Menos de um quarto das 500 000 pessoas que contraíram variações da "supertuberculose" em 2012 recebeu o diagnóstico correto

Segundo OMS, tuberculose representa um "risco à segurança sanitária global"
(Thinkstock)
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TUBERCULOSEA tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que é propagada pelo ar de maneira direta, ou seja, de pessoa para pessoa. Embora possa atingir quase todos os órgãos do corpo, a tuberculose afeta principalmente os pulmões, provocando problemas como dificuldades respiratórias e derrame pleural (presença de líquido no espaço entre pulmões e tórax). O principal sintoma é a tosse frequente, mas há outros, como suores noturnos e diminuição de apetite. Ao contrário da maioria das doenças infecciosas, a tuberculose demora para se manifestar, levando em média de 4 a 12 semanas para que as primeiras lesões sejam descobertas. Estima-se que uma pessoa infectada possa contaminar de 10 a 15 pessoas por ano. A doença é tratada com uma combinação de antibióticos. Como a bactéria cresce lentamente, os medicamentos devem ser tomados por pelo menos 6 meses.
Segundo a OMS, as deficiências no tratamento fazem com que a resistência aos medicamentos se espalhe pelo mundo em ritmo alarmante, propiciando o surgimento de cepas incuráveis da bactéria da tuberculose. "Um diagnóstico mais precoce e rápido de todas as formas da tuberculose é vital", diz Margaret Chan, diretora-geral da OMS. "Isso melhora as chances de as pessoas receberem o tratamento correto e serem curadas, e as ajuda a conter a difusão da doença resistente a drogas."
No ano passado, a OMS propôs que a tuberculose resistente a múltiplas drogas (MDR-TB, pela sigla em inglês) fosse reconhecida como uma crise de saúde pública. Mesmo o tratamento da tuberculose comum é um processo longo, que exige o consumo de um coquetel de antibióticos durante seis meses. A interrupção do tratamento e a prescrição de medicamentos errados, ou em doses inadequadas, leva ao surgimento de uma versão resistente às drogas, um problema que se agravou na última década.
A dificuldade de diagnóstico também contribui para essa situação. Em alguns países mais pobres há apenas um laboratório, frequentemente com capacidade limitada para diagnosticar a MDR-TB. Em outros casos, as amostras para exames precisam ser enviadas a outros países.
Os exames comuns podem levar mais de dois meses para revelar resultados, criando um perigoso intervalo em que o paciente deixa de receber o tratamento adequado e se expõe a contaminar outras pessoas.
A OMS diz que até 2 milhões de pessoas podem ser infectadas pela MDR-TB até 2015. Exames mais rápidos já foram desenvolvidos nos últimos anos, mas a dificuldade é levar a tecnologia e a capacitação técnica aos países onde eles são mais necessários.
Margaret Chan, no entanto, citou sinais encorajadores em um projeto internacional chamado Expand-TB, financiado pela Unitaid, que ajudou a triplicar o número de casos de MDR-TB diagnosticados nos países participantes. Atualmente, esse projeto está presente em 27 países de baixa e média renda, que respondem conjuntamente por cerca de 40% dos casos globais da MDR-TB.
(Com Reuters)
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