domingo, 27 de maio de 2012

Raio laser contra a celulite

Já aprovado nos EUA e na Europa, aparelho faz sucesso entre médicos e pacientes com a promessa de acabar com o problema

Tamara Menezes
Toda mulher que tentou algum tratamento contra a celulite sabe quanto é difícil combatê-la. Por isso, está causando tanta expectativa o anúncio de um novo aparelho criado nos Estados Unidos que promete acabar com o efeito de “casca de laranja” na pele. Chamado Cellulaze, o equipamento foi aprovado pelo Food and Drug Administration, órgão americano responsável pela liberação de recursos da área de saúde, com eficácia reconhecida para um período de três meses. O aparelho também obteve o CE Mark, selo que atesta conformidade com as regras europeias. A previsão é que chegue ao Brasil no ano que vem.

O equipamento realiza disparos de raio laser dentro da derme, nos pontos em que existem os nódulos e fibroses responsáveis pelas depressões na pele. A explicação é a de que o laser romperia as fibras. “O aspecto da região tratada muda imediatamente”, afirma o dermatologista Samir Arbache, de São José dos Campos, em São Paulo. Ele assistiu a uma aplicação nos Estados Unidos e pretende trazer a novidade. O Cellulaze também estimularia a produção de colágeno – proteína que ajuda na sustentação da pele – e ajudaria a cauterizar microvasos sanguíneos aparentes.

Apesar do sucesso – até agora, cerca de 200 médicos nos EUA já estão usando o aparelho – e do aval do FDA atestando sua capacidade de sumir com a celulite por pelo menos três meses, há dúvidas sobre o verdadeiro potencial do Cellulaze. Hoje, já existe a técnica de laser lipólise, que quebra as células de gordura por meio do calor emitido pelo raio. “Mas ela não costuma ser indicada para celulite”, diz Roberto Adilson de Mattos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O equipamento, porém, atingiria mais as fibroses, sem necessariamente destruir as células de gordura.

Especialistas também argumentam que a tecnologia não trata as causas do problema, associadas aos hormônios femininos. “Por isso não acredito no resultado definitivo”, diz Valcinir Bedin, presidente da regional paulista da Sociedade Brasileira de Medicina Estética. De fato, há poucos estudos científicos que apontam quanto tempo dura o efeito. Pesquisa do médico americano Barry DiBernardo, publicado na revista “Aesthetic Surgery Journal” mostrou permanência do resultado por seis meses. Foi o melhor resultado cientificamente comprovado. Outro obstáculo é o preço. O tratamento de uma região equivalente à palma de uma mão não sai por menos de US$ 2,5 mil (cerca de R$ 5 mil).
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