Pesquisa mostra que jovens e idosos depressivos não lidam bem com o resultado de suas escolhas. Mas só entre os mais novos isso traz benefícios

CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Don’t Look Back in Anger! Responsiveness to Missed Chances in Successful and Nonsuccessful Aging
Onde foi divulgada: revista Science
Quem fez: Stefanie Brassen; M. Gamer; J. Peters; S. Gluth; C. Büchel
Instituição: Centro Médico da Universidade Hamburg-Eppendorf
Dados de amostragem: 21 jovens, 20 idosos depressivos e 20 idosos saudáveis
Resultado: Os jovens e os idosos depressivos tiveram a mesma reação de arrependimento quando viram o resultado de suas escolhas erradas. Já os idosos saudáveis não se arrependeram, pois criaram estratégias mentais para não se sentir responsáveis pelos erros.
A equipe de cientistas usou imagens de ressonância magnética para
comparar a atividade cerebral de dois grupos distintos: 21 jovens de
aproximadamente 25 anos e 40 idosos com mais de 65. Entre os mais
velhos, metade era emocionalmente saudável e metade sofria de depressão.
Todos os participantes tiveram de jogar um game de computador no qual abriam uma série de caixas.
Dentro dessas caixas eles podiam encontrar moedas ou um desenho do
demônio. Seu objetivo era juntar a maior quantia de dinheiro possível,
mas toda vez que o demônio aparecia, ele retirava todas as moedas do
voluntário e encerrava o jogo. Depois de abrir cada caixa, o
participante tinha de decidir se continuava jogando ou parava por ali e
ficava com todo o dinheiro coletado. No final, todas as caixas eram
abertas, mostrando o quão longe os voluntários poderiam ter ido se
continuassem no jogo. Isso acontecia porque o arrependimento é
caracterizado pela comparação entre “o que é” contra o que “poderia ter
sido”. Para induzir o sentimento, os cientistas não tinham apenas que
mostrar o resultado de suas escolhas, mas também as oportunidades
perdidas.
Quando os jovens e os idosos depressivos viam que poderiam ter ganhado
mais dinheiro, eles encaravam mais riscos na rodada seguinte. Com os
idosos saudáveis, isso não acontecia. Ao analisar a atividade de regiões
cerebrais envolvidas com o sentimento de arrependimento e a regulação
das emoções, descobriram que o cérebro dos jovens e adultos depressivos
agiu do mesmo modo. Já o cérebro dos idosos saudáveis mostrou um padrão
diferente, dando provas de menor arrependimento e mais controle
emocional.De acordo com os pesquisadores, os idosos saudáveis usavam estratégias mentais para se livrar do problema, como pensar que os resultados do teste eram produto de fatores em que eles não poderiam influenciar, como a sorte. Já os depressivos se culpavam pelos resultados. Como conclusão, os pesquisadores afirmam que treinar as pessoas a usar estratégias mentais para se livrar do arrependimento poderia ajudar a preservar a saúde emocional em idades avançadas.
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