sexta-feira, 28 de junho de 2013

Teste genético pode prever se asma na infância pode persistir na vida adulta

Novo estudo americano estabeleceu uma pontuação para determinar esse risco: quanto mais variações genéticas associadas à doença a criança apresentar, maior sua propensão de crescer com o problema

Asma: o tratamento não adequado aumenta os custos da doença e os riscos da criança perder dias letivos
Asma: no futuro, teste genético poderá ajudar médicos a identificar crianças que crescerão com o problema (Thinkstock)
No futuro, um teste genético pode prever quais crianças com asma continuarão a ter problemas respiratórios quando se tornarem adultas. Segundo especialistas, isso poderá ajudar os médicos a identificar os pacientes que precisam de cuidados mais intensos na infância e, assim, reduzir o risco de a doença persistir a longo prazo. Essa conclusão faz parte de um novo estudo da Universidade Duke, nos Estados Unidos, que procurou por variações genéticas que estão relacionadas à persistência da asma ao longo da vida. A pesquisa foi publicada nesta quinta-feira na revista The Lancet Respiratory Medicine.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Polygenic risk and the development and course of asthma: an analysis of data from a four-decade longitudinal study

Onde foi divulgada: periódico The Lancet Respiratory Medicine

Quem fez:  Daniel Belsky, Malcolm Sears, Robert Hancox, HonaLee Harrington, Renate Houts, Terrie Moffitt, Karen Sugden, Benjamin Williams, Richie Poulton e Avshalom Caspi

Instituição: Universidade Duke. Estados Unidos, e outras

Dados de amostragem: 880 pessoas com asma

Resultado: Um teste genético poderia prever quais crianças asmáticas têm um maior risco de seguir com o problema na vida adulta. Isso porque aquelas que apresentaram mais variações genéticas entre 15 associadas à doença foram mais propensas a seguir com problemas respiratórios depois de quase 40 anos
Segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), órgão de saúde dos Estados Unidos, a asma atinge uma em cada 11 crianças, e metade delas continua sofrendo com o problema quando adultas.
O estudo, feito durante 40 anos, desenvolveu uma pontuação baseada em 15 variações genéticas que haviam sido previamente associadas à asma. Os pesquisadores observaram como a quantidade dessas variantes estava relacionada aos sintomas da doença apresentados ao longo dos anos por 880 pessoas com asma.
Pontuação de risco — Quanto maior a ‘pontuação genética’ do individuo, maior o seu risco de crescer com asma. Isso porque as crianças que apresentaram as maiores pontuações – ou seja, mais variações genéticas relacionadas à doença — também foram mais propensas a continuar apresentando sintomas da condição depois de quase 40 anos de estudo. Além disso, essas crianças tiveram um risco maior do que as outras de faltar na escola ou de ser hospitalizadas por causa dos sintomas.
Segundo os autores do estudo, o histórico de asma na família não parece interferir nessa ‘pontuação genética’, sugerindo que muitos casos da doença ocorrem devido a fatores ambientais, como a exposição à poluição ou a outras substâncias ligadas a problemas respiratórios.
“Acho que estamos vendo cada vez mais medicina genômica com o tempo, principalmente no tratamento do câncer. Ela ainda não entrou no tratamento contra a asma, mas eu acredito que isso vai acontecer. O nosso estudo mostra que isso é possível”, diz Dan Belsky, que coordenou o estudo.

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