segunda-feira, 25 de maio de 2015

Após grávida ter alta de hospital, pai acaba fazendo parto do filho em casa

Segundo ele, médicos alegaram que ela não estava em trabalho de parto.
Direção Clínica do HC-UFTM vai apurar atendimento em Uberaba.

Alex Rocha e Isabella LimaDo G1 Triângulo Mineiro
Casal de Uberaba (Foto: Wanderson Pereira Bino/Arquivo Pessoal)Jovem de 24 anos e o recém-nascido estão bem
(Foto: Wanderson Pereira/Arquivo Pessoal)
Após a esposa de 24 anos entrar em trabalho de parto dentro de casa, no Bairro Vila Arquelau, em Uberaba, coube ao marido Wanderson Pereira Bino, de forma improvisada, fazer o parto do filho na madrugada desta segunda-feira (25).
No dia anterior, ela chegou a ser levada para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), mas foi liberada. A direção do hospital informou que vai apurar as circunstâncias do atendimento e a justificativa da alta. A mãe e o bebê passam bem.
pai parto grávida nascimento quarto Uberaba (Foto: Alex Rocha/ G1)Wanderson Pereira Bino contou que, na madrugada desta segunda-feira, Jéssica Leane Leite entrou em trabalho de parto em um quarto na casa da sogra dela, onde mora com o marido e outros cinco filhos. Familiares acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Porém, enquanto a unidade de resgate se deslocava, o pai realizou o parto da criança.

"Foi uma experiência que a gente nunca espera ter, foi difícil. A gente acha que vai ser atendido e que o bebê vai nascer no hospital. Eu apavorei quando vi que teria que fazer o parto. Estava ligando para o resgate e pedi para minha esposa não fazer força. Ela disse que não dava mais para segurar e eu vi que eu teria que fazer o parto. Foi especial, poucos pais passam por isso. Meus filhos viram o nascimento também e ficaram espantados. Minha filha de seis anos acordou e pensou que estava sonhando", disse.
Parto ocorreu dentro de um quarto onde pais vivem com outros cinco filhos (Foto: Alex Rocha/ G1)
De acordo com informações do Samu à TV Integração, se passaram quatro minutos entre a primeira ligação, em que a família pedia socorro, e a segunda, quando falaram que o bebê já tinha nascido. Ainda segundo o Samu, um médico chegou a dar orientações pelo telefone.
Wanderson afirma ainda que após o primeiro atendimento na instituição de saúde, a esposa foi liberada ao ser constatado por médicos de que ela não estava em trabalho de parto.

“Quando minha esposa foi para o hospital, os médicos fizeram cardiotoque e disseram que o colo do útero não estava apagado e não estava na hora de nascer. Liberaram a gente e prescreveram um remédio para diminuir as contrações. Eu acho que os dois que estavam atendendo eram estudantes e não tinha ninguém de alto escalão para reconhecer que ela estava em trabalho de parto”, opinou.
Com a chegada da ambulância, mãe e filho foram levados para o HC-UFTM. Eles continuam internados, mas passam bem. Segundo o pai, o menino ganhou o nome de Davi Leite Bino. É o sexto filho do casal. As demais crianças também nasceram de parto normal. A família já passou por outra situação inusitada durante o fim da gravidez do filho Brayan, de três anos. O garoto nasceu dentro de uma ambulância a caminho do hospital. 
Posicionamento HC-UFTM
Em nota, a assessoria do HC-UFTM informou que "a Direção Clínica do HC-UFTM vai apurar junto à equipe que atendeu a paciente as circunstâncias do atendimento e a justificativa da alta. Por questões éticas, a averiguação de informações sobre conduta médica segue este trâmite, não sendo realizada diretamente pela Unidade de Comunicação, que recebe a demanda e faz o intermédio da imprensa a partir da averiguação dos fatos pela Direção Clínica", diz trecho da nota.
Futuro da família
Wanderson afirma que ele e a esposa estão desempregados após deixar o trabalho em uma granja em Almeida Campos para fazer acompanhamento gestacional em Uberaba. Sem muitas garantias para o futuro, a principal preocupação do pai é garantir um lar mais adequado para a família.
“Já tentamos ligar (ligadura de trompas) para ela não ter mais filhos, mas na época ela tinha 22 anos e não conseguimos. O Davi foi inesperado. Ela estava até tomando remédio em dia, mas engravidou. Agora, estamos esperando e ela deve ligar em julho. Enquanto isso, estamos esperando para ficar um tempo em uma casa maior da minha mãe e aguardando também sair uma casa pela companhia habitacional”, concluiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário