quarta-feira, 6 de maio de 2015

Ministro da Saúde nega epidemia de dengue no país

Durante entrevista, o ministro Arthur Chioro afirmou que a ‘elevação de casos’ ocorreu devido à crise hídrica e à falta de ações de combate à doença

Mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue visto na região da Lapa, zona oeste de São Paulo (SP) - (23/04/2014)
Mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue visto na região da Lapa, zona oeste de São Paulo (SP) - (23/04/2014)(André Lucas Almeida/Futura Press/VEJA)
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou nesta segunda-feira que o país não vive situação de epidemia de dengue. O anúncio ocorreu pouco tempo após a divulgação do último levantamento de casos sobre a doença, com 745 900 ocorrências registradas entre 1º de janeiro e 18 de abril deste ano. O número é 234% maior em relação ao mesmo período do ano passado, mas 48% menor em comparação com 2013, quando 1,4 milhões de pessoas foram infectadas.
Para o ministro, os resultados positivos do ano passado "desarmaram a mobilização da sociedade e algumas ações" de combate à doença. "Em relação a 2014, nós temos elevação em praticamente todo o país. Mas quando a gente trabalha com conceito de epidemia, nós temos duas possibilidades: ou a gente vê a série histórica e a comparação por um longo período, uma série de eventos ano a ano que nos permite ver a incidência da doença, ou adotamos o parâmetro da OMS, que considera comportamento epidêmico quando o número de casos tem incidência de 300 casos para cada 100 000 habitantes", afirmou, durante coletiva de imprensa, em São Paulo. No Brasil, há 367,8 casos para 100 000 habitantes.
Ele disse ainda que as condições climáticas favoreceram o início precoce da dengue no país. Além disso, Chioro acredita que o número de casos também pode ter sido agravado pela crise hídrica, já que houve armazenamento de água sem as condições ideais.
De acordo com o ministro, São Paulo é um dos principais estados com comportamento de epidemia. No total, são 169 mortes confirmadas pela doença desde o início do ano. É o maior número de vítimas em território paulista desde 1990, quando começou o balanço oficial. Além do recorde de óbitos, o Estado também acumula o maior número de casos confirmados e notificados da doença desde que esses índices passaram a ser tabulados. O índice de incidência da doença em São Paulo chegou a 911,9 casos por 100.000 habitantes.
Além de São Paulo, sete estados enfrentam uma situação parecida, entre eles estão Acre, Tocantins, Rio Grande do Norte, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás.
"Agora que temos uma situação que não é favorável, não poderia me desresponsabilizar como autoridade sanitária máxima e quero compartilhar o desafio de controlar a dengue. Que a gente tenha em 2016 um verão mais protegido, com menos doenças, menos casos graves e menos óbitos, porque nós podemos fazer, mas trabalhando em 2015 todos juntos, sem atribuir à sociedade ou a uma esfera de governo a responsabilidade exclusiva pela doença", disse Chioro.

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