A percepção sobre a perda muscular costuma ser tardia, mas há formas de postergar e amenizar seus efeitos
Apesar dessa alteração impactar sobremaneira na qualidade de vida, os quesitos força e desempenho (exigidos nas tarefas cotidianas) não são comprometidas. Em contrapartida, a musculatura fragilizada contribui para aumentar o risco de quedas, fraturas e até casos de hospitalizações.
Nas décadas seguintes, principalmente quem não se preocupa em praticar algum tipo de exercício ou seguir uma dieta saudável, corre o risco de desenvolver a sarcopenia (perda muscular), condição que tende a comprometer a funcionalidade e a mobilidade.
É caracterizada pela perda de massa, força e funcionalidade dos músculos, especialmente nos membros superiores e inferiores. É uma condição progressiva e silenciosa, natural do envelhecimento.
Após os 50
À medida que envelhecemos, esse processo se torna mais significativo. Após os 50 anos, a perda muscular é estimada em 1% a 2%/ano, porcentagem que tende a crescer com o passar do tempo.
"A partir dos 70 anos, a redução da musculatura é estimada em 15% por década. Flacidez, cansaço, fraqueza e desequilíbrio são seus principais sinais", aponta o médico geriatra Dr. João Toniolo Neto, diretor do Núcleo de Estudos Clínicos em Sarcopenia (Necs) e professor da disciplina de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Como retardar
Sim, tanto homens como mulheres terão redução muscular, uns mais e outros menos acentuada. Mas, claro, tudo depende da rotina de exercícios realizada nos anos anteriores, assim como relacionada à própria constituição física. O certo é que os indivíduos de pele mais clara possuem um menor índice de massa muscular necessitando, portanto, de um esforço maior para mantê-la.
Mas nem tudo está perdido. Várias pesquisas têm demonstrado que é possível postergar e amenizar o início da sarcopenia a partir da adoção de exercícios focados para este fim. Neste caso, são indicados principalmente os exercícios resistidos, ou seja, a musculação, prática que reúne treinamento de força, resistência e flexibilidade.
Mais proteínas
A alimentação também possui uma influência essencial e direta no ganho, perda e/ou manutenção da musculatura do indivíduo. Segundo a Profa. Myrian Spínola Najas, nutricionista do Necs da Unifesp, o músculo é formado e se mantém mediante a ingestão de uma porção adequada de proteínas de alto valor biológico (encontradas nas carnes em geral e no ovo).
Assim, "sem a ingestão diária desses alimentos em quantidades adequadas podemos ter perda de massa muscular. Tudo isso tende a se agravar quando o idoso também possui doenças crônicas associadas, a exemplo do diabetes e hipertensão arterial".
No caso de alguns idosos, quando o consumo de proteínas e vitaminas não é eficaz, é indicado o uso de suplementos alimentares capazes de suprir as necessidades nutricionais do indivíduo, indica a nutricionista Myrian Najas.
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