quarta-feira, 18 de maio de 2016

Outra criança morre de H1N1, e CE registra 8 óbitos

Em Fortaleza, já foram contabilizadas duas mortes e em todo o Estado há 14 casos da doença confirmados
Fortaleza registrou a segunda morte causada pela gripe H1N1 em 2016, de acordo com o boletim epidemiológico semanal divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) ontem. A vítima foi um menino de apenas um ano. No total, ocorreram oito mortes ocasionadas pela doença no Ceará. Na Capital, foram confirmados mais sete casos da enfermidade. A primeira morte na cidade aconteceu no último dia 6 de abril, vitimando uma mulher de 44 anos.
No Estado, estão confirmados 14 casos de H1N1 até o momento. De acordo com as informações da Sesa, os óbitos aconteceram em seis municípios de diferentes regiões do Estado, sendo dois em Caucaia, dois em Fortaleza, um em Juazeiro do Norte - onde uma criança também morreu -, um em Jaguaretama, um em Sobral e um em Pereiro.
O pediatra Robério Leite alerta para os cuidados com as crianças e os idosos, os que mais correm o risco de contrair o vírus. "As crianças abaixo de dois anos e os idosos, uma vez infectados pelo vírus, são os que sofrem mais com a doença. Para as crianças, é necessário que os pais se conscientizem em não as mandarem gripadas para a escola, para que não ocorra a contaminação em outras. Devem ensinar cedo também a questão da ética de higiene, que são os cuidados em tossir e proteger a boca com lenços, e se não for possível, utilizar os cotovelos, não as mãos. É necessário também lembrar as crianças de lavarem sempre as mãos", afirma.
O médico ressalta a relevância da vacinação anual. "O vírus H1N1 se caracteriza como mutante, por isso é necessário que as pessoas procurem se vacinar anualmente. O reconhecimento precoce da doença e o tratamento, mesmo sem o diagnóstico ainda não confirmado pelo médico, é muito importante para que exista a prevenção contra o vírus H1N1", enfatiza o especialista. Os dados informados pela Sesa alertam para a necessidade da prevenção e da vacinação. Das oito pessoas mortas devido ao vírus, neste ano, nas diferentes regiões do Estado do Ceará, nenhuma havia se vacinado no ano passado. Com isso, os pacientes não estavam protegidos contra a influenza.
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Prevenção
A vacina é a medida mais importante para a prevenção do vírus. Entre os grupos prioritários que devem ser imunizados, estão as crianças de seis meses a menores de cinco anos, as gestantes, as mulheres com até 45 dias após a realização do parto, idosos a partir de 60 anos, pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão,  trabalhadores da saúde, indígena, adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas, população carcerária e funcionários do sistema prisional.
No entanto, a busca pela vacina gerou bastante procura nas unidades de saúde particulares da Capital e em muitas o estoque já foi zerado, como por exemplo na clínica Imunize e a Dra. Núbia Jacó. De acordo com a direção de cada unidade, os laboratórios responsáveis pela fabricação das vacinas não dispõem de doses para envio e não anunciam estimativa de previsão. "O laboratório demora em torno de cinco meses no momento em que ele faz o pedido para a matriz, que é fora do País, Alemanha ou França. Então, no momento em que houve uma demanda aumentada, este ano, já seria tarde demais pra pedir mais doses".
"Todas as vacinas que foram usadas em nível privado em 2016 foram doses calculadas em outubro do ano passado, e baseado no consumo de anos anteriores", conclui o diretor médico da clínica Dra Núbia Jacó, João Cláudio Jacó.
Segundo ressalta a administradora da Clínica Imunize, Simone Rodrigues, o processo de fabricação da vacina demanda uma longa produção. "É um processo muito artesanal, que depende do ovo de galinha", diz. Já os postos de saúde da rede pública seguem com o processo de vacinação. A reportagem entrou em contato com três unidades, de diferentes regionais, para constatar a disponibilidade da vacina.
Estoque
Na unidade Irmã Hercília Aragão, no bairro São João do Tauapé, e no Luis Albuquerque Mendes, na Serrinha, ainda tem doses disponíveis. Já o Eliézer Studart, no Autran Nunes, havia esgotado o estoque ontem, mas uma funcionária informou que será reposto hoje.

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