O afatinibe bloqueia a multiplicação de células cancerígenas, reduzindo a progressão da doença

Medicamento abre novas perspectivas para pacientes com mutação do gene EGFR (Hemera/Thinkstock/VEJA/VEJA)
Indicado como primeira linha de tratamento para o câncer de pulmão avançado e/ou metastático (quando a célula do câncer está na corrente sanguínea), afatinibe é uma nova aposta contra a doença, lançada no mercado nacional no final do mês de novembro. De acordo com especialistas, o princípio ativo é altamente recomendado para os pacientes que sofrem com uma mutação que ocorre em 24% dos casos de adenocarcinomas (o chamado ‘câncer de pulmão de não pequenas células’, com mutações no receptor do fator de crescimento) e que não foram tratados previamente com outros tipos de terapia alvo (medicamentos ou quimioterapia antes da metástase – quando o câncer se espalha além do local onde começou para outras partes do corpo, ou progressão da doença).
“O afatinibe é um tratamento de 2ª geração (evolução da primeira geração de medicamentos) capaz de impedir que as células cancerígenas continuem se multiplicando. É uma terapia alvo, dirigida à alteração molecular responsável por este tipo de câncer de pulmão. Ou seja, a molécula nunca mais se desliga do receptor que sofre com a mutação, bloqueando assim sua multiplicação”, explica Carlos Barrios, oncologista, pesquisador e Diretor do Grupo Latino Americano de Investigação Clínica em Oncologia (LACOG).
Fabricado pela Boehringer Ingelheim, acredita-se que o novo medicamento, cuja posologia indicada é de apenas um comprimido por dia, bloqueia de forma irreversível a multiplicação das células cancerígenas, sendo capaz de aumentar o tempo de vida do paciente e a resposta do tratamento; além de reduzir a progressão da doença.
Estudos
A aprovação do medicamento foi baseada na apresentação do estudo Fase III LUX- Lung 3 realizado com mais de 300 pacientes, que compara a nova molécula com o melhor esquema quimioterápico utilizado para o tratamento – o que aponta um aumento de mais de 12 meses a sobrevida global do paciente com uma alteração genética chamada deleção 19, em comparação à quimioterapia. Além disso, os sintomas relacionados ao câncer de pulmão foram controlados de forma superior.
Afatinibe já era aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, além de ser comercializada como principio ativo de certos medicamentos na Europa.
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