sexta-feira, 14 de março de 2014

As meninas são mais apegadas ao pai?

Veja o que está por trás do comportamento

menina; pai; amor (Foto: Thinkstock)
As mães de menina, cedo ou tarde, podem acabar com ciúme da cumplicidade tão forte que pode existir entre pai e filha. Mas o que estaria por trás disso? “A princípio, todo bebê, independentemente do sexo, se identifica com a figura materna, que é seu primeiro objeto de amor”, afirma a psicóloga Ana Cássia Maturano. À medida que cresce, porém, outras relações se tornam importantes na vida dele. Enquanto o menino se identifica com o pai, a menina se espelha na mãe – o que faz parte da construção da identidade masculina e feminina, respectivamente. Entre o terceiro e o quinto ano de vida, no entanto, com o desenvolvimento da sexualidade, surgiria também uma atração pelo genitor do sexo oposto e, ao mesmo tempo, uma disputa com o do mesmo sexo. Essa teoria, que foi descrita por Freud no século passado, é conhecida por Complexo de Édipo – uma alusão à história da mitologia grega em que o filho se apaixona pela mãe.
“Essa preferência, obviamente, não tem conotação sexual”, diz a psicóloga. Trata-se apenas da necessidade de atenção da criança de todos que a cercam. Os pais devem intervir explicando à criança que o casal tem outro tipo de relacionamento – e isso não significa que ela seja menos amada. Mas e no caso de arranjos familiares onde um dos pais não está presente? É possível que a identificação ocorra com outras figuras paternas e maternas, até mesmo fora do ambiente familiar.

O problema é quando tanto o pai quanto a mãe reforçam o sentimento inconscientemente, em vez de combatê-lo de maneira positiva. Assim, a menina vira a “filhinha do papai” e o menino, o “filhinho da mamãe”. “Além de motivar rivalidade e/ou competição ou entre a filha e a mãe ou o filho e o pai para o resto da vida, tal comportamento pode interferir no amadurecimento da criança e, por consequência, nos futuros relacionamentos dela”, alerta Ana Cássia. A menina, por exemplo, buscaria a figura do pai em um companheiro. Mas é claro que, teorias à parte, a ligação mais forte com um dos pais pode se perpetuar sem qualquer motivação psicológica, indicando apenas uma questão de afinidade.

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