quinta-feira, 13 de junho de 2013

Planos de Saúde- Reajuste deve ficar acima da inflação

Presidente da ANS diz que índice já está sob análise do Ministério da Fazenda, e anúncio não deve demorar a sair

Antes previsto para maio deste ano, o anúncio do índice máximo de reajuste que os planos de saúde poderão promover em 2013 está próximo de ser divulgado. A informação foi dada pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde (ANS), André Longo, que também avisou que a tendência é que o aumento fique acima da inflação.

Conforme André Longo, elevação autorizada pela ANS deve atingir 8,4 milhões de pessoas Foto: Agência Brasil

"Os custos da saúde são sempre superiores aos da inflação. Ano passado, por exemplo, o índice aprovado pela ANS foi de 7,93% (2,09% acima da inflação oficial de 2012). Isso acontece porque os gastos com insumos hospitalares, consultas e exames tendem a crescer com maior força", disse Longo na tarde de ontem, quando visitou a sede da Unimed Ceará, em Fortaleza.

Se seguir a tendência dos últimos anos, o reajuste dos planos de saúde deve ficar acima dos 6,5%, já que, conforme dados de maio do IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado dos últimos 12 meses se encontra neste patamar. "Estamos trocando informações com o Ministério da Fazenda e em breve devemos definir esse índice", explica Longo.

Em abril, aliás, a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), que representa as operadoras de saúde suplementar no País, defendia um aumento de 10% nos valores dos planos, apesar de saber que a ANS dificilmente aprovaria o índice.

Impacto

A partir do momento em que for anunciado pela ANS, o reajuste máximo para os planos de saúde deve atingir 8,4 milhões de pessoas em todo o País, o que representa 17,6% do mercado. Isso porque, segundo André Longo, a Agência não regula os planos anteriores ao ano de 1999. "O que fazemos é autorizar o máximo que pode ser dado de reajuste para planos individuais posteriores a lei 9.656/98. Assim, a elevação dos preços de 83% do mercado brasileiro fica a cargo das próprias empresas", esclarece.

O presidente da ANS também deu detalhes de como é feito o cálculo que define o reajuste dos planos. "Na realidade, nós não temos um índice propriamente inflacionário. O que a Agência faz é consultar as empresas que negociam com os planos de saúde, que são obrigadas a comunicar os reajustes que deram nos planos coletivos. A ANS, então, faz uma média ponderada de todos esses contratos do setor e estabelece um indicador", diz.

VGBL Saúde ainda em 2013
Ainda durante sua visita a Fortaleza, o presidente da ANS confirmou que o VGBL Saúde tem grandes chances de ser anunciado oficialmente ainda neste ano. O mecanismo é uma espécie de Previdência Privada, que permitirá poupança prévia para desembolso com o plano de saúde após a aposentadoria.

"Trata-se de uma parceira entre a ANS e a Susep (Superintendência de Seguros Privados) que visa contribuir para uma sustentabilidade do setor. O que acontece é que os custos com saúde sobem muito ao longo da vida e, normalmente, depois dos 60 anos há um declínio na renda das pessoas. Isso acaba trazendo uma certa dificuldade para elas se manterem no plano, o que não é interessante para nós. A ideia, portanto, é que haja uma poupança quando jovem para que exista um recurso adicional na fase idosa", explica.

Alienação
A partir de 1º de julho próximo, a Unimed Ceará passará a absorver os cerca de 6,6 mil clientes da Unimed Crateús, o que ampliará a sua carteira para 65 mil usuários. Com o processo de alienação, a Unimed Crateús deixa de ser uma operadora e transforma-se em prestadora de serviço. Segundo a direção da Unimed Ceará, a operação não trará alterações no atendimento dos clientes do plano de saúde, que continuarão a ser atendidos pelos mesmos médicos, clínicas, laboratórios e prestadores de serviço da Unimed Crateús. A operação permitirá a unidade de Crateús reduzir de 18% para 6% as despesas com administração.

ÁQUILA LEITEREPÓRTER

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