Estudo comprova eficácia de teste que revela a presença de depósitos de cálcio dentro das artérias. O exame já é apontado como um excelente indicador de chance de infarto para quem não tem os fatores de risco mais comuns
Monica TarantinoConhecer as chances de uma pessoa manifestar um problema cardiovascular é o primeiro passo do médico para indicar medidas preventivas. Se o paciente convive com um ou mais fatores de risco clássicos, como colesterol elevado, pressão alta ou diabetes, essa tarefa é mais fácil. O desafio é encontrar exames que ajudem a diferenciar quais indivíduos correm algum perigo entre aqueles que apresentam resultados de exames normais, porém possuem casos na família, daqueles que realmente não precisam se preocupar com o coração. O que fazer com essas pessoas? Medicar mesmo sem sintomas? Esperar para ver?

INVESTIGAÇÃO
A professora Zélia sofreu um infarto cuja causa ainda não está
totalmente esclarecida. Já o médico Bittencourt acaba de publicar
pesquisa na qual comprova a eficácia de exame que detecta
o começo do acúmulo de placas que obstruem as artérias

A obstrução dos vasos pode levar ao infarto. Assim, se o teste apontar a presença do mineral, é preciso que o indivíduo passe a adotar uma rotina mais rígida de prevenção. Isso envolve a prática de exercícios e a adesão a uma dieta saudável e pode incluir o uso de remédios. No Brasil, o teste também ganha importância. “O escore de cálcio é um marcador consistente e promissor”, diz o cardiologista Raul Dias dos Santos, diretor da Unidade Clínica de Lípides do Instituto do Coração (InCor) de São Paulo. “Se der positivo, a pessoa deve ser tratada mais agressivamente sempre”, completa.

DESCOBERTA
Diana não tinha riscos conhecidos, mas infartou e depois soube
que apresentava alto nível de uma proteína associada ao problema
Também já está disponível a Dosagem de Lipoproteína (a). O teste, chamado de LP(a), mede a quantidade de uma partícula rica em gorduras que infere muito pouco no colesterol, mas que em níveis elevados está relacionada à chance maior de problemas coronarianos. Em geral, é realizado em casos de entupimento das artérias ou infarto para os quais os médicos não encontram explicação. É o caso da artesã Diana Gauditano, 57 anos, por exemplo. Ela descobriu que tinha altas quantidades dessa proteína e mais uma mutação genética que predispõe à formação de trombos após ter um infarto enquanto fazia ginástica. “Foi uma surpresa. Nunca tive colesterol alto ou hipertensão. Minha família toda fez o exame e descobrimos que minhas duas irmãs também possuem níveis alterados”, conta Diana.

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