Ministro da Saúde falou nesta 6ª (1°) sobre profissionais do Mais Médicos.
Para Padilha, programa foca na atenção básica, não na alta complexidade.

A informação sobre a reprovação foi publicada nesta sexta pelo jornal "Folha de S.Paulo", e os 48 médicos fazem parte de um grupo de 681 selecionados para a primeira fase do Mais Médicos. Ao todo, 1.440 profissionais que prestaram o Revalida foram reprovados na primeira etapa. O programa Mais Médicos, porém, não exige que os inscritos sejam aprovados nesse exame.
"Não me preocupa a reprovação (no Revalida). Esse teste é feito para ver a capacidade que um médico tem de operar, trabalhar em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e fazer procedimentos de alta complexidade. Já o foco do Mais Médicos é a atenção básica nos postos de saúde. Os participantes recebem um treinamento de três semanas para isso, e vão continuar sob supervisão permanente", disse.
Ao ser questionado se faria uma consulta com um médico reprovado no Revalida, o ministro respondeu que "sim, sem medo".
"E o povo brasileiro também. O programa tem recebido mais elogios do que críticas, 80% da população já o aprova. Aos poucos, a classe médica e as demais categorias também percebem que o Mais Médicos não tira emprego dos brasileiros e acaba levando profissionais para as regiões carentes", afirmou Padilha.
Segundo o ministro, outros 2.200 médicos vão começar a atuar no Mais Médicos a partir da semana que vem.

CFM defende aprovação no Revalida
Em nota divulgada nesta sexta-feira, o Conselho Federal de Medicina (CFM) defendeu a aprovação no Revalida como forma de garantir a segurança dos pacientes.
Segundo o texto, ao permitir que médicos formados em outros países atuem no Brasil antes de serem aprovados no Revalida cria duas categorias de profissionais: "os de primeira linha, com graduação em universidades nacionais ou com diplomas revalidados, que podem atender em qualquer localidade; e os de segunda linha, sem competência devidamente avaliada, com atuação restrita ao programa Mais Médicos e sem condições de responder com plenitude às exigências da população".
Segundo o presidente do CFM, Roberto Luiz d'Avila, "oferecer um indivíduo com perfil distinto é iludir os moradores das áreas mais carentes, pois, se houver um caso grave, esse médico de segunda linha terá dificuldades em agir, podendo inclusive causar danos maiores".
De acordo com o conselho, os profissionais do Mais Médicos estão atendendo em postos de saúde de 36 cidades de 15 estados, a maioria em São Paulo.
Como funciona o Revalida
O Revalida foi criado em 2010 por meio de uma portaria, e tem sido aplicado desde então, uma vez por ano e dividido em duas fases. O percentual de aprovação não tem ultrapassado os 13%. Para o CFM, a nota de corte – 5 – exige o mínimo de conhecimento geral de um médico para atuar no Brasil.
Em seu formato atual, o Revalida é aplicado em 36 universidades públicas do país. Na primeira fase, há uma avaliação escrita, composta por uma prova objetiva e outra discursiva. Na segunda etapa, avaliam-se as habilidades clínicas. Este ano, apenas 9,7% dos candidatos inscritos estavam habilitados para a segunda fase, o que, na visão do CFM, demonstra despreparo técnico-científico dos profissionais formados.
Incentivo para atuar na periferia
Para incentivar a atuação de médicos em comunidades carentes e periféricas de São Paulo, o secretário estadual da Saúde David Uip disse que há uma proposta encaminhada ao governador Geraldo Alckmin para remunerar melhor esses profissionais.
"Se a proposta for aprovada, os médicos que atuarem em hospitais vulneráveis poderão ter uma remuneração extra de 30%. Além disso, haverá uma gratificação a mais para profissionais com especialização: 5% para os que tiverem mestrado, 10% para os doutores e 15% para os pós-doutores. As jornadas também vão variar de 12 a 40 horas semanais", disse Uip, durante um evento no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário