sábado, 24 de julho de 2010

Plano de saúde com franquia

As operadoras de planos de saúde se articulam para propor uma mudança de regras ao governo. Estudam a viabilidade de vender planos em que o cliente pague uma franquia, como nos seguros de carro.
A ideia começa a ser discutida no âmbito do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), mantido por empresas do setor. Mostrando-se viável, será levada ao governo como alternativa aos planos existentes.
Um plano com franquia permitiria baratear as mensalidades, diz o superintendenteexecutivo do IESS, o ex-ministro da Previdência José Cechin.
Nesse sistema, o usuário deposita um certo valor de franquia, que vai sendo abatido a cada consulta ou exame, por exemplo.
E, quando precisa de um serviço que ultrapasse o valor, o plano paga. Por exemplo: uma franquia é de R$ 500; gastam-se R$ 200 numa consulta e R$ 100 num exame; então o usuário precisa de uma internação de R$ 5 mil; o plano banca o que exceder a franquia.
Para não estimular uma indústria de notas frias, poderia haver um mecanismo para transferir o dinheiro da conta do plano para o médico. Se a franquia acumulada ao longo dos anos não é usada, vira uma poupança que um dia será devolvida, em valores corrigidos, ao usuário.
Outra opção em estudo para baratear mensalidades é incluir no plano o médico de família. Conhecendo o histórico do paciente, ele evita a peregrinação por consultórios e os exames desnecessários, gerando economia para as operadoras.
O foco das eventuais mudanças são os planos individuais, que hoje representam 21% do total e têm mais de 9 milhões de beneficiários. Dos contratos totais no setor, quase 80% foram feitos a partir de 1999, regulados pela nova lei. Como tudo que envolve planos de saúde gera polêmica, o IESS quer fomentar o debate público. Depois, uma proposta poderia ser levada à ANS, agência do setor, para dali sair um projeto de lei. Ou a ideia ser encampada pela Fazenda.

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