Dispositivo de apenas quatro centímetros pode fornecer energia a implantes eletrônicos
Usar células solares para
carregar implantes eletrônicos em pacientes é um antigo desejo da
medicina. Felizmente, pesquisadores da Universidade de Berna, na Suíça,
divulgaram nesta terça-feira um estudo que aponta um caminho para o
desenvolvimento de uma “bateria” capaz de atingir esse objetivo.
Os cientistas testaram uma pequena placa
de 3,6 centímetros quadrados para simular um implante de células solares
debaixo da pele e descobriram que ela, sozinha, era capaz de produzir
energia suficiente para carregar um marca-passo padrão. Com isso, os
pesquisadores esperam que pacientes que precisam de implantes
eletrônicos não tenham mais que passar constantemente por procedimentos
cirúrgicos para trocar a bateria dos aparelhos.
A pesquisa, que foi publicada no periódico Annals of Biomedical Engineering,
é a primeira a conseguir bons resultados na área. Os cientistas
conseguiram criar dispositivos capazes de medir a quantidade de energia
gerada por pequenas células solares – tecnologia essencial para saber
qual o verdadeiro rendimento das placas subcutâneas. Ao todo, dez dessas
células foram revestidas por filtros óticos para simular as
propriedades da pele humana e como elas influenciam a passagem da luz.
Depois, cada uma das placas foi colocada no braço de dez voluntários,
que deveriam usá-las por uma semana durante o verão, outono e inverno.
As células solares funcionam convertendo a
luz do Sol que penetra a pele em energia elétrica. Independentemente da
estação, os pesquisadores perceberam que mesmo a placa com o pior
desempenho ainda fornecia uma quantidade média de 12 microwatts, mais do
que suficiente para abastecer um dispositivo como um marca-passo comum.
Por dispensar o uso de baterias
convencionais, a placa também oferece a vantagem de reduzir
consideravelmente o tamanho dos implantes. Com isso, os pesquisadores
também esperam, futuramente, utilizar essa tecnologia para outras
aplicações em humanos – essa forma alternativa de energia poderia ser
usada, por exemplo, em biochips, que têm se tornado cada vez mais comuns.
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