada

Nos EUA, autoridades confirmaram que dez pessoas têm alto risco de terem sido infectadas, depois de contato com o primeiro paciente diagnosticado com a doença no país

Profissional de saúde da Cruz Vermelha desinfeta local onde corpo de paciente infectado pelo ebola foi encontrado, em 10 de setembro, na Libéria
Profissional de saúde da Cruz Vermelha desinfeta local onde corpo de paciente infectado pelo ebola foi encontrado, em 10 de setembro, na Libéria - Zoom Dossot/AFP
Uma enfermeira francesa da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) que havia contraído o vírus ebola durante uma missão na Libéria foi curada e deixou o hospital onde estava internada na França, informou neste sábado a ministra da Saúde do país, Marisol Touraine.
A jovem enfermeira, voluntária da MSF, foi repatriada para a França e levada para um hospital militar, onde recebeu tratamentos experimentais. O Ministério da Saúde do país autorizou por decreto a utilização de medicamentos ainda não homologados na luta contra a doença, como o antiviral Avigan (medicamento favipiravir) da empresa japonesa Toyama Chemical.
"Estou muito feliz por esta evolução favorável e saúdo novamente o compromisso e a coragem desta jovem mulher", afirmou Marisol Touraine em um comunicado.
Casos nos EUA — Autoridades de saúde do Texas monitoram 50 pessoas por possível exposição ao ebola, dez delas com alto risco de terem sido infectadas com a doença, depois de contato próximo com o primeiro paciente diagnosticado com a enfermidade nos Estados Unidos, Thomas Eric Duncan.
Os 50 monitorados pertencem a um grupo inicial de 80 pessoas identificadas por autoridades de saúde dos Estados Unidos por terem tido contato com o doente. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, admitiu a ocorrência de "erros de conduta" na forma como as autoridades locais lidaram com a situação. Duncan foi mandado para casa depois de buscar tratamento apresentando sintomas, expondo, assim, outras pessoas ao contágio da doença.
Além dele, um paciente com sintomas que poderiam ser do vírus ebola, e que viajou recentemente à Nigéria, foi internado na sexta-feira em um hospital de Washington, no Estados Unidos. Também na sexta, a NBC News anunciou que um cinegrafista americano freelancer que trabalha na Libéria para a emissora foi infectado com o vírus e será repatriado para os Estados Unidos. Segundo a rede de televisão, Ashoka Mukpo, de 33 anos, começou a apresentar sintomas como cansaço, dores no corpo e febre na quarta-feira. Na quinta-feira, procurou um centro de tratamento dos Médicos Sem Fronteiras e foi diagnosticado com a doença no mesmo dia.
Ajuda americana – O Pentágono anunciou que deve enviar até 4 000 soldados para a Libéria, onde participarão da luta contra a epidemia do ebola. São 1 000 pessoas a mais do que o previsto inicialmente no plano anunciado pelo presidente Barack Obama.
Em setembro, Obama anunciou que soldados americanos seriam enviados para a África Ocidental para participar da construção de novos centros de tratamento, oferecer ajuda logística e garantir a formação de equipes de saúde. Nas próximas semanas, 1 800 soldados devem ser enviados para a África. O grupo inclui engenheiros, médicos e especialistas em aviação e se somará aos 1 400 já enviados para a Monróvia, capital da Libéria.
Epidemia — O vírus Ebola matou 3.439 pessoas no oeste da África, de um total de 7.478 casos registrados em cinco países (Serra Leoa, Guiné, Libéria, Nigéria e Senegal), segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), realizado até 1º de outubro. O número de casos pode crescer exponencialmente, com mais de 20.000 infectados até o começo de novembro, se novas medidas não forem adotadas para conter o vírus.
(Com AFP)

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