quinta-feira, 6 de junho de 2013

CE deve ter transplante alogênico em outubro

Células saudáveis de doador poderão ser transplantadas para paciente; HUWC iniciou ampliação de leitos

A partir de outubro, o Serviço de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) prevê o funcionamento do serviço de transplante alogênico de medula óssea. Para que isso seja possível, o Hospital já iniciou a ampliação de leitos - de dois para oito - e recebeu, no fim do mês passado, novas instalações, como o ar filtrado na unidade de leucemia, cujo objetivo é prevenir e reduzir as infecções de pacientes transplantados e dos portadores de leucemia aguda.

Atualmente, no Estado, existem 1.059 pessoas na lista de espera por um transplante, de acordo com informações da Central de Transplantes

O valor do investimento é de R$ 1,5 milhão, oriundos do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (REHUF) e será utilizado, também, para pequenos reparos na estrutura física e funcional do serviço de TMO.

"Ainda não sabemos em quanto o número de transplantes de medula vai crescer, mas temos certeza de que a quantidade será maior, tendo em vista que as pessoas não terão mais necessidade de sair do Ceará para realizar o procedimento alogênico, pois poderão realizar aqui", afirmou o chefe do Serviço de TMO do HUWC, Fernando Barroso. O Ceará será o quarto Estado da região Nordeste a realizar o transplante alogênico. Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte já são habilitados.

Ao todo, no Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital, serão disponibilizados oito leitos - quatro deles destinados para os pacientes do transplante autólogo, três leitos para os pacientes do transplante alogênico e um leito para casos de urgência e emergência.

A diferença entre os transplantes autólogo e alogênico, é que, no primeiro, as células transplantadas são do próprio paciente. Já no alogênico, as células são transplantadas de um doador com genética similar ou compatível.

Treinamento
Apesar do investimento, não é só a estrutura física que deve estar pronta para receber os pacientes. Toda a equipe médica precisa ter domínio dos procedimentos de saúde necessários antes e depois do transplante de medula óssea.

Para isso, a equipe de médicos do HUWC passou, ainda no ano passado, por um curso multidisciplinar de transplante, no qual todo o processo da cirurgia foi discutido. "Terminamos recentemente o módulo de radioterapia e iniciaremos os módulos de infecção, previsto para encerrar em agosto, detalha Barroso.

Neste ano, entre janeiro e maio, foram realizados 480 procedimentos de transplantes no Estado. Os dados são da Central de Transplantes do Ceará. Em 2012, entre janeiro e junho, de acordo com o Ministério da Saúde, o Ceará realizou 588 transplantes de órgãos. O total de procedimentos no ano passado chegou a 1.217 cirurgias.

Apesar dos números animadores, a lista de espera continua grande no Estado. Atualmente, conforme a Central de Transplantes, são 1.059 pessoas que aguardam por um novo órgão e pela chance de viver com mais tranquilidade.

Doe de Coração
Com a intenção de contribuir para a conscientização da doação voluntária de órgãos e, consequentemente, para o crescimento do número de doadores, a Campanha Doe de Coração, há dez anos, vem realizando iniciativas que têm levado esperança e alegria a milhares de pessoas.

Em 2008, a Doe de Coração foi reconhecida nacionalmente pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) recebendo o prêmio Amigo do Doador concedido à Fundação Edson Queiroz.

A campanha é promovida pela Fundação Edson Queiroz, com o apoio do Sistema Verdes Mares e parceria da Universidade de Fortaleza (Unifor).

LÍVIA LOPES
REPÓRTER

Nenhum comentário:

Postar um comentário