terça-feira, 15 de março de 2011

Doenças cardiovasculares são maior inimigo das mulheres, dizem médicos

As doenças cardiovasculares são o inimigo número um das mulheres. De cada dez, seis morrem de infarto, principalmente após a menopausa. E a maioria não tem consciência disso, pois concentra toda a preocupação em exames ginecológicos, como os de mama e do colo do útero.

Otávio Gebara, professor livre-docente da Faculdade de Medicina da USP.

Segundo Gebara, as doenças cardiovasculares matam seis vezes mais que o câncer de mama, por exemplo. E as brasileiras são líderes das Américas em acidente vascular cerebral (AVC): têm três vezes mais o problema que as americanas e canadenses.

Entre os principais fatores de risco das mulheres estão: hipertensão, colesterol, diabetes, obesidade abdominal, sedentarismo, cigarro e interação entre fumo e anticoncepcional (que a partir dos 30 anos pode causar trombose venosa e uma consequente embolia pulmonar). De acordo com o especialista, 90% dos riscos são determinados por esses fatores e pelo estilo de vida, contra 10% da carga genética. Ou seja, é possível mudar esse quadro.

Após a menopausa, o risco aumenta ainda mais: a mulher deixa de ter o corpo em formato de pera e passa a ser “maçã” . Isso significa que o depósito de gordura abandona as coxas e o bumbum para se concentrar ao redor do abdômen e na parte superior do corpo. Cinturas acima de 80 cm para o sexo feminino e de 94 cm para o masculino já devem acionar o sinal de alerta, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes.

Ao lado do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) - divisão do peso pela altura ao quadrado -, a circunferência da cintura é usada para medir o risco cardiovascular de uma pessoa, pois é simples e de fácil acesso: basta uma fita métrica.

Coração a mil

Como prometido pelo Bem Estar na semana passada, o resultado do teste cardíaco de duas presidentes de escolas de samba de São Paulo foi divulgado. Antes da apuração das notas do carnaval, Angelina Basílio, da Rosas de Ouro, e Solange Bichada, da Mocidade Alegre, mostravam batimentos comportados: 86 e 76, respectivamente.

Nenhuma das escolas chegou à reta final como favorita, mas a expectativa provocou fortes emoções. “Não tem jeito, sou uma pessoa extremamente ansiosa, é da minha natureza”, disse Solange. Já Angelina recordou a festa de cinco anos atrás, quando perdeu no último quesito: bateria. “Comecei a sentir um calor infernal. Passei por um cardiologista, que constatou que eu não era hipertensa. Foi extremamente emocional”, lembrou.

Às 18 horas da última terça-feira (8), o resultado: Mocidade em sétimo e Rosas em oitavo. Como ficaram o coração das presidentes? Bateram forte, mas sem perder o ritmo. A frequência cardíaca de Solange chegou a 118 e a de Angelina, a 116 – valor considerado normal se levado em conta o momento de estresse e ansiedade pelo qual as duas passaram.

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